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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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Tribunal de (faz de) Contas

O Tribunal de Contas do Estado da Bahia se reúne nesta semana para aquele que promete ser um encontro histórico. Os conselheiros vão julgar o parecer do colega Pedro Lino, que votou pela rejeição das contas do Governo Wagner, referentes ao exercício de 2008.

Lino, como se sabe, fez de seu parecer um foguetório que o alçou às manchetes e aos tais 15 minutos de fama celebrizados por Andy Warol.

Pela primeira vez, desde a criação do Tribunal, um governador teve suas contas com pedido de rejeição, embora a decisão ainda passe pelo crivo dos demais conselheiros e também da Assembléia Legislativa da Bahia.

É plenamente possível que as contas sejam aprovadas, até porque Pedro Lino se apegou a questiúnculas técnicas para optar pela rejeição

Mas, produziu-se o estrago (desejado?) já que nas últimas semanas, a rejeição das contas, com críticas e elogios à postura do conselheiro, ocupou as manchetes dos veículos de comunicação.

De repente, um governador que abriu as contas públicas e que tem na transparência uma das virtudes de sua administração, teve sua conduta questionada justamente por um órgão que sempre se especializou em fechar os olhos para eventuais irregularidades cometidas pelos governadores baianos nas últimas duas décadas, todos eles pertencentes a um mesmo grupo político e comandados com mão de ferro por um único líder, ACM, quando não era ele mesmo quem estava no poder.

Nunca se viu, em tempo algum, um mísero questionamento aos carlistas, apesar da inacreditável simbiose que se produziu entre o público e o privado, gerando impérios econômicos enquanto a imensa esmagadora dos baianos sofriam com os piores indicadores sociais do Brasil nas áreas de saúde, educação, saneamento básico, etc.

As contas, todas elas, eram aprovadas sem a menor restrição. Com louvor, até, num festival de salamaleques que beirava a subserviência explícita e bajulatória.

Na mesma linha, quase como um apêndice, o Tribunal de Contas dos Municípios punia com rigor desproporcional, prefeitos de partidos de oposição e faziam vistas grossas (ou vistas cegas mesmo!) aos aliados. Tanto é verdade que vários prefeitos eleitos pela oposição se bandeavam para o carlismo, primeiro para não verem seus municípios sem receber uma mísera obra do governo estadual e depois, como contrapeso, em caso de necessidade, contarem com o beneplácito dos tribunais.

Quando se diz que o TCE está prestes a perpetrar um momento histórico, isso se dá no sentido de ter que escolher entre dois caminhos.

Aprovar o relatório que pede a rejeição significa manter o caráter político que norteou o Tribunal nas últimas décadas, desta vez condenando um governador notadamente zeloso dos recursos públicos. E sabendo que essa rejeição será usada, à exaustão, nas eleições de 2010.

O outro caminho é matar no nascedouro o factóide produzido por Pedro Lino, aprovar as contas a estabelecer ao tribunal um caráter fiscalizador, independentemente do matiz partidário do fiscalizado.

Levar Jaques Wagner a ser o primeiro governador l baiano a ter contas rejeitadas, pode muito bem servir de munição para adversários políticos e mesmo aos falsos aliados (sim, eles existem aos montes e estão aí à espreita).

Mas não é o melhor caminho, a menos que os conselheiros queiram continuar integrando um tribunal de faz de contas.

Façam suas contas, o melhor, suas apostas…

DOIS FILMES PARA SEREM LIDOS

Sou daqueles para quem um bom livro dá de goleada num filme, por melhor que ele seja.

Mas existem filmes que dão gosto de ver, ainda mais quando têm livros como temas que interligam o roteiro.

Em assim sendo, dois filmes que assisti recentemente merecem recomendação deste leitor compulsivo e cinéfilo eventual.

Um é “O pequeno traidor”, ambientado na Palestina dos momentos que antecederam a criação do Estado de Israel. O holocausto nazista atrai judeus de toda a Europa à terra que eles julgam prometida por Deus (num acreditável lapso divino, Deus parece ter prometido a mesma terra aos palestinos, mas isso é outra história).

Ainda sob domínio inglês, o território é um autêntico barril de pólvora, com toque de recolher e prisões arbitrárias.

