:: 5/abr/2020 . 9:59

Eulina Lavigne

Antes de falar um pouco sobre o assunto é necessário diferenciarmos a emoção do sentimento, pois muitos entendem como algo similar.

A emoção está associada a uma ação corporal que acontece dentro do corpo, nos músculos, vísceras, etc, está relacionada, portanto, a um comportamento. O sentimento está associado a um processo mental sobre o que está acontecendo no nosso corpo. Portanto, a emoção é uma ação corporal que pode ser vista diferentemente do sentimento e são elas que podem revelar se falo a verdade ou não sobre o que estou vivenciando.

Por exemplo, se o meu corpo treme ou se  encolhe posso estar sentindo medo ou vergonha. Se as minhas mãos ficam enrijecidas e fechadas sinto raiva. Se a minha respiração fica ofegante posso me sentir ansiosa. Então, é o corpo que expressa uma emoção que é traduzida pela mente em um sentimento, e muitas vezes o corpo vivencia algo e negamos. Meu corpo pode revelar tremores e posso lhe dizer que estou com coragem para fazer algo, e isto indicar que existe um discurso desalinhado com o que expresso.

E como lidar com as nossas emoções diante do evento do Coronavirus?

Para responder a esta pergunta é importante antes,  refletirmos sobre qual a função do coronavirus para a humanidade, pois no meu entendimento, todos os acontecimentos que se apresentam em nossas vidas, trazem aprendizados e penso que é nisto que devemos focar neste momento.

Falando como uma especialista em traumas, a Terra, a casa onde moramos, estava sendo extremamente ativada e sobrecarregada de emoções por conta desse ritmo louco que nos impomos, sem tempo para vivenciarmos com mais profundidade as nossas relações, sem tempo para inclusive, desenvolvermos um autocuidado, com a nossa alimentação, com o nosso corpo, saúde mental e com a mãe natureza. A Terra não estava suportando mais.

Do ponto de vista fisiológico, o mundo estava ativando profundamente o seu Sistema Nervoso Autônomo Simpático (que é aquele que nos sacode, que nos chama para a vida, para fazer e acontecer), fazendo mil coisas ao mesmo tempo, com pouco tempo para relaxar e entrando em total desequilíbrio, rompendo os limites da nossa capacidade de resistir, a qual chamamos de resiliência. Quando isto acontece provocamos uma divisão do corpo, da mente e do sistema nervoso provocando uma dissociação, ou seja, eu perco o contato com o meu mais profundo ser. Vou perdendo a noção do que estou fazendo e como isto reverbera em mim e no outro.

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Para marcar a passagem do Dia do Jornalista, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) está lançando o evento Encontros Digitais. A iniciativa terá em seu lançamento o neurocientista Miguel Nicolelis, professor e pesquisador da Universidade de Duke (EUA) e coordenador científico do Consórcio Nordeste. Ele fará uma exposição com o tema “As Ações da Ciência no Combate ao covid-19”, nesta terça (07), 15h. O evento tem o apoio da Ayoo (www.ayoo.com.br).

Será uma oportunidade para entendermos como os pesquisadores de todo mundo, com quem professor Nicolelis está em contato, têm agido nesta pandemia. Ele também falará sobre as perspectivas de futuro, passada a crise. Ao final da exposição, responderá a perguntas dos participantes.

A atividade será aberta aos jornalistas, sindicalizados ou não. Para participar, é preciso fazer a instalação do app ZOOM, disponível para PC, Mac, iPad, iPhone ou dispositivo Android (veja como, abaixo). O Sinjorba cadastrará uma quantidade limitada de colegas de veículos de comunicação que poderão fazer perguntas ao final da exposição.

“O Encontros Digitais estaria na programação que a entidade planejou para este mês, a fim de comemorar o Dia do Jornalista”, diz Moacy Neves, presidente do Sinjorba. Ele informa que por conta da crise do covid-19 as demais atividades foram canceladas e esta videoconferência foi repensada para atender a necessidade do momento. “Terminou por se transformar no principal evento da passagem deste 7 de abril, porque vai contribuir com informações e apontar perspectivas para o debate sobre o futuro”, pontua ele.

Miguel Nicolelis
Neurocientista brasileiro, professor, pesquisador e codiretor do Centro de Neuroengenharia na Universidade de Duke (EUA), é referência mundial na pesquisa da interface entre cérebro e computadores (neuropróteses). Nicolelis alia robótica e neurofisiologia na pesquisa do desenvolvimento de próteses para a reabilitação de pacientes que sofrem de paralisia corporal. Seu trabalho integra a lista das “10 tecnologias que vão mudar o mundo” (Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT).