Todos mostram seu perfil, também vou mostrar o meu. Chamo-me Marcos Aparício Lins Machado de Guimarães Rosa, e, logo se percebe, não sou propriamente uma pessoa, mas uma homenagem: cada um desses nomes tem um significado para mim, mas não vou tirar de ninguém – se não o prazer, ao menos o exercício de identificá-los.
Atendo também por Visconde de Pau d´Alho (e isto tem a ver com o cheiro de minha terra – aí uma pista para pesquisadores ociosos). Sou um jornalista modesto, se é que isto existe, pois escolhi esse título honorífico de menor impacto, quando bem me poderia autoproclamar Marquês da Cocada Preta, Conde de Macuco ou Duque Sei-Lá-do-Quê. A propósito, os títulos de nobreza (tiremos daí os reis e príncipes, gente de outra classe) são, em ordem decrescente de importância, duque, marquês, conde, visconde e barão, caso não me engana e a história – e ao dizer isto já denuncio este como um espaço dedicado à informação…
Apesar do velho adágio “nobreza obriga”, não sou muito de frequentar as ditas rodas sociais, muitas vezes parecidas com rodas da malandragem: vivo um tanto isolado do lufa-lufa da cidade, envolvido com meus livros, um tabuleiro de xadrez e uns discos de jazz e MPB. Quando acometido da fadiga do tédio, ou se quero sofrer um pouco, ligo a tevê, assisto a um noticiário, registro um monte de agressões à língua portuguesa, me canso e retorno à rotina. Novela, não vejo nunca, pois meu masoquismo ainda não chegou a tais extremos. Nada de telefone nem zap-zap, não sei bem o que é rede social, para mim rede é aquela coisa que os pobres do Nordeste usam em substituição à cama, e que os ricos têm nas casas de praia.
Procuramos fazer aqui, semanalmente, uma coluna, erguida com as coisas que nos derem na telha, deixando a eventuais leitores espaço para os devidos xingamentos, pois vivemos, formalmente, em regime democrático. Diga-se ainda que, por se tratar de um espaço politico-ecológico, escolhi para musa da coluna aquela moça chegada a encontros religiosos em altos de goiabeiras – e de cujo nome, graças a Deus, já esqueci.
(BdePD)
Caro Barão do Pau d’Alho
Insinuas a razão por que do nome que se nos oferta através do espaço e, precipitadamente, esqueces de citar a ilustrada musa, que anda injustiçada nesta terra brasilis que não ama os seus, porque adora os alheios.
Mas, percebamos quão injustos estamos para com a dita cuja. Agora atacada como raptora de índio. Em sua defesa já publicamos:
“Não entendemos o porquê de tanta incompreensão diante do benfazejo gesto da ministra (em todos os sentidos), de que teria retirado indevidamente uma índia de sua família. A bondosa, graciosa, erudita e retórica e desprendida senhora, aura de beleza e porque não realçar sua dimensão visionária, apenas cumpriu uma orientação, que dirá, divina: de levar a menina para prepará-la para ver Cristo na goiabeira!”
Abusando do convite à reflexão, aqui fica um forte e significativo abraço pelo retorno ao inconsciente de Ousarme Citoaian (porque o universo não anda assim tão paralelo) este outro ‘barão’, chegado a cortes, inclusive de goiabeira.
Onde se lê “porque não realçar” LEIA-SE por que não realçar.
Caro Adylson,
Estamos em ásperos e “ecológicos” tempos: além da intolerância e da grosseria, estão em moda goiabeiras e laranjeiras…