É nesse terreno em combustão que nasce a amizade improvável entre um menino judeu e um oficial inglês. Uma relação de conflito que reproduz no microcosmo a relação macro entre dominador e dominado, tão presente na história da humanidade.

É, também, uma celebração da amizade que começa e se solidifica através da leitura. As atuações de Ido Port, que interpreta o menino, e de Alfred Molina, que faz o oficial inglês são magistrais.

O outro filme é “O Leitor”, que abre e não consegue fechar as cicatrizes provocadas pela carnificina nazista. Tenta e propositadamente deixa sem explicar como um dos povos mais cultos do mundo se curvou à loucura sanguinária de um ditador de opereta.

O pano de fundo é uma história de paixão e sexo entre uma bilheteira de bonde, Hanna Schmidth, em atuação esplendorosa que valeu um Oscar a Kate Winslet, e Michael Berg, um adolescente de família conservadora.

Em meio à iniciação do garoto e a volúpia sexual de ambos, a bilheteira pede que o estudante leia livros para ela. E ele lê muito (e também trepa muito, mas as cenas de sexo passam longe da apelação), de Homero a Kant, passando pela literatura popular.

O tempo passa, a bilheteira some sem dar notícias, o estudante vira um jovem advogado e participa, como estagiário, de um julgamento por crimes de guerra. Entre as cinco mulheres acusadas de levar centenas de judeus à morte, está Hanna. Em meio à revelação dos horrores dos campos de concentração, surge a oportunidade de livrar Hanna de uma pena maior, justamente por conta da leitura, que se transforma no fio que une -também separa- Hanna e Michael.

Não vou contar o enredo todo, que tem duas horas e meia de duração e a gente nem percebe, porque perde a graça. Mas o filme, com uma fotografia de sonho na Alemanha do pós-guerra, é simplesmente imperdível.

“O pequeno traidor” e “O leitor” estão disponíveis nas melhores locadoras.

Algum maldoso ai achou que eu iria sugerir versão pirata?

Achou errado, camaradas, visto que sou um zeloso defensor da lei e da ordem. Mas, como Zé Sarney, às vezes eu minto um pouquinho…

JORNALISMO: COM OU SEM DIPLOMA?


“Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) devem decidir nesta semana sobre a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista. O julgamento que deveria ter acontecido na semana passada foi adiado. Eles vão julgar recurso interposto pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal contra a obrigatoriedade do diploma. O relator do caso é o ministro Gilmar Mendes. Em novembro de 2006, o STF decidiu liminarmente pela garantia do exercício da atividade jornalística aos que já atuavam na profissão independentemente de registro no Ministério do Trabalho ou de diploma de curso superior na área”. (Folha de São Paulo)

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Bebi desta cachaça chamada jornalismo lá pelos idos de 1997 e nunca mais larguei. Não sou formado em Jornalismo, embora seja mais do que escolado em Jornalismo, se é que me entendem.

Nesse período, convivi e trabalhei com pessoas com e sem diploma.

Deu pra concluir com segurança que diploma não transforma ninguém em jornalista. Escrever é essencialmente talento, vocação.

Por outro lado, o curso superior fornece um embasamento teórico que, aliado à prática, contribui para o exercício da profissão.

Mas, descendo do muro: sou contra a exigência do diploma.

Não serão quatro anos de faculdade que farão alguém aprender a escrever com a clareza e a objetividade que o jornalismo exige.

No mais, como tudo na vida, essa é uma profissão que necessita acima de tudo de compromisso com a ética, visto qua a tal da imparcialidade é aleivosia.

E ética, infelizmente, não tem faculdade que ensine. Ou se tem, ou não tem.

Quando aos sindicatos (e escrevo aqui como quem foi durante anos membro da diretoria do Sindicato dos Jornalistas da Bahia), até entendo que eles defendam a exigência do diploma, mas fariam igualmente bem -ou melhor- caso se mobilizassem para que os cursos de graduação ofereçam condições concretas para uma formação adequada.

E essas condições inexistem na maioria das faculdades, inclusive as públicas.

DANIEL VOS CONVIDA….

