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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Alemanha’

Na Alemanha, Rui visita escola profissionalizante e empresa de aparelhos de saúde

rui alemanha 1A escola profissionalizante Hoppenlau, que funciona nos moldes do Senac, e existe desde 1926 instalada na cidade de Stuttgart, na Alemanha, recebeu a visita do governador Rui Costa, no início da manhã desta quinta-feira (8). Na escola, Rui foi conhecer a experiência de uma das mais avançadas economias do mundo na área de ensino profissionalizante, a fim de buscar soluções que possam ser replicadas nas escolas técnicas estaduais da Bahia.

Logo em seguida, o governador baiano se reuniu com representantes e empresários da Câmara de Indústria e Comércio de Stuttgart, que representa o interesse de aproximadamente 155 mil empresas associadas. A CCI da região de Stuttgart é uma das 80 Câmaras Alemãs de Comércio e Indústria. A entidade coopera estreitamente com as Câmaras Alemãs de Comércio Exterior, bem como representantes do comércio alemão em mais de 90 países.

rui alemanha 2 Os compromissos do governador nesta quinta-feira (8) foram encerrados com uma visita à empresa alemã Erbe Elektromedizin GMBH, fundada em 1851, e produtora de dispositivos médicos. O objetivo foi prospectar novos negócios e atrair investimentos na área de saúde para o estado baiano, sobretudo para compor o pólo farmaquímico, biotecnológico e de produtos do segmento.

Especializada na produção de aparelhos e acessórios médicos para diversas especialidades da medicina, a tecnologia médica da Erbe é aplicada no mundo todo por cirurgiões, equipes de operação e pacientes. Os aparelhos e instrumentos cirúrgicos são utilizados em praticamente todas as disciplinas médicas.

O governador se encontra na Europa em viagem de negócios e percorrerá cidades da Itália, Alemanha e Espanha entre os dias 4 e 17 de outubro com o objetivo de atrair novos empreendimentos nas áreas de energia solar e indústria farmacêutica, dentre outros segmentos, para a Bahia.

 

Grupo Suzana Santos, com quatro fábricas na Bahia, exporta calçados para o Oriente Médio

Düsseldorf, DEU. 29.07.2015. Fashion Show Brazilian Footwear im Rahmen der GDS – Global Destination for Shoes & Accessoires  vom 29. bis 31. Juli 2015. --- Fashion Show Brazilian Footwear on occasion of GDS – Global Destination for Shoes & Accessoires from 29. to 31. July 2015. Foto: Constanze Tillmann, Exploitation right Messe Duesseldorf, M e s s e p l a t z, D-40474 D u e s s e l d o r f, www.messe-duesseldorf.de; eine h o n o r a r f r e i e  Nutzung des Bildes ist nur fuer journalistische Berichterstattung, bei vollstaendiger Namensnennung des Urhebers gem. Par. 13 UrhG (Foto: Messe Duesseldorf / ctillmann) und Beleg moeglich; Verwendung ausserhalb journalistischer Zwecke nur nach schriftlicher Vereinbarung mit dem Urheber; soweit nicht ausdruecklich vermerkt werden keine Persoenlichkeits-, Eigentums-, Kunst- oder Markenrechte eingeraeumt. Die Einholung dieser Rechte obliegt dem Nutzer; Jede Weitergabe des Bildes an Dritte ohne  Genehmigung ist untersagt | Any usage and publication only for editorial use, commercial use and advertising only after agreement; unless otherwise stated: no Model release, property release or other third party rights available; royalty free only with mandatory credit: photo by Messe Duesseldorf]

Foto-Messe Duesseldorf

A valorização do dólar e o fraco desempenho das vendas no Brasil têm feito os calçadista brasileiros buscarem novos mercados, principalmente o asiático. No mês passado, 29 marcas brasileiras participaram da feira alemã de calçados GDS (Global Destination for Shoes), em Düsseldorf, e venderam quase R$ 10 milhões. Entre elas a fábrica catarinense Suzana Santos, com quatro fábricas no Sudoeste da Bahia, em Iguaí, Potiraguá, Maiquinique e Itarantim, que produzem a linha de sapatos femininos Renata Mello.

