bienalOlhares atentos a tudo. Em mãos, os vales-livro viabilizados pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia. O sentimento é de euforia e, ao mesmo tempo, de autonomia para adquirir as obras do interesse. O difícil foi escolher no meio de tantas opções. Este foi o clima que estudantes da rede pública estadual de ensino vivenciaram na visitação escolar, nesta segunda-feira (11), na XI Bienal do Livro da Bahia, no Centro de Convenções, em Salvador.

Durante o dia, alunos de 20 colégios estiveram na bienal, acompanhados do corpo docente das unidades – as visitas continuam até quinta (14). Um dos mais empolgados era o professor Clevenson Atanásio, do Colégio Estadual Daniel Lisboa. “Estou tão feliz com essa oportunidade que a Secretaria da Educação está oferecendo a esses meninos. Eles estão se sentindo prestigiados com os vales-livro que lhes dão autonomia de adquirir R$ 50 em títulos”.

O aluno Mateus Vieira de Sousa, 11 anos, da 5ª série, adquiriu um livro para cada pessoa de sua família. “Para minha mãe, comprei um de receitas, para meu pai vou dar ‘Acabe de vez com o estresse’, e para minha irmã peguei um livro de história. Para mim, estou levando um sobre automobilismo, o assunto que mais gosto de ler”.

Gostos distintos 

Entre livros didáticos, religiosos, técnicos e literários, os estudantes levaram para casa os exemplares que despertavam o seu interesse. “Isso é muito estimulante para que eles tomem gosto pela leitura”, disse a professora Lúcia Rocha, do Colégio Estadual Padre José. O aluno Sérgio Lima, 17, do 2º ano do Colégio Estadual 15 de Novembro, por exemplo, usou o vale-livro para adquirir algumas obras de autores espíritas. “A bienal está muito legal. Não dava muita importância à leitura, mas agora estou me interessando por temas do Espiritismo”.

Já os estudantes Pablo Vinícius Borges e Enzo Belmonte, de 14 anos, do Colégio Estadual Vitor Civita, buscavam livros didáticos com o propósito de estudar juntos para as provas do Instituto Federal da Bahia (Ifba). “É a segunda bienal que venho e acho tudo muito interessante. Hoje compramos livros de língua portuguesa, matemática e redação, além de um manual de gramática, para estudarmos bastante”, contou Pablo. Já Enzo disse que “ler é sempre muito interessante”.

‘Território Jovem’ 

Pela tarde, os alunos participaram, no espaço ‘Território Jovem’, de um debate sobre temas voltados para o mundo cibernético, sob o comando de Yuri Wanderlei e João Henrique Virgens, da coordenação do Ambiente Educacional Web, disponível no Portal da Educação. O convidado foi o representante da empresa Safernet, Rodrigo Nejm.

“Vivemos um momento em que a literatura está inserida nessa nova plataforma. Nosso objetivo, com esse evento, foi compartilhar as especificidades desse novo ambiente, como usar de forma ética e segura, sem expor a privacidade”, afirmou Yuri. Na ocasião, foram apresentadas as mídias e tecnologias educacionais do Ambiente Educacional Web e do Professor Web.

Exposição

Durante a Bienal, os visitantes podem apreciar uma exposição com 40 obras desenvolvidas no projeto Artes Visuais Estudantis (AVE). O público pode participar também da oficina de grafite ministrada pelo artista Pablo de Jesus, ex-aluno da rede estadual e autor da obra ‘O Dom da Vida na edição de 2011 do AVE’, pintura que estampou o cartão de final de ano do governador Jaques Wagner.

Já a oficina ‘PalavrAção’ trabalha com palavras e imagens na construção de uma nova forma de escrever. A produção de um cartão de mensagens, além de um grande livro de histórias, trará o resultado do aprendizado. A oficina iniciada nesta segunda é ministrada por professores e monitores do Centro Juvenil de Cultura e Ciência (CJCC), da Secretaria da Educação do Estado.

Visitação escolar

Mais de três mil alunos de 80 escolas da rede estadual visitarão a XI Bienal do Livro Bahia até o dia 14 próximo. A secretaria está viabilizando o transporte dos jovens, que saem das escolas para o evento, com direito a vales-livro, no valor de R$ 50. Os estudantes podem participar de espaços como ‘Café Literário’, ‘Baú de Histórias’, ‘Território Jovem’ e ‘Praça do Cordel e Poesia’, além de ter acesso a autores consagrados, como João Ubaldo Ribeiro, e a todo o acervo bibliográfico da bienal.