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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: 11/jun/2011 . 9:22

Fundação Nacional dos Insensatos

Voltemos para as caravelas, ora pois pois!

Uma comissão composta por deputados federais e estudantes, representantes de Direitos Humanos e do Ministério Público dirigentes de ONGs fizeram na semana passada um périplo pela aldeia pataxó hã hã hãe em Pau Brasil e pela área reivindicada por tupinambás.

            A exceção do deputado federal Geraldo Simões, talvez o único do grupo antenado com a realidade, o grupo veio com uma idéia pré-concebida especialmente na área de Olivença/Una/Buerarema, de que as terras foram usurpadas dos tupinambás,

            Alguns mais ingênuos (ou nem tanto) talvez esperassem encontrar índios vivendo como nos tempos pré-Pedro Álvares Cabral, tamanha a forma como essa questão vem sendo idealizada.

            Resultado, a exemplo do que ocorre em Pau Brasil, há um permanente  clima de conflito na área em litígio.

E a culpa maior pelo conflito entre supostos índios tupinambás e pequenos produtores rurais,  que se instalou na região da  Serra do Padeiro em Buerarema e ameaça se estender a áreas rurais de Ilhéus e Una pode ser debitada única e exclusivamente na FUNAI, a Fundação Nacional do Índio.

            Que, no caso em questão, pode ser chamada da Fundação Nacional dos Insensatos.

            A partir de um inacreditável relatório elaborado por técnicos da FUNAI, conferindo aos tupinambás uma extensa área de 47 mil hectares nos três municípios sulbaianos, o que era apenas reivindicação se transformou numa espécie de lei, pelo menos para os supostos índios;

            O relatório não tem poderes para tanto, é passível de contestação e ainda precisa passar por várias etapas até que passe a valer ou não, mas serviu como salvo-conduto para que propriedades rurais sejam invadidas, saqueadas, destruídas e que seus moradores, a esmagadora maioria composta por agricultores familiares, sejam  ameaçados e agredidos.

            Para os tupinambás (ou os que dizem pertencer a essa etnia, já que existem denuncias de cadastramento de índios em Buerarema e cidades vizinhas), a área de 35 mil hectares lhes pertence e ponto final.

            E, em sendo assim, se a área lhes pertence, os atuais ocupantes que tratem de escafeder-se, caso contrário serão expulsos, se necessário com o uso da pressão, como vêm ocorrendo na Serra do Padeiro.

            A barafunda criada pela FUNAI, além da dimensão da área que ela sugere ser demarcada, não avaliou que os pequenos produtores ocupam essas terras há várias gerações e de lá tiram o seu sustento. Não podem ser simplesmente arrancados de lá, como quem arranca uma erva daninha ou como se fossem usurpadores, o que efetivamente não são.

            Nada disso foi levado em conta pelos burocratas insensatos da FUNAI, que de seus gabinetes refrigerados em Brasília, assistem à distância as conseqüências do relatório que perpetraram.

            Que os indígenas, pilhados e explorados desde que Pedro Álvares Cabral descobriu nos trópicos um porto seguro, precisam ter seus direitos preservados é fora de discussão. Isso vale também para os legítimos descentes dos tupinambás. A reparação, portanto, é justa e necessária.

            Mas, o que não se pode é, em nome de se fazer justiça com algumas centenas de índios, se cometer uma injustiça com milhares de pequenos produtores rurais.

            O bom senso que faltou à FUNAI deve prevalecer entre as autoridades responsáveis pela manutenção da ordem, antes que o que ainda é escaramuça de parte a parte se transforme numa guerra sangrenta.

            Uma guerra que infelizmente já começou e que precisa parar imediatamente.

Porque, se ela se intensificar, as conseqüências são mais do que previsíveis.

            Violentamente previsíveis.





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