A indústria Suzana Santos integra o projeto Brazilian Footwear —braço da Apex-Brasil, agência federal que promove ações de incentivo às exportações e já faz negócios com países da América do Sul e Central, Rússia e Filipinas. “Fizemos bons negócios para Kuait e Israel. O interesse maior deles é pelas sapatilhas, produto de valor agregado menor se comparado à nossa vasta oferta de saltos altos, porém mais baratos – custam, em média R$ 55, bastante competitivas em relação ao calçado chinês que fica na faixa de R$ 30”, explica Manoela Santos, responsável pela internacionalização da marca.

A companhia produz, além da linha de calçados femininos Renata Mello, as grifes Suzana Santos, Arts’Brasil e Azillê.  Está investindo na Bahia cerca de R$ 10,2 milhões e gerando 2.500 empregos diretos. Em Itarantim, montou também um centro de distribuição, com área de 4 mil m2, para atendimento aos mercados do Norte/Nordeste.

“Com o dólar no atual patamar, passamos a ser muito competitivos no mercado internacional. E as fábricas da Bahia irão impulsionar esse crescimento. Vamos dobrar a nossa produção, que atualmente é de 16 mil pares de calçados femininos/dia”, afirma Janderson Marchiori, diretor-executivo da Suzana Santos, que integra o parque industrial baiano de calçados, composto por 54 empresas de sapatos e acessórios, e 25 de componentes.

Atleta de Ubaitaba ganha medalha de ouro na Copa do Mundo de Canoagem

canoa 2

O canoista de Ubaitaba, Isaquias Queiroz conquistou medalha de ouro na etapa de Duisburg, Alemanha, da Copa do Mundo de Canoagem. Isaquias venceu Sebastian Brendel numa disputa emocionante e mostrou que o baiano é forte candidato a medalha nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Ele já havia faturado a medalha de prata na prova de 1000 metros do C1, quando ficou atrás justamente de Brendel.

O alemão foi quem “herdou” a medalha de ouro do brasileiro no Mundial do ano passado, em Moscou, quando o atleta acabou virando sua canoa a dois metros para o fim da prova que liderava. No  domingo, Isaquias deu o troco. Se no sábado começou melhor e acabou cedendo a primeira colocação, desta vez manteve a performance desde o início da prova e não perdeu a liderança. Isaquias já havia feito o melhor tempo das eliminatórias e voltou a mostrar superioridade nesta categoria, deixando a prata com

Ilheus sedia Encontro Internacional da Rede Vida Viva

rede 1

Dirigentes de sindicatos de diversos países e estados brasileiros participaram em Ilhéus, entre os dias 21 a 23 de novembro, do 8° Encontro Internacional da Rede Vida Viva, que teve como tema principal a precarização do trabalho em nível mundial, com destaque para o adoecimento nos locais de trabalho. Durante os três dias do evento foram realizados debates, dinâmicas, trocas de experiências e apresentação de propostas sobre a melhoria das condições de trabalho no mundo, além de confraternizações e atividades ambientais e culturais destacando os potenciais artísticos e turísticos de Ilhéus.

 

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Alemão escondia 7 kg de maconha em pousada na Bahia

O alemão Walter Joerj Zitzel, o “Nick”, de 75 anos, que há 22 anos esteve preso por seis meses, por tráfico internacional de mulheres, foi encaminhado ao Presídio de Lauro de Freitas, depois que policiais civis apreenderam sete quilos de maconha em sua pousada, no bairro Caji. Equipes do Grupo de Apreensão e Captura (GRAC), do Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) e do Departamento de Narcóticos (Denarc) também prenderam outros cinco traficantes naquele estabelecimento.

Alvos da Operação Country, “Nick”, Jader Vitor do Espírito Santo, 25 anos, Edmundo de Jesus Santana, 30, Jacson Luis Reis Lopes, 19, Leandro Pinheiro Lima, 23, e Alexandre Magno Batista Santana, 27, escondiam ainda na pousada, situada na Avenida José Leite, 16 “trouxinhas” e vários cigarros de maconha, além de uma balança de precisão. Os comparsas do alemão também já estão no presídio.

O delegado Marcelo Novo, do GRAC, autuou os seis criminosos em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico. A maconha apreendida será periciada no Departamento de Polícia Técnica (DPT). As investigações indicam que a pousada de “Nick” era utilizada como local de armazenamento de droga. Residindo na Bahia há 35 anos, o alemão constituiu família no estado e tem três filhos. Apenas um deles vive em sua companhia.

