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Dezembro de 1987. Ao lado de Manuel Leal, capo de A Região,  faço uma reportagem com Helenilson Chaves, em vias de receber o bastão do Grupo Chaves de seu pai, Manoel Chaves.

Matéria típica de final de ano, para intercalar com as dezenas de páginas de anuncios da edição especial de Natal, em tempos pré-vassoura de bruxa e pré-internet, dois golpes num só na então pujante imprensa grapiuna.

Conversa amena, Helenilson exibindo o otimismo que o caracterizou e que se materializaria tempos depois (já em pleno apocalipse  da bruxa vassourenta) no Shopping Jequitibá, e Leal estranhamente quieto.

Lá pelas tantas, rompe o silêncio e pergunta, como se não soubesse o que era:

franguinho-Helenilson, que cestas bonitas são essas?, referindo-se às bem fornidas Cestas de Natal e Ano Novo que ocupavam parte da sala e da sede do grupo,  no Edifício Módulo Center.

-São para nossos funcionários, respondeu Helenilson, sem se dar conta do que viria.

E veio.  Leal vira pra mim e diz:

-É Daniel, e lá no jornal vocês não terão nem um franguinho de Natal e Ano Novo.

A vontade que me deu era entrar embaixo da mesa (inútil, porque a mesa era de vidro), ou pular pela janela, o que me renderia alguns arranhões, posto que a sala ficava no 10º. andar.

Naquele longuinquo Natal e Ano Novo de 1987, recebemos cestas  dignas de barão, como se dizia na época, um gentil oferecimento do Grupo Chaves.

E,  Justiça seja feita: nos anos seguintes, com crise ou sem crise, Manuel Leal nunca deixou de nos regalar, não com o tal franguinho raquítico, mas com um peru, um panetone e um vinho no Natal e Ano Novo.

 

Desta feita, desta vez um gentil oferecimento de A Região.