O vento sopra poesias de amor
Leny Ferreira
Amado meu
Estou sentindo muito frio,
Sem ti para aquecer-me
Hoje em Itabuna
O frio vestiu um terno de gelo.
O vento, sopra poesias da Antártida
De traje gelado,
Sopra neve em Itabuna;
O frio floresce,
Competindo com a elegância
Do sol florido,
Mesmo no manto gélido
Que veste o ar da atmosfera.
O sol sente a saudade da lua,
Enquanto ela, num capote gélido de névoa,
Chora querendo encontrar o sol.
E eu, chorando querendo encontrar contigo
O vento, sentindo a tristeza do meu coração,
Canta a melodia da lua que sente
O frio da ausência do sol.
Essa melodia sonoriza
O sofrimento da lua,
Saudosa…
Eu, querendo voar como águia
Para te ver, agonizo sem ti.
Em cada lugar que outrora foi nosso,
Tua ausência se traduz
Em fria nostalgia na minha alma.
E a névoa se desfaz,
Lenta, como o tempo que não volta,
Deixando a saudade na forma de orvalho
Que a grama absorve e guarda.
O perfume das flores,
Tão breve e intenso,
É um grito abafado
Deste amor suspenso,
Um espelho turvo do que a memória traz.
E o vento, meu mensageiro amigo,
Leva o som da lira quebrada,
Caminha sozinho na estrada molhada,
Onde a sombra da lua
Ainda se confunde com o dia.
Minha alma canta em cada verso,
Suplicando: “Amor meu, venhas!
Como o sol nutre a lua de amor,
Vem aquecer-me, quebra este frio que me invade!