Crise Russia-Ucrânia: os EUA empurram a Europa e o mundo para uma nova guerra?

 guerra

Conflicts Forum, Comentários, semana 25/7-1/8/2014
9/8/2014, http://www.conflictsforum.org/2014/conflicts-forum-weekly-comment-25-july-1-august/

“Há nova guerra começando na Europa” – disse ele. –
“Você realmente pensa que [a sentença de Haia no caso Yukos] tenha alguma importância?”
(Financial Times, 28/7/2014, citando fonte próxima do presidente Putin)
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O governo dos EUA anda expressando profunda satisfação. Afinal – contra as dúvidas, que persistiam semana passada – conseguiu empurrar uma relutante Alemanha a aceitar as sanções setoriais contra a Rússia e a unir-se à política para, claramente, isolar o presidente Putin. Sim, escrevi mesmo “Putin”, não “Rússia” – porque os políticos norte-americanos estão (outra vez!) convencidos de que, como resultado da ‘dor’ das sanções e de uma economia sob sítio, eles conseguirão induzir o povo russo a trocar o presidente Putin por algum outro presidente mais confortável e mais pró-ocidente. O presidente Obama chegou a manifestar abertamente o pervertido prazer de estar “desmontando décadas de genuíno progresso” na Rússia, e de ter tornado “uma já fraca economia russa, ainda mais fraca”.

E se Putin não cai, nesse caso uma ‘contenção’ de estilo iraniana tornará ‘impuro-intocável’ o presidente russo, e limitará a capacidade dele para desafiar a ordem global. E a Europa persistirá ancorada a Washington.

A liderança na UE, combinada aos seus profundos laços com a Rússia, significava que a Alemanha era o único estado que poderia reduzir ou conter a fúria dos anglo-saxões para impor sanções à Rússia e demonizar Putin. Em sentido importante, sancionar a Rússia tem tanto a ver com  o futuro da Europa (particularmente com o futuro da Alemanha e de seu relacionamento com os EUA) e a manutenção da hegemonia dos EUA sobre a ordem internacional – quanto tem a ver com a Ucrânia e o voo MH17. Mas, sobretudo, é reafirmação do poder dos EUA, num momento de fraqueza visível – como a campanha de Suez o foi para Grã-Bretanha e França.

A vitória sobre a Alemanha (pelo menos, por enquanto), a imposição de sanções e de fato o gerenciamento de toda a imprensa-empresa sobre o caso da Ucrânia e a derrubada do MH17 (uma catarata de emoção ‘humanitária’ de horror, como meio de ação psicológica para impedir que algum eventual verdadeiro jornalismo investigasse o que realmente aconteceu ao avião malaio); e o uso desse contágio emocional para demonizar Putin como ‘bárbaro sem qualquer limite’ – é nada além de espetáculo-show do poder norte-americano, assumidamente ‘para impressionar’. Nada, aí, tem a ver com ‘realidades’ – como já foi deixado abundantemente claro na carta de ex-oficiais de inteligência dos EUA ao presidente Obama. Ainda não se sabe (oficialmente) o que aconteceu ao MH17.[1]  É um espetáculo-show de poder: simplesmente isso.

O período mais recente, essencialmente, foi focado numa discussão profunda na Alemanha sobre sua alma germânica. Inicialmente, Alemanha adotou posição contra saltar depressa demais na trilha das sanções; mas pressões diretas dos EUA, e a matrix de influência indireta dos EUA que contamina tudo, sob a superfície europeia, afinal (por enquanto) prevaleceu. A questão e se isso marca algum ponto de virada na política europeia: Essa vitória dos ‘atlanticistas’ no caso das sanções contra a Rússia é vitória de valor meramente tático; ou tem valor verdadeiramente estratégico?

A questão envolve a alma germânica: imediatamente depois das duas guerras europeias, a Alemanha buscou desesperadamente reduzir-se, como um Gulliver – grudar-se naquele novo eixo ‘euro’ entre França e Alemanha — de tal modo que aquele conflito nunca mais voltasse e irromper. Consequência disso, o centro de gravidade da Europa depois da Guerra mudou-se claramente para os litorais atlânticos. Nem poderia ter sido diferente: a Alemanha emergiu da guerra como nação derrotada, com a indústria em ruínas e sob ocupação pelos Aliados.

