:: ‘tombamento’
ABC da Noite: depois do tombamento, o arrombamento
Numa cidade refém da violência, depois da comemoração vem a decepção. Passados três dias do tombamento do ABC da Noite, um dos mais tradicionais botecos de Itabuna, em meio a uma grande festa na Lavagem do Beco do Fuxico, ao chegar ao local na manhã desta terça-feira, o Caboco Alencar se deparou com o telhado arrombado.
Durante a noite, marginais entraram no ABC da Noite pelo telhado e surrupiaram cerca de 300 reais do caixa. Nem chegaram a tocar nas batidas, posto que esses vagabundos devem ser chegados mesmo é em maconha, crack e pinga corote. Mas quebraram objetos e jogaram copos, garrafas e livros pelo chão.
Resignado, o Caboco Alencar registrou queixa na delegacia de policia. Tem tanta esperança de que os bandidos sejam presos como a de que o saci Pererê, Papai Noel, Coelhinho da Pascoa e Mula sem Cabeça apareçam no ABC pra tomar uma.
Como o que está ruim pode ficar pior, o Caboco está diante de um problema: como o prédio foi tombado e deve manter as características atuais, ele não sabe de poderá reforçar o telhado a fim de evitar visitas fora do horário do expediente.
ABC da Noite: patrimônio histórico de Itabuna
Muita alegria e emoção marcaram o tombamento do bar ABC da Noite no sábado, 9, abrindo oficialmente a Lavagem do Beco do Fuxico, no centro de Itabuna.
A solenidade foi iniciada pelo secretário da Indústria, Comércio e Turismo, José Humberto Martins, que falou da alegria e do momento histórico para a cidade e pelo decreto assinado pelo prefeito Claudevane Leite.
O vice-prefeito e secretário de Planejamento e Tecnologia, Wenceslau Augusto Júnior, conduziu a solenidade de tombamento do imóvel
Emocionado, o comerciante Alencar Pereira, o “Cabôco” Alencar, transferiu a homenagem para a população e disse que o reconhecimento da Prefeitura foi recebido com humildade, já que o grupo social presente era formado por amigos efrequentadores do tradicional boteco, onde comercializa diariamente, entre as 11h30min e 13 horas e 17h30min e 19 horas, batidas com sabores de frutas regionais e essências como gengibre.
Para o jornalista Daniel Thame, presidente Academia de Letras, Artes, Música, Biritas, Inutilidades, Quimeras e Etc. (Alambique), trata-se de uma ação importante, porque Itabuna é uma cidade onde tombar significava derrubar.
“Temos vários prédios históricos que foram derrubados e, quando a Prefeitura toma uma iniciativa dessas de preservar um patrimônio histórico da cidade, temos que destacar”, observou. O artista plástico Renart anunciou que pretende fazer a doação da placa de tombamento em homenagem à data.
Lavagem do Beco do Fuxico terá tombamento do ABC da Noite
Iniciativa da Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias, Etc., a Alambique, prontamente acatada pela administração municipal, o tombamento do ABC da Noite, do Caboco Alencar, será oficializado no próximo dia 9 de março, data da Lavagem do Beco do Fuxico, que tem no ABC seu maior símbolo.
O processo de tombamento do imóvel onde há 50 anos funciona o ABC da Noite está sendo agilizado pelo secretário de Industria e Comércio da Prefeitura de Itabuna, José Roberto Ramos Martins.
Detalhes da festança e da justa ´bebemorança´ (afinal, é algo a celebrar o fato de que o tombamento de um prédio histórico em Itabuna não signifique a sua demolição) serão definidos no início da próxima semana.
Projeto na Região Cacaueira propõe tombamento de jequitibás
O jequitibá é uma das espécies mais tradicionais da região cacaueira, considerado um verdadeiro tesouro entre os produtores. Tradicionalmente a árvore é encontra em meio ao cultivo do cacau, que na região sul da Bahia é plantado no sistema cabruca, em meio a Mata Atlântica, que visa produzir e preservar o ambiente.
Em virtude disto o Instituto Cabruca em parceria com a Ceplac deu inicio a um trabalho de identificação de Jequitibás centenários, preservados nas fazendas no sul do estado, com o intuito de encontrar os maiores Jequitibás da região e sugerir aos órgãos responsáveis, o tombamento destas árvores como patrimônio histórico, cultural e paisagístico de seus municípios, ao mesmo tempo ampliar as visitas ao local, estimulando o turismo rural.
O projeto teve inicio pelos municípios de Ipiaú e Ubatã, e quando encontradas, as árvores são cadastradas, coletadas as sementes e recebem uma pequena placa de identificação. Um bom exemplo está na Fazenda Segredo, localizada na região da água Branca, zona rural de Ipiaú, que guarda um exemplar com 45 metros e 33 centímetros de altura, 9 metros e 20 centímetros de diâmetro e com aproximadamente 400 anos.
Na Fazenda Boa Lembrança, localizada em Ubatã, que também recebeu a visita do projeto, por lá o Jequitibá é considerado uma árvore de estimação e foi até batizado com o nome de Sandó, em homenagem ao patriarca da propriedade. Sandó, até o momento, está sendo considerado o maior Jequitibá do município com 56 metros de altura e 7 metros e 60 centímetros de diâmetro.
Além da beleza exuberante de um jequitibá, estudos recentes associam a presença desta árvore somente em solos que são ricos em nutrientes, ou seja, que são bons para a cacauicultura. Para valorizar a preservação das árvores nas propriedades, o Instituto Cabruca, anunciou um concurso que premiará a fazenda que preservar o maior Jequitibá do sul da Bahia. (fonte: site Mercado do Cacau)
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