:: 13/jun/2020 . 16:34
Inaugurado Hospital de Campanha de Teixeira de Freitas
O Hospital de Campanha voltado para atender pacientes com a Covid-19, localizado no município de Teixeira de Freitas, extremo-sul na Bahia, foi inaugurado neste sábado (13), com a presença do secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas. A unidade, que conta com 20 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e ocupa uma área de 450 metros quadrados ao lado do Hospital Municipal, passará por uma desinfecção terminal durante o final de semana e começa a receber pacientes na segunda-feira (15). O projeto foi viabilizado graças a uma parceria entre o governo da Bahia, que equipou a unidade, e as empresas Suzano e Veracel Celulose, que investiram mais de R$ 1,3 milhão na construção e montagem da estrutura.
“O extremo-sul da Bahia é hoje a região que possui a maior taxa média de crescimento de casos de covid-19, portanto, a oferta desses leitos vai ser fundamental para fazer frente à necessidade de internação hospitalar. Esses leitos vão se juntar aos que vamos abrir em Porto Seguro e Eunápolis. Dessa forma, conseguiremos ampliar rapidamente a oferta de leitos de terapia intensiva na região”, afirma Vilas-Boas.
O hospital foi construído a partir do uso de contêineres climatizados e faz parte de um conjunto de ações adotadas para ofertar assistência de qualidade à população nesse momento de pandemia. Além do hospital de campanha, estão dedicadas ao atendimento de pacientes com o novo coronavírus duas Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPAs 24h), uma em Teixeira de Freitas e outra no município de Prado, que receberam investimento do governo do estado para a sua reabertura.
“A Suzano entende que é preciso unir forças para salvar vidas neste momento, e a construção do Hospital de Campanha de Teixeira de Freitas é resultado desse esforço conjunto”, afirma Pablo Machado, diretor executivo de Relações e Gestão Legal da empresa. “A Veracel tem atuado em conjunto com a Suzano e outras empresas, autoridades, universidades, movimentos populares e organizações sociais para implementar medidas de combate à pandemia na região”, pontua Andreas Birmoser, diretor presidente da Veracel Celulose.
Rui afirma que não acredita em invasões a hospitais baianos e faz convite a representantes do Ministério da Saúde
“Acreditamos no bom senso, na serenidade e na responsabilidade dos baianos e baianas. As pessoas têm ciência do sofrimento de quem está dentro do hospital, do trabalho exaustivo de quem está lá tentando salvar vidas humanas. Tenho certeza que baianos e baianas respeitam as famílias que estão orando para que seus parentes consigam sobreviver”. A declaração foi dada pelo governador Rui Costa em entrevista à CNN Brasil, na manhã deste sábado (13), ao comentar a carta divulgada pelo Consórcio Nordeste ontem. No documento, os nove governadores da região criticam o incentivo dado pelo presidente da República à invasão de hospitais. “É inacreditável ouvir esse tipo de declaração”, disse o governador à emissora.
Durante a entrevista, Rui afirmou que não adotou medidas especiais para evitar invasões a unidades de saúde na Bahia por acreditar na responsabilidade dos baianos e fez um convite a representantes do Ministério da Saúde. “Esperamos e acreditamos que não vai haver adesão a esse tipo de apelo do presidente. Se o presidente está ansioso para ter notícias de dentro dos hospitais eu quero convidar representantes do Ministério da Saúde a fazer visitas às unidades. Não só da Bahia e do Nordeste, mas do Brasil inteiro. Venham visitar, venham acompanhar, venham conhecer as instalações”, disse o governador baiano.
O princípio da diversidade
Efson Lima
Tivemos o mês de maio todo para falar da diversidade, pois, em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial de Saúde declarou que a homossexualidade não constitui doença nem distúrbio, eliminando a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, cuja data se tornou simbólica e histórica para o movimento LGBT no mundo. Ainda nesta semana, dia 21 de maio, tem-se o dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, a ONU, em 2001, aprovou a Declaração Universal da UNESCO para a Diversidade Cultural ao buscar fomentar a importância do respeito e da compreensão da preservação da diversidade cultural no planeta. Tratar do tema da diversidade e fazer da diversidade um princípio a ser perseguido é importante para as relações humanas.
Portanto, precisamos dialogar bastante sobre o princípio da diversidade, necessitamos amiúde debater sobre a problemática dos direitos humanos sob a ótica dos diferentes atores e sujeitos de direito. Carecemos sair do “ eu acho”, imagino ser uma delícia, afinal, todos nós temos gostos, mas ninguém pode ter tolerado o seu gosto de discriminar negativamente as pessoas. Não é possível verificar práticas racistas, como a registrada nos EUA recentemente, assim como a situação estruturante que nos levou ao episódio da morte do filho da empregada doméstica.
As discriminações positivas são bem vindas, tais como: cotas para negros, pessoas com deficiência, acesso da população LGBTI no mercado de trabalho, a proteção dos indígenas, quilombolas entre outras minorias. A firmação dos direitos humanos é um desafio constante. Abordar os direitos humanos sobre o prisma da liberdade, igualdade e fraternidade, apesar de sua construção histórica, tem colocado os diferentes atores ao mesmo lado. Os problemas são o conteúdo e a operacionalização, que impõem assimetrias para aqueles que pensam, elaboram, planejam e executam.
Alguns dizem: isto compete tão somente ao indivíduo decidir; outros vão dizer que o Estado precisa garantir os direitos desse indivíduo. O ato do Estado se abster pode ser omissivo e, por vezes, significa concordar com práticas intolerantes. É interessante observar a situação dos franceses que buscavam assegurar suas liberdades para si, entretanto, precisamente no Haiti, então colônia, ao perceberem que as pessoas em situação de escravização queriam a liberdade, os franceses cuidaram logo de afirmar que o conteúdo daquela liberdade era para homens brancos.
Um dos grandes desafios do Estado Democrático de Direito é assegurar o direito de todos existirem, mas a existência de um não pode aniquilar o outro e nem contribuir para a diminuição do catálogo de direitos. Não obstante, as Instituições precisam estar fortes para acompanhar os discursos e os comportamentos que nos assustam, limitando-os dentro do paradigma democrático para que possam ser circunstâncias comportáveis em uma República plural e diversa com seu tecido racial, de classes e com tantas diferenças regionais. As diferenças são as marcas do povo brasileiro, mas não percamos de vista que muitas delas precisam ser corrigidas.
Compreender e conviver com a diversidade faz bem ao mundo e a humanidade. Facilita nossos encontros, possibilita menos sofrimentos e permite a inclusão das pessoas. A diversidade nos enriquece com cores e gostos. Conduz-nos para uma sociedade que preconiza a justiça e a solidariedade como tônicas do progresso humano. Portanto, precisamos enxergar e ver a diversidade como estratégia para o respeito e a plena vivência humana. A diversidade é princípio estruturante de uma sociedade democrática.
Efson Lima
Doutor em Direito/UFBA. Coordenador – geral da Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Faculdade 2 de Julho. Advogado. Escritor nas horas não vagas do dia.
- 1