Os anglo-saxões tendem a ver esse resultado (uma centricidade atlanticista) como nada além de seu direito legítimo como ‘vitoriosos’. Mas os alemães sabem – no fundo da alma – que a verdade é outra: que foi o Exército Vermelho quem, ao longo dos três anos antes do desembarque na Normandia, lutara contra a Wehrmacht e a derrotara.  Os alemães perderam a 2ª Guerra Mundial na Batalha de Stalingrado – quando a maior parte dos sobreviventes do poderoso 6º Exército Alemão renderam-se aos russos, inclusive 22 generais.

19 meses antes, a maior força de invasão jamais organizada invadiu a Rússia por uma fronteira de 1.600 km. 3 milhões de soldados alemães; 7.500 unidades de artilharia; 19 divisões Panzer com 3 mil tanques; e 2.500 aeronaves deslocaram-se por território russo durante 14 meses. Em junho de 1944, três anos adiante, pouco restava desse exército descomunal. O Exército Vermelho mastigara os nazistas.

É essa história terrível partilhada de milhões de mortos dos dois lados que uniu Alemanha e Rússia, depois do fim do Muro (além da presteza com que a Rússia aceitou a reunificação da Alemanha). A Alemanha queria (ainda mais do que quisera em relação à França) unir as duas grandes potências da Europa de tal modo que aquela guerra nunca mais voltasse a ser possível.

A partir dali, a Alemanha deu-se trabalho gigantesco e sofreu muitas dores para cortejar os russos. Ofereceu sua força industrial e seu know-how para ajudar a Rússia em importantes projetos russos de infraestrutura e construção industrial. A Rússia aceitou e valorizou tais aberturas. Os dois estados, com a infraestrutura industrial dizimada pela guerra, compreenderam também o imperativo de que qualquer estado industrial tem de ter recursos energéticos – e compreenderam também que os EUA, depois da primeira Guerra Europeia, haviam-se assenhoreado das principais fontes de recursos de petróleo (e, claro, da política internacional muscular que vem com elas).

O relacionamento russo-alemão cresceu como massa indivisa, de fato, em torno dessa perspectiva partilhada da importância de a Europa não se prender em relações de dependência energética: quando o presidente Putin concebia a estratégia para a empresa Gazprom, concluiu que, se os EUA efetivamente controlavam as principais fontes de petróleo, então a Europa – a Rússia – tentaria controlar as principais fontes de suprimento de gás (a nova fonte de energia e de influência política). A Gazprom então se pôs agressivamente a comprar as principais fontes de fornecimento de gás na Ásia.

O ponto aqui foi que esse projeto que foi concebido como parte da ‘ligação’ que tornaria inconcebível a guerra – foi iniciativa conjunta russo-alemã. Veio à luz graças à cooperação de Hans-Joachim Gornig, um dos ex-vice-presidentes da Empresa Alemã de Petróleo e Gás Industrial, e que supervisionou a construção da rede de gasodutos da Alemanha Ocidental; e o primeiro presidente foi Vladimir Kotenev, ex-embaixador da Rússia na Alemanha (e o chanceler Gerhard Schroeder passou a trabalhar na Gazprom quando deixou o governo alemão em 2005). Todos esses laços, por sua vez, garantiram a segurança energética da Alemanha, mediante a conexão direta com o gás russo pelo gasoduto Ramo Norte [orig. Nord Stream].

Em resumo, ali o centro de gravidade da Europa inexoravelmente se moveu para o leste, na direção contrária aos litorais atlânticos. Na verdade, a jornada da Alemanha poderia ter parado ali (Rússia); mas a jornada manteve sempre a perspectiva (na mente dos russos, como na dos alemães) de que se poderia estender pela Rússia até Pequim e para uma aliança euroasiática que, pelo menos, ‘equilibraria’ o poder dos EUA.

