:: ‘Elon Musk’
Eleições, algoritmo e a democracia no piloto automático –

Andreyver Lima
O anúncio da criação do Partido da América por Elon Musk, nos Estados Unidos, pode parecer algo distante da realidade brasileira. Mas não se engane: o modelo que Musk propõe já influencia profundamente o nosso processo eleitoral e tende a impactá-lo ainda mais em 2026.
A combinação entre inteligência artificial e algoritmos que dominam o debate público está transformando a política em um jogo de atenção, não de ideias. Vence quem ocupa mais espaço nas redes mesmo que não diga nada de relevante.
No Brasil, onde teremos eleições presidenciais e legislativas no próximo ano, os riscos são evidentes. Ferramentas de IA generativa permitirão a criação de conteúdos falsos com aparência perfeita. Vídeos forjados, áudios adulterados e ataques personalizados por robôs serão parte do novo arsenal eleitoral. A manipulação em escala industrial passará a ser rotina não exceção.
Mas o problema vai além da mentira. Está na forma como a política está sendo redesenhada para caber no tempo de um vídeo curto, na lógica da emoção, da provocação e da viralização. A IA acelera esse processo, entregando ao marqueteiro digital recursos que antes exigiam equipes inteiras: segmentação do eleitorado, ajuste de linguagem, testes de narrativa, automação de respostas.
E tudo isso com mais eficiência do que qualquer partido político tradicional.
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