VIAGEM AO FUNDO DO MAR

Dez dias depois do acidente com o Airbus 330 da Air France, que caiu no mar levando junto mais de duas centenas de vidas, ainda permanece uma interrogação sobre a verdadeira causa da tragédia.

Nem os maiores especialistas em aviação conseguem explicar o que levou uma aeronave nova, conduzida por um piloto experiente e voando em condições aparentemente seguras, a sofrer uma série de panes até se transformar numa incontrolável máquina de 200 toneladas, mergulhada num vôo cego e irreversível.

As estatísticas, sempre elas, apontam que o avião é um dos meios de transporte mais seguros do mundo. Corre-se menos risco de sofrer um acidente aéreo, do que, por exemplo, de morrer nas rodovias, ferrovias e nos mares. As mesmas estatísticas baseadas sabe-se lá em que, revelam que é mais arriscado andar a pé do que de avião.

Pois as estatísticas perdem o sentido diante da dimensão humana de tragédias como o do vôo da Air France, que deveria terminar na Paris que tantos sonhos românticos embala e que terminou num ponto ainda não identificado nas profundezas do Oceano Atlântico.

É possível que diante da tecnologia disponível (a mesma tecnologia que não evita acidentes aparentemente impossíveis nem o surgimento de doenças de séculos passados, é bom que se diga) seja revelado com exatidão o que levou à queda do avião que não deveria cair.

Mas, essa é uma tragédia que vai além da frieza das estatísticas ou do avanço tecnológico.

Ela envolve histórias humanas e é nisso que reside a sua trágica grandiosidade.

Acidentes dessa envergadura, em meio à dor e a incredulidade de parentes e amigos, costumam revelar histórias pessoais que projetavam o futuro e foram interrompidas em questão de minutos ou de segundos.

Do casal que iria passar a segunda lua de mel nas Ilhas Gregas, às três funcionárias de Justiça que iriam curtir planejadas e ansiadas férias em Paris, passando pelos italianos que vieram ao Brasil especialmente para fazer uma doação em dinheiro às vítimas das enchentes em Santa Catarina, pelo grupo de franceses que ganhou como prêmio num concurso uma viagem ao Brasil e pela funcionaria da Petrobrás que adiou o vôo por conta de um conflito nos confins da Ásia; todos tinham histórias de vida.

Que se transformaram numa história coletiva de morte.

Havia até um príncipe, que a morte prematura impediu de encontrar sua princesa e escrever uma história de contas de fadas, tão necessária num mundo altamente competitivo e globalizado, em que as poucos se perde até a capacidade de sonhar.

Naquela noite chuvosa e especialmente turbulenta nos céus sobre o Oceano Atlântico, rota de tantos e tantos vôos que partem e chegam ao destino, a máquina criada pelo brasileiro Santos Dumont (que fez seu primeiro vôo na mesma Paris que era o destino do Airbus A330), e que evoluiu na mesmo proporção em que a tecnologia avançou, curvou-se diante do imponderável, feito um pássaro que repentinamente perde a capacidade de voar e mergulha como se asas não tivesse.

O final infeliz de todos os passageiros do desafortunado vôo da Air France, impedidos de escreverem o final feliz de cada um, nos leva a refletir sobre o sentido da vida, sua brevidade e imponderabilidade.

Sobre o próprio sentido da vida.

Navegar é preciso, voar é preciso. Mas, ao contrario do que dizem os versos do poeta Fernando Pessoa, viver é preciso.

Enquanto vida há para ser vivida.

DO “FORA FMI!!!”, AO “TOMA FMI”


Sou do tempo do “Fora FMI!!!”, bradado com vigor pela militância petista.

Naquela época, o Fundo Monetário Internacional era visto como uma espécie de tubarão a espoliar e devorar os países pobres. A sigla soava quase como um palavrão.

O mundo gira, a Lusitana roda e eis que os petistas, ora no poder, anunciam que estão emprestando 10 bilhões de reais ao… FMI.

A dinheirama será emprestada ao Fundo e a países em desenvolvimento que sofrem com escassez de recursos por conta da crise mundial.

O Brasil, que outrora dependia da ajuda do FMI para manter suas contas em dia, agora alimenta o tubarão desnutrido.

