A Federação Baiana de Entidades Ambientalistas Defensoras dos Animais (Febadan), aprova o projeto de lei do vereador Marcell Moraes, onde proíbe sacrifícios de animais em cultos religiosos e avalia que todo esse imbróglio tem tomado uma repercussão exagerada, pois a medida não vai atingir o praticante do Candomblé sério, mas sim os autores de rituais de magia negra.  “A legislação já diz que a morte de animais é autorizada somente quando é para o alimento, para a sobrevivência, como já faz o candomblé sério. Então não vejo motivo para tanto alarde, pois somente o ritual de magia negra será atingido, que há casos de sacrifício de cães, gatos pretos e até mesmo crianças. Eu sou favorável ao projeto do vereador, desde que seja dessa forma”, declara Ana Cláudia Andrade, diretora jurídica da Febadan e fundadora da instituição.

Já a ativista Janaina Rios, presidente da ONG Célula Mãe, uma das entidades mais atuantes de proteção animal, é ainda mais enfática. Ela diz que o projeto é necessário e o vereador foi corajoso ao apresentá-lo. “Somos favoráveis porque a crença religiosa não pode sobrepor o direito da vida. Não concordamos com sacrifício em nenhuma hipótese. Defendemos o respeito à vida, pois a vida é um direito sagrado. Inclusive defendemos o vegetarianismo, para garantir o direito à vida dos bichos. Somos a favor do projeto. Foi corajoso e necessário, pois aqui na Bahia essa prática é muito frequente. Não somos contra nenhuma religião, inclusive muitos membros da nossa associação são candomblecistas, mas não concordam com o sacrifício”, relata Janaina.

Outra entidade favorável é a ONG Animal Viva, que atua no controle populacional dos bichos em Salvador e no trabalho educativo em escolas contra os maus tratos. “Acredito que o bem estar dos animais precisa ser conservado e nossa sociedade precisa fazer ajustes, pois os tempos mudaram. A forma como é feito o sacrifício por alguns grupos deveria ser pensada. Nem todos atuam de forma cruel, mas muitos sim. Muitas vezes são praticas violentas e crueis, mesmo considerando que se trata de  uma questão religiosa e cultural. Acho que essa pratica deveria ser ao menos refletida”, diz Ana Claudia Borges, representante da ONG.

Já a Associação Brasileira Protetora dos Animais (ABPA) adota um posicionamento de meio termo. É contra o sacrifício dos animais, porém acredita que a proibição não é o melhor caminho neste momento.  Segundo Urania Almeida, diretora da associação nacional, o sacrifício precisa ser revisto, porém o vereador deveria optar por fazer uma campanha de conscientização. Eu pessoalmente nem gosto de pensar como seja feito o sacrifício. Somos defensores da vida dos animais, mas não é proibindo que vamos alcançar nosso objetivo”, concluiu a representante da ABPA.