Itabuna: paciente implanta menor marca-passo do mundo no Hospital Calixto Midlej
Uma mulher de 60 anos, moradora de Itabuna, entrou para o seleto grupo de pessoas na Bahia a receber o Micra (nome comercial do dispositivo), menor marca-passo do mundo. Ela estava enfrentando muitas complicações de saúde devido a reações alérgicas causadas por um dispositivo convencional, com tecnologia mais antiga. Realizado no Hospital Calixto Midlej Filho e considerado um sucesso, o procedimento visa assegurar mais qualidade de vida à paciente.
A mulher teve sérias complicações depois de uma intervenção cirúrgica para a troca do fio do antigo marca-passo. No pós-operatório, a paciente apresentou reação alérgica grave, o que causou lesões na pele, nas regiões tórax, pescoço e face. “Ela acabou tendo infecções causadas por Staphylococcus aureus que habita na nossa pele. Essa bactéria acabou causando lesão no coração da paciente, gerando uma endocardite, infecção dentro do coração”, explica o médico cardiologista Gustavo Duarte, um dos responsáveis pelo procedimento.
O menor marca-passo do mundo, conforme o cardiologista, é indicado para pacientes com estado de saúde considerado crítico ou que precisam de cuidados especiais, como no caso da mulher submetida ao procedimento recentemente. Ela tem alergia a bacalhau e algumas medicações. “Precisávamos encontrar uma solução porque ela depende do marca-passo para viver”, relata o médico.
MAIS CONFORTÁVEL
O menor marca-passo do mundo apresenta uma série de vantagens para o paciente. O aparelho tradicional pesa, em média, de 20 a 30 gramas, enquanto o Micra tem o tamanho de uma cápsula de medicamento, pesa somente 2 gramas. Ele é 93% menor que os outros dispositivos.
O aparelho é colocado no coração, sem fio conectado ao gerador, na parte externa do corpo, instalado por via femoral e não deixa cicatriz do tórax. O dispositivo é implantado diretamente no coração para correção de batimento e fica preso por quatro pequenas garras.
Enquanto que o marca-passo convencional é composto por bateria e eletrodos, conectados ao equipamento por fios finos e maleáveis. Ele é implantado em vasos sanguíneos do corpo de grande calibre para levar os eletrodos até o coração. A bateria e o aparelho ficam instalados entre o músculo do peitoral e a pele do paciente.
A implantação do menor marca-passo do mundo foi o segundo realizado no Serviço de Hemodinâmica da Santa Casa de Itabuna. O primeiro foi em julho de 2023 e beneficiou uma paciente de 79 anos, moradora de Ilhéus, que tinha um bloqueio atrioventricular, com histórico de desmaio. Por isso, o caso dela necessitava de uma solução rápida.
O procedimento da moradora de Ilhéus foi inédito na Bahia e o terceiro no Norte/Nordeste. No Brasil, o menor marca-passo do mundo foi implantado em novembro de 2021. A técnica beneficia principalmente pacientes que não possuem acesso venoso. Além de Gustavo Duarte, o médico cardiologista Raoni Galvão fez parte da equipe responsável pelo implante na segunda paciente.