SENHOR SECRETÁRIO


Quem sou eu para meter o bedelho em nomeações de secretários municipais, ainda mais em Itabuna?

Mas, não há como deixar de destacar a nomeação de Walmir Rosário como secretário de Governo e de Comunicação Social da Prefeitura de Itabuna.

Walmir, com quem compartilhei, juntamente com Luiz Conceição, a editoria do jornal A Região nos idos de 1990/1993, naquele que considero o melhor período da brava folha (e bota brava nisso!) manuelina, além de competente, é um cara legal..

E ser um cara legal não é pouca num meio onde um simples abraço pode trazer junto a facada nas costas.

Walmir pode até ser um pouco intransigente nas suas posições, mas em alguns casos, isso é virtude não defeito.

É bem melhor do que pular de galho em galho, que isso é coisa de macaco.

E de oportunista, per supoesto.

BANCO COMPLETO

DEU NO SITE RADAR ON LINE, DE EUNÁPOLIS

“Familiares do bancário Walton Ribeiro Cardoso, 49 anos, vivem momentos de apreensão. O gerente do Bradesco de Medeiros Neto, vítima de acidente automobilístico no último domingo, continua internado no Hospital das Clínicas de Eunápolis, em coma.

O problema, segundo eles, é que os médicos não dão um diagnóstico preciso sobre o estado de saúde da vítima, que está em UTI.

Com traumatismo craniano e com um pulmão perfurado, ele está apenas entubado, aguardando transferência para um hospital de Salvador.

Correndo contra o tempo, a família vive outro drama. O plano de saúde de Walton, a Bradesco Saúde, não estaria autorizando a sua remoção em uma UTI aérea”.

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Esse não é o tal banco completo? Seus funcionários que o digam…

DESCAMINHOS DOS ÍNDIOS

No início da década de 90 do século passado, a destruição avassaladora provocada pela vassoura-de-bruxa nas lavouras de cacau do Sul da Bahia, coincidiu com a expansão dos movimentos dos trabalhadores sem terra.

Propriedades rurais abandonadas por produtores descapitalizados e/ou desesperançados, que surgiam às dezenas diante da rapidez com que a ´vassoura´ jogou a colheita a níveis abissais, eram o alvo fácil para invasões/ocupações (neste caso, mera questão de semântica) que não raro resultavam em desapropriações e implantação de assentamentos.

Alguns produtores viam até com bons olhos a desapropriação de suas terras, extremamente desvalorizadas e sem compradores à vista. Daí que, ao contrário do que ocorre em vários pontos do Brasil, salvo um ou outro entrevero, a expansão dos assentamentos no Sul da Bahia se deu sem explosões de violência. Hoje eles somam quase 200 propriedades, numa convivência sem sobressaltos com os agricultores que permaneceram em suas terras.

Algumas cidades, como Arataca, só não sumiram do mapa por conta da presença dos sem-terra, que com a produção de cacau e outras culturas e os recursos recebidos do Governo Federal, movimentavam uma economia em frangalhos.

Naquela época, a fartura de terras a serem ocupadas era tanta que, embora ninguém admita abertamente, pessoas eram recrutadas nas periferias de Itabuna, Ilhéus e até das médias e pequenas cidades sulbaianas para engrossar os acampamentos à beira das rodovias, primeiro passo para a ocupação e posterior posse das fazendas.

Muitos, embora tecnicamente sem terra (na verdade, sem tudo, visto que viviam na mais absoluta exclusão social) não tinham qualquer experiência na vida rural. Recebiam seus terrenos e logo depois os passavam adiante, para retornarem à vida miserável de sempre.

O fato é que o movimento teve mais acertos do que equívocos, floresceu e hoje não há como negar sua importância sócio-econômica na região.

Ao recordar o caso dos sem terra, não há como deixar de fazer uma analogia com o que está por ocorrer nessa disputa por 47 mil hectares que compreendem pedaços significativos de Ilhéus, Una e Buerarema.

De comum, a luta de povos excluídos por uma vida mais digna. Por que, nisso não se pode negar o os direitos dos indígenas, sejam eles tupinambás ou tupiniquins. E a ainda discreta abordagem de alguns moradores de áreas rurais para que reivindiquem a condição de índios, para se beneficiar de uma eventual demarcação.