O ‘pivô da história’ é conceito velho (proposto pela primeira vez por Mckinder em 1904), segundo o qual quem controla o ‘pivô’ (que se estende do Volga ao Yan-Tsé, e das montanhas Himalaias ao Ártico) controla mais de 50% dos recursos mundiais e assim, portanto, controla efetivamente o mundo.  (Os EUA têm sido hostis há muitos anos a qualquer controle sobre as terras do continente eurasiano por qualquer desses dos países; também têm se oposto a a Alemanha depender de fontes russas de energia. Os EUA sempre preferirão que a Europa importe o caríssimo gás liquefeito, dos EUA).

Como, então, poderia a Alemanha, agora, esquecer uma Stalingrado inscrita para sempre em sua alma mais profunda, e embarcar num curso de ação que – com a extensão inevitável, até o fracasso, da missão já em curso – pode empurrar a Europa para muito perto da guerra?

Pyotr Akopovimportante analista russo, também está intrigado com isso:
“Moscou esperava que o ‘jogo’ dos EUA, de isolar a Rússia, acabaria por [paradoxalmente] catalisar a emancipação da Alemanha [da hegemonia dos EUA]. Com certeza, ninguém [na Rússia] contava com rompimento rápido – o objetivo de Putin era, de fato, obter uma neutralidade condicional da Alemanha (e também da UE como um todo), no conflito entre Rússia e EUA [pela Ucrânia]”.

“Para facilitar [o não alinhamento da UE], a Rússia estava pronta para fazer concessões substanciais – limitadas, é claro, ao interesse nacional russo. Mas [por essa via], ambas, a paz e uma Ucrânia não alinhada, poderiam ter constituído a base da cooperação russo-europeia nos próximos anos. Bastaria que a Europa estivesse preparada para abster-se de ‘pular dentro’ da Ucrânia, enfiando-se sob o guarda-chuva atlântico. Infelizmente, nem Bruxelas nem Berlin quiseram admitir o simples fato de que a Rússia em nenhum caso admitirá a secessão de parte do mundo russo – golpe que apareceu sob a mascarada de uma eurointegração”.
Quer dizer então que o jogo acabou? A Europa terá sido ‘puxada’ com sucesso para a iniciativa nos EUA para instalar em Kiev um regime pró-Europa, pró-OTAN e furiosamente anti-Rússia? Só o tempo dirá; mas não se trata de os europeus estarem apenas ‘desentendidos’, sem saber do que se trata.

Um importante intelectual norte-americano, Professor Wallerstein, escreveu que  “o problema básico é que os EUA estão, já há algum tempo, em rota de decadência geopolítica. A coisa não agrada aos EUA. De fato, os EUA não ‘aceitam’ essa realidade, não sabem como lidar com ela e tendem sempre a minimizar o que os EUA estão perdendo. Assim, tentam restaurar o que já é irrestaurável: a ‘liderança’ norte-americana (leia-se: a hegemonia dos EUA) no sistema-mundo.”

Os resultados dessa resistência a ver a realidade, dessa negação dos fatos (veja-se, por exemplo, o discurso de Obama em West Point sobre o excepcionalismo norte-americano) têm sido muito visivelmente confusos; e não raras vezes perigosamente desestabilizatórios: os europeus, sim, estão ‘entendendo’ o que se passa – e veem, sim, que a Ucrânia pode ser, sim, mais uma aventura sem sentido, sem justificativa e muito perigosa.

Os EUA estão em declínio e a ordem global está com problemas: Nos anos 1990s, ainda poderia ter sido possível para os europeus convencerem-se eles mesmos de que a ‘ordem liberal’ reinava na maior parte do mundo; hoje, não mais. Na realidade, a ordem global está muitíssimo distanciada dos valores ‘liberais’. Foi gerenciada a golpes mais ou menos declarados e com revoluções ‘coloridas, ou por ações da habilidade unilateral dos EUA para excluir estados, expulsando-os do sistema financeiro global, ou pela manipulação da dívida.  Isso é simplesmente impossível de manter, como mecanismo para o longo prazo; e Rússia, China e os BRICS já estão construindo um sistema paralelo.

Em outras palavras, a mudança do centro de gravidade no rumo da Eurásia tem sua própria dinâmica, seja em termos de política global seja como locus das últimas fontes de recursos energéticos de baixo custo. Está acontecendo. Está em aceleração. E a Ucrânia acelerará o processo, ainda mais. A Alemanha ter concordado com Washington, portanto, é mais evento tático, que estratégico: o mais provável é que a Alemanha mantenha, inalterado, seu jogo de longo prazo.

