Luedji Luna, Majur, Lazzo Matumbi e Ubiratan Marques fazem parte da Comissão Julgadora do 19º Festival de Música Educadora FM. Esse grupo de pérolas da música baiana é responsável pela seleção das composições do Festival, com a participação também do coordenador da emissora pública, Paulo Alcoforado.
O maior festival de composições inéditas da Bahia bateu mais uma vez o próprio recorde no número de músicas inscritas, com 1.329 fonogramas nesta edição. Além disso, o Festival bateu recorde também de cidades participantes. No total, foram contabilizadas inscrições de 111 municípios, distribuídos em 7 estados brasileiros, além da inscrição de um baiano residente no Reino Unido.

 

lazo
Na primeira etapa, a Comissão selecionará 50 fonogramas (35 com letra e 15 instrumentais) que serão veiculados na programação da Educadora FM e disponibilizados no site do Festival para votação dos prêmios populares. Na segunda etapa, serão definidos os 14 finalistas (9 com letra e 5 instrumentais). A etapa final consiste na escolha dos 6 vencedores, com prêmios para a melhor música, melhor arranjo e melhor intérprete, nas categorias música instrumental e música com letra. Aos prêmios escolhidos pela Comissão Julgadora se somarão 2 prêmios populares da categoria “Música mais votadas pelos ouvintes” (1 com letra e 1 instrumental), a partir dos 50 fonogramas selecionados pela Comissão.


Em maio deste ano, a Rádio Educadora FM lançou uma nova programação, inaugurou novas instalações com cinco estúdios (três deles para produções ao vivo) e ampliou significativamente o alcance de seu sinal, por meio de um novo transmissor FM e do aplicativo Educadora Play, disponível nos sistemas operacionais Android e IOS.
Integrantes da Comissão
Lazzo Matumbi
O cantor e compositor Lázaro Jerônimo Ferreira, o Lazzo Matumbi, foi um dos vocalistas pioneiros de blocos afro no Brasil, começando no Ilê Aiyê, entre 1978 e 1980, onde percebeu a real dimensão do que era cantar para um grande público negro e assim observar no semblante do povo preto a necessidade de união e de conexão com o renascimento africano, num contexto de diálogo com outros movimentos musicais e políticos mundiais, como o reggae jamaicano, o Afrobeat de Fela Kuti, o soul, o blues, entre outros. O artista acaba de completar 40 anos de trajetória musical, artística, política e ativista, celebrados com o lançamento do nono disco da sua carreira, intitulado ‘ÀJÒ’, que traz canções autorais inéditas e releituras de canções próprias, como uma nova roupagem para ‘Djamila’ (Lazzo Matumbi/Ray César) – que em 1981 foi batizada com o título de ‘Salve a Jamaica’, e também a música ’14 de maio’, que reflete as mazelas da abolição no Brasil.

Luedji Luna
Natural de Salvador, Luedji iniciou seus estudos em música na Escola Baiana de Canto Popular, fundada pela professora da Universidade Federal da Bahia, Ana Paula Albuquerque. A cantora lançou em 2017 seu primeiro disco “Um Corpo no Mundo”. O trabalho foi contemplado em primeiro lugar com o Prêmio Afro em patrocínio com a Petrobrás, e conta com a produção de Sebastian Notini, músico sueco radicado na Bahia. Em 2018, a cantora seguiu em turnê de seu primeiro disco por 5 estados do país, com apoio do Natura Musical. Em 2019, a artista realizou sua primeira turnê internacional em 5 países, 10 cidades, com destaque para o aclamado Montreal Jazz Festival no Canadá, o Festival Sines em Portugal, e Everyday People party em Nova York, Estados Unidos. A cantora lançou em 2020 seu segundo álbum, intitulado ‘Bom Mesmo é Estar Debaixo D’água’, gravado no Quênia, com produção de Kato Change e da própria cantora, e participação especial da escritora Conceição Evaristo.

 

Majur
Apontada como a nova geração da cena musical brasileira, a baiana Majur traz uma diversidade presente no seu trabalho, em uma crescente carreira. Seu contato com a música acontece desde os seus cinco anos de idade e hoje suas canções reforçam sua identidade plural, enquanto ela canta o amor com o suingue do afro-pop celebrando os encontros. Revelada ao mundo pelos olhos de Caetano Veloso, a artista foi destaque em convites para shows, como quando cantou com ele no programa “Música Boa”, do Multishow, se apresentou nos trios de Daniela Mercury, no carnaval de Salvador e participou do show do rapper Emicida, no Rock in Rio 2019. A artista lançou em 2021 “Ojunifé”, seu primeiro disco de estúdio. Com um título que, em iorubá, significa “olhos do amor”, Majur celebra, em versos sinceros, a sua individualidade. E ainda chama o ouvinte a se olhar com os olhos do amor também. São 10 faixas, com produção musical de Ubunto e Dadi Carvalho, direção musical da própria Majur e participação de Liniker e Luedji Luna.

 

Ubiratan Marques
Natural de Salvador, Ubiratan Marques é pianista, compositor e arranjador. Em 1986 ingressou na Universidade Federal da Bahia, quando estudou composição. Sua vida letiva se iniciou em 1998 na Universidade Livre de Música Tom Jobim, experiência que se estenderia por 10 anos, até seu retorno a Salvador, quando fundou o Núcleo Moderno de Música, experiência que deu o suporte ao desenvolvimento de aproximadamente 500 profissionais e foi o berço para o surgimento da Orquestra Afrosinfônica. Ubiratan Marques fez arranjos e trabalhou com Gerônimo, Maria Bethânia, Johnny Alf, Mateus Aleluia, Toninho Horta, Mart’nália, Chico César, Jorge Mautner, Zé Miguel Wisnik, José Celso Martinez, Maria Alcina, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Margareth Menezes, Carlinhos Brown, entre outros.

 

Paulo Alcoforado
Músico baiano, atualmente Paulo é coordenador da Rádio Educadora FM. Foi diretor e secretário de políticas de financiamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine), diretor da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura na gestão do ex-ministro Gilberto Gil e coordenador executivo do Programa DOCTV, tendo implantado versões internacionais na América Latina e CPLP.