WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia
hanna thame fisioterapia animal

prefeitura itabuna sesab bahia shopping jequitiba livros do thame




Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

março 2011
D S T Q Q S S
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  


:: 21/mar/2011 . 17:40

De igual para igual


Mesmo com um vazamento nuclear de conseqüências ainda imprevisíveis e com uma onda de protestos implodindo ditaduras e transformando o Norte da África e o sempre problemático Oriente Médio num barril de pólvora, o presidente dos Estados Unidos decidiu manter sua agenda e visitar o Brasil no final de semana.

Fossem outros os tempos, e diante do propalado papel dos EUA de guardião da estabilidade mundial, não raro com o uso da força, a visita seria cancelada sem maiores delongas, passar bem, fica para outro dia, ´sorry´ periferia e ´bye bye´.

O Brasil, apesar de suas dimensões continentais e de sua influência na América do Sul, ocupou durante décadas a periferia da geopolítica mundial.

O eterno ´pais do futuro´ (que não chegava nunca), mais conhecido pelo exotismo, a Amazônia, o carnaval, suas belas mulheres e acima de tudo isso, o futebol, simbolizado por Pelé, divindade planetária.

A esse país, Barack Obama, diante da catástrofe japonesa e da crise árabe, daria um sonoro bolo, deixando a visita para uma oportunidade mais propícia.

Pois o Brasil que Obama fez questão de visitar é um pais que em menos uma década tirou mais de 20 milhões de pessoas da linha de pobreza (criando, portanto, uma ascendente massa consumidora), estabilizou a moeda, transformou o tsunami da crise econômica mundial em marolinha, cresce a níveis chineses e caminha para se consolidar como a 5ª. maior potência do planeta, superando nações como França e Inglaterra.

Barack Obama não veio ao Brasil para o beija mão de outros tempos. Foi tratado e tratou a presidente Dilma Roussef como um igual e não se cansou de fazer elogios ao novo momento vivido pelo país e sua importância no mundo.

Não é mais o Brasil quem precisa dos Estados Unidos. Os Estados Unidos, cuja economia capenga, também precisam do Brasil.

Claro que é ufanismo demais comparar os EUA ao Brasil, mas a relação imperialista acabou. O Brasil ainda depende de produtos de alta tecnologia dos EUA, mas os EUA necessitam de produtos brasileiros na área do agronegócio, miniração e especialmente biocombustíveis e o petróleo que vai jorrar do pré-sal.

Não é o gigante diante do anão, mas pessoas de alturas diferentes, que precisam uma das outras.

Tirando a parte turística das visitas a comunidades carentes (roteiro obrigatório de todo vip de passagem ao Rio de Janeiro), e do marketing previamente combinado de receber a camisa do Flamengo, time mais popular do Brasil, a viagem de Barack Obama
ao país foi mesmo a negócios, teve mais víeis econômico do que político.

Obama veio, em vez de chamar Dilma à Casa Branca.

Mais simbólico impossível.

E pensar que, menos de três décadas atrás, ao desembarcar em Brasília para uma visita protocolar, o ex-presidente Ronald Reagan, saudou o querido povo da… Bolívia.

Os EUA já sabem onde fica o Brasil e o que ele representa no mundo.

Falta uma parcela dos brasileiros se darem conta disso, sepultando de vez o crônico complexo de vira-latas.





WebtivaHOSTING // webtiva.com.br . Webdesign da Bahia