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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

novembro 2008
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SÓ JESUS SALVA


Durante audiência com o papa Bento 16, o presidente Lula pediu ao Sumo Pontífice que ajudasse a amenizar a crise que ameaça arrastar a economia mundial para o inferno.

Certamente Lula confia nos poderes divinos de Bento 16, que pelos dogmas do catolicismo é o legítimo representante de Deus, Jesus Cristo e do Espírito Santo na Terra.

O problema é que se a moda pega, vai ser uma -perdão- romaria a Roma.

É de se imaginar o prefeito eleito de Itabuna, capitão Azevedo, solicitando uma audiência ao Papa, para que ele ajude a chover no Sul da Bahia e acabe com o problema da falta d´água na cidade.

Ou torcedores do Vasco, apelando ao Papa para que o time não caia para a 2ª. Divisão.

Se bem que, neste caso, é mais fácil resolver a crise mundial ou a falta d´água em Itabuna

CAIXA DE DE SURPRESAS

Uma bomba está prestes a estourar num trecho conhecido da rodovia Ilhéus-Itabuna.

E que nem se tente colocar a culpa nas bruxas…

TIROS PARA TODOS

Um aposentado de 75 anos foi morto ao reagir a uma tentativa de assalto.

O crime aconteceu na rua Henrique Alves, no trecho que pertence ao bairro Castália, mas que é igualmente perigosa no trecho inicial, que faz parte do Pontalzinho. Como poderia fazer parte do Gogó da Ema, do Góes Calmon, do Califórnia, da Zildolândia ou do Maria Pinheiro.

Na Itabuna de hoje, não é apenas a falta d´água que foi socializada. A violência também atinge pobres, ricos e remediados.

Não poupa ninguém.

Enquanto isso, nossas entidades representativas (sic!) continuam atuantes na hora de cobrir de salamaleques os poderosos de plantão, mas são de um mutismo constrangedor quando se trata de cobrar das autoridades aquilo que é obrigação delas: garantir os direitos básicos do cidadão.

Como a água e a segurança, obviamente.

TEMPO BOM !

Da janela vejo algo caindo do céu…

Não é disco voador. Alguém me socorre:

-É a chuva, é a chuva !!!

Tanto tempo que nem me lembrava mais como era.

Não seja apenas bem-vinda, mas que seja torrencial e demorada.

É PRÁ RIR?

O bêbado leva um baita escorregão e cai de cócoras. Com muita dificuldade, consegue se levantar. De repente, sentiu um líquido escorregando pelo corpo, procurou a garrafinha que trazia, apalpa os bolsos e geme:

-Hic… Tomara que seja sangue!

BOLA INDIGESTA

O raríssimo final de semana em casa me proporcionou uma overdose de futebol. No sábado, vi pela ESPN boa parte de Hamburgo x Borussia Dortmund pelo Campeonato Alemão e Napoli x Palermo pelo Italiano, além de Criciúma x Corinthians, pela série B do Campeonato Brasileiro, na Rede TV.

No domingo, fui Blackburn x Chelsea pelo campeonato inglês na ESPN, e ´zapeei´ entre Palmeiras x Grêmio, na Band, e Cruzeiro x Fluminense, na Globo, pelo Campeonato Brasileiro e Lecce x Milan pelo italiano. Ainda tive tempo de ver alguns lances de Arsenal x Manchester United pelo inglês, estes pela ESPN.

Para alguém que, como eu, adora futebol, poderia ter sido um banquete.

Foi uma indigestão!

Um festival de transpiração e nenhuma inspiração, em que craques como Kaká e Cristiano Ronaldo se perdem em meio à mediocridade geral e a esquemas táticos medrosos em que ´meio a zero` é goleada.

Deu saudade dos tempos em que não havia tantas opções na televisão, mas que em compensação se jogava aquilo que a gente podia chamar de Futebol. Com F maiúsculo mesmo.

ESCATOLOGIA A SECO

A falta de água em Itabuna começa a produzir cenas dignas de Nelson Rodrigues.

Dia desses, o filho saiu da escola e foi ao escritório em que a mãe trabalha como secretária, para irem juntos pra casa.

Produziu-se, então, o seguinte diálogo:

-Filho, aproveita pra cagar…

-Mas mãe, eu não tô com vontade de cagar…

-Faz uma força filho…

-Mãe, eu já disse que não tô com vontade…

-Tá bom, mas não me invente de querer cagar quando chegar em casa, porque lá não tem uma gota de água!

Vem aí o “Bolsa Merda”.
Ou o “Bolsa Bunda”, se preferem algo mais palatável.

EM CIMA DO FATO

Isso é que se chama estar em cima do fato.
Nem na Cabrália dos meus (bons) tempos!!!!

