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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: 1/mar/2010 . 16:01

Fundação Nacional dos Insensatos


A culpa pelo conflito entre supostos índios tupinambás e pequenos produtores rurais, que se instalou na região da Serra do Padeiro em Buerarema e ameaça se estender a áreas rurais de Ilhéus e Una pode ser debitada única e exclusivamente na FUNAI, a Fundação Nacional do Índio.

Que, no caso em questão, pode ser chamada da Fundação Nacional dos Insensatos.

A partir de um inacreditável relatório elaborado por técnicos da FUNAI, conferindo aos tupinambás uma extensa área de 35 mil hectares nos três municípios sulbaianos, o que era apenas reivindicação se transformou numa espécie de lei, pelo menos para os supostos índios;

O relatório não tem poderes para tanto, é passível de contestação e ainda precisa passar por várias etapas até que passe a valer ou não, mas serviu como salvo-conduto para que propriedades rurais sejam invadidas, saqueadas, destruídas e que seus moradores, a esmagadora maioria composta por agricultores familiares, sejam ameaçados e agredidos.

Para os tupinambás (ou os que dizem pertencer a essa etnia, já que existem denuncias de cadastramento de índios em Buerarema e cidades vizinhas), a área de 35 mil hectares lhes pertence e ponto final.

E, em sendo assim, se a área lhes pertence, os atuais ocupantes que tratem de escafeder-se, caso contrário serão expulsos, se necessário com o uso da pressão, como vêm ocorrendo na Serra do Padeiro.

A barafunda criada pela FUNAI, além da dimensão da área que ela sugere ser demarcada, não avaliou que os pequenos produtores ocupam essas terras há várias gerações e de lá tiram o seu sustento. Não podem ser simplesmente arrancados de lá, como quem arranca uma erva daninha ou como se fossem usurpadores, o que efetivamente não são.

Nada disso foi levado em conta pelos burocratas insensatos da FUNAI, que de seus gabinetes refrigerados em Brasília, assistem à distância as conseqüências do relatório que perpetraram.

Que os indígenas, pilhados e explorados desde que Pedro Álvares Cabral descobriu nos trópicos um porto seguro, precisam ter seus direitos preservados é fora de discussão. Isso vale também para os legítimos descentes dos tupinambás. A reparação, portanto, é justa e necessária.

Mas, o que não se pode é, em nome de se fazer justiça com algumas centenas de índios, se cometer uma injustiça com milhares de pequenos produtores rurais.

O bom senso que faltou à FUNAI deve prevalecer entre as autoridades responsáveis pela manutenção da ordem, antes que o que ainda é escaramuça de parte a parte se transforme numa guerra sangrenta.

Uma guerra que infelizmente já começou e que precisa parar imediatamente.

Porque, se ela se intensificar, as conseqüências são mais do que previsíveis.

Violentamente previsíveis.





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