por Alessandra Simões Paiva

Izadora Guedes, Eloah Monteiro e Ticiana Belmonte_Foto Murillo CalazansMais um importante capítulo foi consagrado à história musical de Ilhéus com o show “Eloah e A Banda Quente”, que aconteceu  na praça  da Catedral de São Sebastião. Atraindo público bastante expressivo, o espetáculo  foi marcado pelo ritmo suingado e contagiante deste grupo de mulheres afro-brasileiras que celebra a continuidade do trabalho autoral da cantora Eloah Monteiro.

Escadaria da igreja lotada, aplausos, pedidos de bis e uma grande roda de dança ao final marcaram a estreia da banda cujo nome reflete bem sua filosofia musical: é quente porque une a ousadia de temáticas engajadas, o balanço sensual do legado rítmico afro-baiano e a inventividade poética da criação feminina. Formada por Eloah Monteiro (voz e violão), Izadora Guedes (pandeiro, flautas e efeitos) e Ticiana Belmonte (Octapad eletrônico, percussão e efeitos), a Banda Quente deu um show de arrojo e criatividade musical.

O evento marcou o nascimento de uma sonoridade genuinamente sul-baiana, protagonizada por mulheres musicistas que deram fôlego poético ao repertório composto por 15 composições de Eloah, arranjadas em parceria com a Banda Quente, sendo 4 dessas canções parcerias entre a cantora e outros compositores. Também foi tocada uma versão de Dindi, de Tom Jobim.

Com direção artística de Izadora e direção musical de Ticiana, o show foi um presente para a cidade de Ilhéus, que agora conta com a consolidação da única banda autoral exclusivamente feminina da cidade. Diversidade de ritmos e temáticas emblemáticas do universo feminino contemporâneo marcam a versatilidade estética do trabalho autoral de Eloah Monteiro.

O concerto contou ainda com a participação de Evani Tavares (atriz e professora de Artes da UFSB) na Direção Cênica e de Raquel Prudente, figurinista grapiúna com mais de 20 anos de experiência. Teve também o auxílio de musicistas já consagradas em Ilhéus, como Gabriela Maja, Laís Marques, Thaynan Rodrigues, Josy Damasceno e Júlia Guedes. A participação do Balé Afro Gongombira, com a direção de Neide Rodrigues, fechou com chave de ouro a programação, que contou com sua dança de raiz e com o convite irresistível para que o público se juntasse à grande roda de ritmos. As crianças Caetano Monteiro, filho de Eloah, e Pedro Luca, enteado de Ticiana, abrilhantaram o show cantando a composição “A la Caetano”, que arrancou suspiros e aplausos da plateia.

Produção independente realizada pelo Criadouro Soluções Culturais com o apoio institucional da Secretaria de Cultura de Ilhéus, Grupo Cultural Dilazenze e Organização Gongombira de Cultura e Cidadania. Teve também apoio da Papirus Livraria, Agenda Grapiúna, Blog Agravo, C3 Comunicação Visual e Badauê Livraria e Café.

O show teve como objetivo difundir a música produzida em Ilhéus por mulheres ilheenses. Cumpriu sua missão reforçando a ideia da solidariedade feminina, que na música pôde ser confirmada pela união entre as artistas presentes no evento.