BOLSA ÁGUA

O Bolsa Renda, promessa de campanha do Capitão Azevedo, ainda é uma incógnita.
Mas, a depender do presidente da Emasa, Isaias Mendes Lima, a população está prestes a encarar o Bolsa Água.
Isaias sugeriu que os itabunenses usassem garrafas pet com dois litros água pra tomar banho. Mais dois litros pra cozinhar, dois litros pra lavar roupa, dois litros pra beber (se é que alguém se arrisca a beber água da Emasa) e temos o nosso Bolsa Água.
8 litros de água por dia pra cada um e não se fala mais nisso.

THANK YOU, HAMILTON

Por linhas tortas -ou pelas curvas do destino- devo à Fórmula 1 minha entrada no jornalismo. Lá pelos idos de 1977, Emerson Fittipaldi era bicampeão mundial, mas meu ídolo era José Carlos Pacce, um piloto apenas esforçado, que tinha vencido apenas um Grande Prêmio, justamente o GP do Brasil. E ainda assim num gesto de extrema generosidade de Emerson, que tirou o pé nas últimas voltas e deixou o compatriota ganhar.

José Carlos Pacce morreu num acidente (de avião, ora vejam!) e eu fiz uma redação exaltando meu ídolo. Levei o texto à redação do jornal A Região, um diário de circulação restrita à Osasco, na Grande São Paulo. Acabei recebido pelo dono do jornal, João Macedo de Oliveira, que não sabia se olhava para o texto ou para aquele quase menino, assustado e trajando roupas simples, que já haviam conhecido dias melhores.

Felizmente olhou para o texto e após ler perguntou se eu não queria trabalhar no jornal. Para quem ganhava a vida como pintor de paredes, era como se alguém oferecesse o bilhete para o paraíso, ainda mais que João Macedo, um desses anjos que Deus costuma colocar no nosso caminho e só nos damos conta disso muito tempo depois, conseguiu que eu retomasse os estudos, interrompidos por absoluta falta de condições financeiras.

Eram tempos românticos, em que com um pouco de talento e um muito de sorte, se abriam as portas do jornalismo. Hoje, com as devidas exceções, sem um bom padrinho (ou otras cositas más, no caso de mulheres) não se passa nem da portaria de um jornal, uma emissora de rádio ou de televisão. A menos que se aceite ganhar um salário que faça pintor de paredes parecer um marajá…

Feita essa revelação, que certamente terá impacto planetário e fará a imprensa ser eternamente grata a José Carlos Pacce, vamos ao que interessa.

Como boa parte dos brasileiros, torci para que Felipe Massa fosse campeão de Fórmula 1 neste domingo, apesar de achar que Lewis Hamilton merecia o titulo. Não é pouca coisa um negro, com jeito e cara de menino, brilhar num esporte de elite, recheado de ´maurícinhos´. Hamilton, assim como a possível vitória de Barack Obama nas eleições dos EUA, representa um sopro de novidade e de utopia, num mundo cada vez mais competitivo e com cada vez menos espaço para o sonho, o imprevisível.

Deixei minhas perorações sócio-filosóficas de lado, e fiquei ligado na tela monopolista da Rede Globo, obrigado a ouvir Galvão Bueno.

Massa largou na frente e lá se manteve durante toda a corrida. O problema é Hamilton, escolado pelas barbeiragens que cometeu ano passado, quando jogou o título fora por pura afobação, correu para chegar no 5º. lugar que lhe bastava e nem se importou para o que ocorria à sua frente.

A corrida seguia numa chatice só, Massa em primeiro, Hamilton na dele. E Galvão elevando os níveis de patriotada, torcendo para que o motor do carro do inglês estourasse, que os pneus furassem ou que ele tivesse uma dor de barriga daquelas que o sujeito é obrigado a parar atrás da primeira moita…

Eu estava vendo a hora em que Galvão deixasse seu posto de narrador e invadisse a pista para impedir que Hamilton continuasse na prova.

E tome “o Brasil tem um novo ídolo”, “Massa é um piloto completo”, “o país se rende ao talento de Massa”, num crescendo que atingiu o clímax quando, na ultima volta, Hamilton foi ultrapassado e caiu para sexto lugar, resultado que daria o título a Massa. Galvão só não viu, porque estava quase em transe, que o piloto que estava em quinto lugar usava pneus lisos e se arrastava na pista em meio ao temporal. Hamilton passou por ele com a facilidade com que um carro Fórmula 1 passa por um carrinho de pipoca.

Desde que, é claro, o carro de Fórmula 1 não esteja sendo pilotado por Rubinho Barrichelo, porque neste caso as chances do carrinho de pipoca chegar na frente são imensas.

Naqueles segundo finais, naquele restinho de pista, antevendo o festival de ufanismo, a verborragia e a exaltação desmedida liderada por Galvão e reverberada pela Globo, esqueci que Massa não apenas é brasileiro, como também sãopaulino. Passei a torcer por Lewis Hamilton.

O inglês mereceu o título. E nós, enquanto não tivermos a saudável opção de escolher a emissora de televisão que desejamos assistir a uma corrida de Fórmula 1, um jogo da Seleção Brasileira ou a partida do nosso time do coração, não merecemos Galvão Bueno.

Thank you, Hamilton.





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