Putin já deve ter alertado Angela Merkel de que seus movimentos podem levar à guerra – guerra real em plena Europa, outra vez; mas evidentemente ela crê que a guerra será evitada e que conseguirá reencontrar a via para retomar o engajamento com o presidente Putin. (Até aqui, não se vê ainda como.)

E aqui está o ponto: Obama tem suas duras sanções; mas ficará nisso? As sanções obrigarão Putin a aceitar deixar-se ficar, impotente, enquanto Kiev vai suprimindo a ferro e sangue a resistência no Donbass (e em outras províncias)? E se Obama obtiver isso, ficará por aí? Ou, ou as sanções e exigências voltarão a morder, insistindo, então, que a Rússia tem de desistir da Crimeia?  É possível que o presidente Obama suponha que as coisas não chegarão até lá. Angela Merkel talvez também suponha que não. Mas alguns no (e fora do) governo querem que as coisas cheguem precisamente até lá.

Será que alguém realmente crê que sanções porão de joelhos o presidente Putin, ou dobrarão a Rússia e a forçarão à submissão? Por que Obama mudou tão radicalmente, de posição em relação a quando, ainda candidato, “ridicularizou seu oponente Republicano Mitt Romney, que dissera que a Rússia seria a maior ameaça geopolítica para os EUA no século 21”?Será tudo, só, politicagem doméstica?

A seguir, ouve-se o que disse o Conselheiro Econômico do presidente Putin, avaliando os perigos. Absolutamente não significa que Sergei Glazyev falava em nome do presidente Putin; seus comentários, que são visivelmente pessoais e refletem perspectiva russa de raízes profundas, foram feitos durante uma mesa redonda sobre temas econômicos noMoscow Economic Forum dia 10/6. Aqui, foram parafraseados [o vídeo tem legendas em inglês e foi comentado longamente também no blog Vineyard of the Saker (NTs)]:
“Quanto às políticas de Kiev, permitam-me dizer o seguinte: Kiev está claramente perseguindo uma política de genocídio para eliminar a população do Donbass. Está destruindo a infraestrutura social; já destruiu o melhor e mais moderno aeroporto de toda a Europa (importante projeto de infraestrutura); destruiu hospitais, jardins de infância e escolas. O destino que estão preparando para o povo do Donbass é servidão – objetivo do qual não fazem segredo. Basta ouvir os ideólogos de Kiev, como Liashko. A posição de Poroshenko não é significativamente diferente. O pessoal está sendo furiosamente explorado também economicamente – o que visa a forçar condições para que o povo do Donbass deixe a região, que se transformem em refugiados.

Obviamente, os EUA controlam completamente Kiev, controlam Poroshenko pessoalmente e estão forçando o governo a prosseguir nessa guerra contra o Donbass – e até o fim. Sem limites. Usando todos os meios, até que toda a resistência tenha sido eliminada.

Por que o tempo não está do nosso lado? Os norte-americanos definiram um curso de militarização da Ucrânia, a construção de uma ditadura dócil e uma total mobilização do povo da Ucrânia contra a Rússia. Embora a população não abrace entusiasmada essa mobilização, analisem essas dinâmicas: em dezembro de 2013, havia 2 mil milicianos fascistas em Kiev; em fevereiro, 20 mil; em maio, 50 mil; no verão, haverá 100 mil. Em breve, haverá meio milhão de soldados armados. Estão distribuindo equipamento militar tirado dos quartéis. A Ucrânia já possuiu um grande exército, o qual está sendo ressuscitado. Tanques e blindados foram retirados de depósitos e estão sendo restaurados (não é trabalho difícil); o mesmo está acontecendo com os aviões: estão sendo restaurados em Odessa.

O objetivo deles é guerra contra a Rússia. Não é coisa a que possamos só assistir sentados. Ao perder o Donbass, teremos perdido também a paz. O alvo seguinte será a Crimeia. Não estou brincando: a Ucrânia será brutalmente empurrada para uma guerra contra a Rússia, sob o pretexto da Crimeia.  Poroshenko já disse isso. Nuland disse claramente em Odessa que esperam que a Ucrânia entre em guerra para recuperar a Crimeia[negritos nossos]. Essa Armada de meio milhão de soldados invadirá a Crimeia. Disso, não há dúvida. Churchill disse certa vez: “Tiveram a chance de escolher entre guerra e desonra. Escolheram a desonra – e terão guerra.”

