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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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Depressão: a dor invisível das mulheres

 

Mônica Ralile

 

A depressão é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “mal do século”, e os números mostram que ela tem rosto majoritariamente feminino. Estudos indicam que as mulheres têm quase o dobro de chances de desenvolver o transtorno em comparação aos homens.

Especialistas apontam que a explicação vai além da biologia. Oscilações hormonais relacionadas ao ciclo menstrual, gravidez, pós-parto e menopausa podem ser gatilhos, mas não são os únicos fatores, a sobrecarga emocional, desigualdade social e violência de gênero tornam as mulheres mais vulneráveis. Ainda assim, falar sobre o tema continua sendo um desafio, pois o preconceito e a incompreensão permanecem.

Silenciosa, a depressão atravessa a vida de milhares de mulheres. É uma dor que não deixa marcas visíveis no corpo, mas que pesa na alma. Muitas vezes camuflada pelas múltiplas jornadas, ela se esconde nos bastidores da rotina. Por trás de um vazio latejante, invisível aos olhos apressados do mundo.

A depressão é uma dor que não sangra, mas corrói. Que não deixa hematomas, mas pesa como chumbo no peito. Que não grita , apenas silencia, e  por ser invisível, é tantas vezes desacreditada, confundida com drama, fraqueza ou falta de fé.

E, no entanto, é real. Real como as madrugadas insones, os dias sem cor, a exaustão de existir. A depressão nas mulheres é também fruto de silêncios impostos, de expectativas que esmagam, de violências caladas.

Os sintomas mais comuns incluem tristeza persistente, alterações no sono e no apetite, cansaço constante e pensamentos suicidas. Apesar do aumento das discussões sobre saúde mental, muitas mulheres ainda têm dificuldade de procurar ajuda e silenciam a dor por medo de julgamento.

Enquanto o tema não ocupa o espaço necessário nas agendas da saúde, milhares de mulheres continuam sofrendo em silêncio — divididas entre o peso da rotina e a solidão de uma dor que, muitas vezes, não é levada a sério.

A depressão não é fraqueza, não é falta de fé, tampouco drama. É uma condição séria de saúde mental que exige acolhimento, tratamento e, sobretudo, empatia. Reconhecer essa dor invisível é o primeiro passo para iluminá-la.

Mônica Ralile é educadora e escritoria

2 respostas para “Depressão: a dor invisível das mulheres”

  • Alderacy Pereira da Silva Junior says:

    Cara Mônica Ralile! O seu ingresso neste relevante blog marcou, então, o início da sua jornada como articulista. Leio seus escritos com interesse e afeto. O tema desse artigo de opinião abordou uma questão que merece leitura, reflexão e debate. Aprendo muito com sua Literatura e ensaios. Siga em frente. Abraço carinhoso do seu amigo Alderacy.

  • Eugênia Araújo says:

    Você trouxe uma reflexão muito necessária.
    A depressão já é, por si só, uma condição que fragiliza, e quando somamos o peso do preconceito, o sofrimento se intensifica. Vivemos mesmo em uma sociedade contemporânea “fluida e volátil”, em que as relações mudam rápido e muitas vezes se tornam superficiais. Nesse contexto, o preconceito funciona como uma barreira: afasta, silencia e pode levar ao isolamento, que é um dos grandes agravantes da depressão.
    O combate a essa realidade passa por informação, empatia e acolhimento.

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