As semelhanças, entretanto, terminam aí. A área apontada pela FUNAI como propriedade dos tupinambás é composta por micro e pequenas propriedades, ocupadas há pelo menos um século por famílias que praticam a cultura de subsistência e do comércio da produção excedente, localizadas nas zonas rurais dos três municípios involuntariamente envolvidos no imbróglio.

Há ainda a questão de Olivença, um pólo turístico onde imperam pequenos e médios empreendimentos, que igualmente passariam a integrar a reserva indígena.

Trata-se, portanto, de uma questão complexa, que terá um longo debate pela frente, agravada pelo clima de tensão, já que alguns supostos indígenas entenderam o que é uma simples proposta da Funai como uma espécie de salvo-conduto para invadir fazendas e aterrorizar pequenos produtores.

Não é esse o caminho. Há que se respeitar, é sempre bom repetir, os direitos nas nações indígenas, espoliadas ao longo de séculos. Mas há que se respeitar também as famílias que tem o direito legítimo sobre as terras em que moram e produzem seu ganha pão.

Do jeito que as coisas caminham, vem aí um confronto de conseqüências previsíveis.

E isso não é bom para ninguém.

NOTÍCIAS DA NOSSA GUERRA DE CADA DIA

Dados divulgados pela 6ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Corpin), revelam que no ano passado aconteceram 128 assassinatos em Itabuna e nas quase vinte cidades em seu entorno, Ilhéus excluída, por se tratar de outra coordenadoria,.

São números alarmantes que colocam Itabuna, proporcionalmente, como uma das cidades mais violentas do país, igualando-a as grandes metrópoles, naquilo que elas tem de pior e mais desumano.

O mais estarrecedor é que desses 128 homicídios, é que 118 (a esmagadora maioria deles, portanto) estão ligados diretamente ao tráfico de drogas.

Os números apenas reforçam aquilo que se percebe no dia a dia, notadamente dos bairros da periferia paupérrima, onde o tráfico se impõe diante da completa ausência do poder público.

Nessa nossa guerra de cada dia, com números que nos igualam à carnificina de guerras como a do Iraque, a droga é a força que impulsiona a violência sem limites. Uma guerra que mistura anjos e demônios, que tem entre suas vítimas, bandidos e gente inocente.

E que tem, entre os ditos bandidos, um subproduto cruel: pessoas, entre elas centenas de crianças e adolescentes, que são arrastadas para o tráfico por absoluta falta de oportunidades.

Na falta de acesso à escola, esporte e mesmo ao mercado de trabalho, esses meninos e meninas se transformam em “soldadinhos do tráfico”, plenamente descartáveis, que vêem na droga a oportunidade de ganho fácil, sem saber, ou mesmo sabendo, que dificilmente chegarão à idade adulta, visto que morrem em confronto com a polícia ou mesmo nas disputadas sangrentas pelos pontos de venda de tóxicos.

Há muito que o tráfico deixou de ser um problema localizado, restrito aos morros cariocas e favelas das grandes capitais do Sul/Sudeste do Brasil, e se espalhou para todas as cidades, de todos os tamanhos, especialmente a partir a escalada avassaladora desta verdadeira praga que é o crack.

O mundo do tráfico forma uma cadeia perversa que inclui roubos de veículos, assaltos, aquisição de armas através do contrabando. E assassinatos, muitos assassinatos, contados às dezenas, centenas.

É triste imaginar que muitas das 118 mortes relacionadas ao tráfico de drogas poderiam ter sido evitadas, fosse dada às crianças e jovens que tombaram nessa guerra insana, uma oportunidade que fosse de seguir outro caminho.

Por que, ao contrário do que pregam os defensores da violência pela violência, na ótica de que um traficante morto é um marginal a menos, ninguém nasce bandido.
Muitos se tornam bandidos pela força as circunstâncias, num circulo vicioso que não para de crescer.

Quando a marginalidade passa a ser o único caminho (e quase sempre um caminho sem volta) é a sociedade quem empurra, pela completa omissão, essas crianças e jovens para o mundo do crime.

E para a morte!





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