Falo aqui de guerra moderna – que não significa mandar nossos tanques contra Kiev. Mas temos o direito, nos termos da lei internacional de pelo menos deter o genocídio. Para tanto, basta fechar o espaço aéreo e usar o mesmo mecanismo para deter armas pesadas, que estão sendo usados contra o povo: como os norte-americanos fizeram na Líbia. Resultado daquela ação, o regime líbio não pode defender-se.

Ainda temos a chance de fazer isso. Dentro de meio ano, essa chance já não existirá. Lugansk e Donetsk estabeleceram dois parlamentos e autoridades que unem as duas repúblicas. A recusa de Kiev a negociar com elas é efeito de Kiev não ter qualquer independência. É vassalo dos EUA e, assim, é importante que identifiquemos claramente a Ucrânia como território ocupado – ocupado pelos EUA. Tão logo passemos a usar o quadro de referências correto, torna-se fácil ver o que temos de fazer. Temos de encorajar as outras regiões, não só a unir-se à Federação, mas, também, a se autolibertar da ocupação”.
A conclusão de Glazyev é que tudo sugere que os EUA estão deliberadamente tentando provocar um confronto militar entre as forças armadas da Ucrânia e a Rússia. Isso terminará em guerra. “Guerra europeia” – como ele prevê.

Depois que esses comentários foram redigidos, a resistência no Donbass conheceu vários sucessos na luta contra as operações militares de Kiev. Desde julho as forças de Kiev nada têm a exibir como sucesso militar (além de ter assumido o controle de Slavyansk, de onde as milícias da resistência fizeram uma retirada tática); consequência disso, estão recorrendo a armamento cada vez mais pesado, contra alvos civis. *******

 


[1] Mas extraoficialmente, sim, já se sabe de tudo [NTs].

 

Uma homenagem da Alemanha campeã do mundo ao país que fez a #copadascopas

Alemães/pataxós. Teve até Torá no Maracanã

torá 2

Além de campeões, com toda a justiça, da Copa do Mundo FIFA 2014, os alemães também foram campeões de simpatia.

Com seu Centro de Treinamento em Santa Cruz Cabrália, no Sul da Bahia, jogadores e comissão técnica da seleção alemã interagiram com a comunidade se envolveram no clima de alegria típico dos baianos.

Na comemoração do título, um tributo aos pataxós: os jogadores dançaram o Torá, um ritual indígena, em torno da taça.

Um momento mágico na #copadascopas

A Alemanha agora é a Bahia na Copa do Mundo

Com o Centro de Treinamento instalado em Santa Cruz Cabrália no Sul da Bahia, a Seleção da Alemanha dá um show de simpatia, integra-se à comunidade local e ganha o carinho de todos os baianos.

Absorvido o massacre sobre a seleçãozinha de Felipão, a Bahia já escolheu pra quem vai torcer na Copa. O clipe ao som de Tieta é a alegoria da Alemanha baiana.

Seleção da Alemanha recebe carinho dos pataxós em Cabrália

copa indioRecebida com festas por torcedores baianos, a Seleção da Alemanha retribuiu o carinho dos moradores de Santa Cruz de Cabrália, local escolhido pela equipe como centro de treinamento para a Copa do Mundo de 2014. Os jogadores dançaram junto com os índios no próprio campo de treinamento da seleção alemã. Entre os mais animados na coreografia estavam o meia Bastian Schweinsteiger e os atacantes Thomas Muller e Miroslav Klose.

Os integrantes da aldeia também levaram uma faixa com uma frase escrita em alemão para os atletas. O ex-atacante Bierhoff aproveitou e posou para fotos com os índios Pataxó que acompanhavam a atividade. Em sua camisa, estava estampado um agradecimento pela recepção: “Feliz por estar aqui”, dizia. Além dos índios, cerca de 200 pessoas acompanharam o treino e vibraram com cada gol da seleção alemã.

A Alemanha estreia no Mundial no dia 16 de junho, contra Portugal, na Arena Fonte Nova, em Salvador.





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