:: ‘Sustentabilidade e Resistência’
O cacau e o protagonismo negro na transformação do Sul da Bahia: uma história de sustentabilidade e resistência
Alex Pantera
O cacau é mais do que um fruto; é uma semente de transformação social, econômica e cultural para a Bahia. Desde o século XIX, quando começou a ser cultivado de maneira mais intensiva no estado, o cacau moldou a economia, a paisagem e a cultura do sul da Bahia, sendo responsável pela ascensão da região como um dos maiores polos cacaueiros do mundo. No centro dessa história, está o protagonismo da população negra, que desempenhou um papel fundamental na construção desse legado.
O Impacto Econômico do Cacau no Sul da Bahia
A cultura do cacau chegou ao sul da Bahia no final do século XVIII e, ao longo dos séculos seguintes, transformou a região em um dos principais produtores globais. Na década de 1980, o Brasil chegou a ser o segundo maior produtor de cacau do mundo, com a Bahia contribuindo com mais de 90% da produção nacional. Esse período de prosperidade econômica atraiu investimentos e impulsionou o desenvolvimento de cidades como Ilhéus, Itabuna e Uruçuca, que se tornaram centros econômicos e culturais do estado.
O cacau baiano não só gerou riqueza para os grandes fazendeiros, mas também proporcionou empregos para milhares de trabalhadores, a maioria negros, que foram a base da produção cacaueira. Esses trabalhadores, com seu conhecimento e suas técnicas, foram fundamentais para o cultivo do cacau em sistemas agroflorestais, que preservam a mata atlântica e garantem a sustentabilidade das plantações.
A Crise e a Reinvenção: Resiliência e Inovação da População Negra
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