Uma experiência cultural que não será esquecida e já deixa, em seu término, a expectativa da chegada de novas edições. Assim foi o I Festival Literário Estudantil do Litoral Sul (FLIÉ) realizado nos dias 10 e 11 de julho, no Colégio Estadual Arléo Barbosa, em Ilhéus, no Sul da Bahia. Em fase de balanço do evento – que trouxe o tema ‘Africanidades: ler é ancestral. Tecnologia de resistência -, os organizadores avaliam que foi um sucesso de público e engajamento, uma grande festa de celebração da cultura e do protagonismo estudantil.

“Ver jovens negros felizes, seguros, entre os amigos, num colégio público entregando um evento com a força do FLIÉ é um sonho realizado. Este projeto já nasceu grande e a ancestralidade, a intelectualidade negra e a literatura o tornaram gigante!”, comemora a curadora e produtora executiva, Elisa Oliveira.

Curadoria colaborativa

Uma marca importante do festival foi a curadoria colaborativa com os estudantes do Colégio Estadual Arléo Barbosa. Revelando a potência criativa e intelectual dos estudantes da escola pública, foi deles a escolha de parte importante dos intelectuais e personalidades que queriam conhecer: uma lista com mais de 90 personalidades negras entre músicos, escritores, artistas de diversas linguagens, pesquisadores, profissionais da cadeia de produção literária, povos originários e povos tradicionais. Os estudantes também atuaram como monitores, apresentaram seus projetos e criações artísticas e assumiram o papel de Mestres de Cerimônia.

“Para além dos bastidores e dos palcos, o Colégio foi tomado por um público estudantil fantástico, vindo de diversas escolas do Território Litoral Sul. Foi uma alegria imensa ver tantos estudantes ocupando o teatro, visitando exposições, participando de rodas de conversa, oficinas, bate-papos e de todas as demais atividades culturais e literárias do FLIÉ. Que venha a próxima edição!”, destaca o produtor executivo e proponente, o escritor Tom S. Figueiredo.

 

O FLIÉ contou com a presença massiva de estudantes de todas as idades. O público de cerca de 4 mil pessoas foi, em sua maioria, formado por estudantes da rede pública de unidades escolares de Itabuna, Itacaré, Uruçuca e Canavieiras, cidades circunvizinhas a Ilhéus. “Foi um evento alegre, colorido, divertido, que reafirmou a potência dos jovens, a importância da representatividade e do protagonismo estudantil”, completa a produtora executiva e assessora jurídica, a escritora Fabiana Valéria. *Lançamentos e homenagens*

Entre ações coletivas e individuais, houve lançamento de 13 livros dos autores: Fabiana Valéria, Rafael Gama, Márcia Mendes, Luh Oliveira, Juscelino Bomfim, Analu Leite, Sandy Esteves, Adriane Primo, Naiara Gramacho, Débora Santos e Carmem Camuso. Também houve ações para as infâncias, no FLIÉzinho, espaço das editoras baianas e feirinha de livros de autores baianos independentes, Programa Bahia sem Fome, Feira de Agricultura Familiar, artesanato e pequenos empreendedores. Foram homenageados os ilheenses Tarsilla Alvarindo, repórter da TV Bahia, e José Carlos Arandiba (Zebrinha), coreógrafo, professor e bailarino reconhecido internacionalmente, jurado técnico do quadro Dança dos Famosos, do Domingão com Huck. Foram homenageados também Mãe Ilza Mukalê, Mestra Lainha, Ruy Póvoas, e homenagem in memoriam a Mestre Virgílio, Reizinho e Conceição Lopes.

 

Parcerias

Foram parceiros do I Festival Literário Estudantil do Litoral Sul (FLIÉ) o Colégio Estadual de Tempo Integral Professor Carlos Roberto Arléo Barbosa, o Núcleo Territorial de Educação 05, a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), o Instituto Federal de Educação da Bahia (IFBA), a União de Negras e Negros pela Igualdade (UNEGRO), o Movimento Negro Unificado (MNU), Povos de Terreiro, Quilombolas, Povos Originários e a Academia de Letras de Ilhéus. Este projeto foi contemplado no Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários (nº 01/2024), por meio do Programa Bahia Literária, com o apoio do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura, via Fundação Pedro Calmon.

 

O edital é direcionado à modalidade de fomento à execução de ações culturais, conforme o Decreto Federal nº 11.453/2023, a Política Estadual de Cultura (Lei n.º 12.365/2011), o Plano Estadual de Cultura (Lei n.º 13.193/2014), o Plano Estadual de Educação da Bahia (Lei n.º 13.559/2016) e a Lei Federal nº 14.133/2021. O projeto conta ainda com o apoio cultural do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), vinculado à Secretaria de Educação do Estado da Bahia, por meio da Rádio Educadora FM e da TVE Bahia.