Agronegócio
Tem muito de plantação na série de notas dando conta de que Geraldo Simões está deixando a Secretaria de Agricultura.
Se a semente vai germinar ou não, isso depende de uma única pessoa: o governador Jaques Wagner, que afinal de contas, é quem nomeia e desnomeia.
O saldo dessa safra sai, no máximo, na próxima semana.
Mas pode sair antes.
Chance de Ouro
Após o lançamento ao PAC do Cacau, feito pelo presidente Lula e pelo governador Jaques Wagner, o Sul da Bahia recebe mais uma boa notícia.
A Petrobrás acaba de iniciar os trabalhos de prospecção de petróleo em Ilhéus. Uma plataforma semi-submersível instalada a 25 quilômetros da costa ilheense, busca detectar a existência de óleo e gás numa profundidade de 1.170 metros do nível do mar.
O início da prospecção ocorre após uma série de avaliações preliminares e a chance de que haja petróleo no litoral sulbaiano é grande. Em 80 dias, a Petrobrás divulga o resultado da prospecção e caso ele seja positivo, a produção começa em quatro anos, após a instalação de uma plataforma permanente.
Os ganhos com a exploração de petróleo não se restringirão a Ilhéus, mas se estenderão a outros municípios, a exemplo de Itabuna, principal pólo comercial e prestador de serviços da região.
Além da possibilidade de encontrar petróleo, a Petrobrás já realiza uma obra importante, o Gasoduto Cacimbas-Catu, que passa por 46 municípios baianos e terá uma base de distribuição em Itabuna. Só na sua fase de construção, estão sendo gerados 12 mil empregos diretos e 36 mil indiretos.
A base de distribuição em Itabuna vai possibilitar a atração de indústrias, oferecer combustível mais barato para a frota de veículos e gerar empregos, numa região carente de postos de trabalho.
Somem-se ao PAC do Cacau, que vai retomar a produção de cacau investir em projetos de diversificação; ao Gasoduto e a possibilidade imensa de encontrar petróleo no nosso litoral; a construção do Porto Sul, megaprojeto de 4 bilhões de reais que inclui ferrovia e um pólo industrial e temos um conjunto de ações que podem resultar um novo e promissor momento para a região.
Uma nova “Idade do Ouro”, no sentido de desenvolvimento econômico, com a diferença de que não dependeremos apenas de um único produto, o cacau. E com outra diferença, esta fundamental: a mudança de mentalidade e de comportamento, com uma postura empreendedora, em que o interesse coletivo esteja acima das questões pessoais.
Há que se aprender com os erros do passado (e eles não foram poucos), para aproveitar de forma satisfatória essa gama de oportunidades que se oferece com o PAC do Cacau, o Gasoduto, o Porto Sul e, esperamos, com o petróleo.
E há que se reconhecer também que, pela primeira vez em décadas, o Sul da Bahia conta com o apoio efetivo do Governo Federal e do Governo da Bahia, atuando em conjunto para que a região seja contemplada com investimentos capazes de impulsionar a economia e proporcionar qualidade de vida aos seus habitantes.
Entre tantas boas notícias, por mais que os pessimistas continuem enxergando o copo meio vazio, quando na verdade o copo está meio cheio e tende a ganhar mais substância, temos que fazer a nossa parte.
Deixar de sermos apenas expectadores diante dos acontecimentos, sejam eles bons e ruins, e nos tornarmos protagonistas nesse processo em que o trabalho de todos resultará em resultados positivos para todos.
A hora é agora!
também que, pela primeira vez em décadas, o Sul da Bahia conta com o apoio efetivo do Governo Federal e do Governo da Bahia, atuando em conjunto para que a região seja contemplada com investimentos capazes de impulsionar a economia e proporcionar qualidade de vida aos seus habitantes.
Entre tantas boas notícias, por mais que os pessimistas continuem enxergando o copo meio vazio, quando na verdade o copo está meio cheio e tende a ganhar mais substância, temos que fazer a nossa parte.
Deixar de sermos apenas expectadores diante dos acontecimentos, sejam eles bons e ruins, e nos tornarmos protagonistas nesse processo em que o trabalho de todos resultará em resultados positivos para todos.
A hora é agora!
Vôo Cego
O piloto constatou um problema no reverso e desistiu de pousar em Ilhéus, onde a pista curta exige atenção total na aterrissagem, com todos os equipamentos funcionando 100%.
A aeronave retornou a Salvador e, pelo sim pelo não, uma das passageiras decidiu fazer a viagem de ônibus.
Como diz o ditado, devagar se vai ao longe.
Rápido pode não se ir a lugar nenhum.
Uma rua chamada Alegria
Na verdade Gerinaldo mora nas bordas de um bairro, uma fresta de terreno à beira de um córrego por onde escoam dejetos e lixo.
Na rua de Gerinaldo saneamento básico é uma abstração. Água tratada também. Pavimentação, quase um delírio. O mato e os buracos dificultam a passagem das pessoas, gente humilde e sofrida como Gerinaldo. Sub-empregados, desempregados e muitas, muitas crianças
Para não dizer que não existe nenhuma intervenção urbana no local, há uma ponte de concreto, obra de uma inutilidade gritante diante da carência por serviços essenciais. Uma ponte que só não liga o nada a lugar nenhum porque a rua em que Gerinaldo e seus vizinhos moram está ali, abrigando barracos de madeira paupérrimos.
A ponte, que não deve ter custado barato, é um monumento ao desperdício, uma ode à inversão de prioridades na gestão de recursos públicos.
O mais incrível é que, a despeito de tantas dificuldades, Gerinaldo e seus vizinhos não perdem a capacidade de sorrir. Nem perdem a esperança.
Pedem melhorias a quem aparece por lá, mas não reclamam, não protestam, não demonstram qualquer tipo de revolta.
Acreditam, sempre, que a vida pode melhorar.
Mesmo que uma ponte simbólica, de uma dimensão imensurável, os separe daquilo que é um direito deles: o acesso aos serviços básicos.
Gente como Gerinaldo Souza, integrante de uma imensa legião de excluídos, tem sido presença recorrente neste espaço. Evitando-se cair na vala comum -e inútil- da pieguice, é impossível para qualquer pessoa que tenha o mínimo de sensibilidade e noção do que é solidariedade, não se comover (e se indignar) com essa situação.
É inevitável constatar, diante de mais um escândalo como o do uso inadequado dos cartões corporativos, que a vida dura de Gerinaldo e seus vizinhos (e de milhões de Gerinaldos espalhados por esse Brasil afora) seria menos dura se tantos recursos públicos não fossem desperdiçados e desviados.
Cada centavo que é gasto em mordomias ou desviado para a corrupção faz falta na hora de se investir em saneamento básico, moradia, escolas, etc.
Quando alguém faz um saque indevido com um cartão corporativo, na prática está saqueando os gerinaldos, josés, antonios, raimundos, marias, josefas, gerinaldas, etc…
Quem sabe um dia Gerinaldo, seus vizinhos e essa brava gente brasileira, apareçam aqui como exemplo de inclusão social.
Ainda há uma ironia que, propositadamente, deixei para o final do texto: Gerinaldo mora numa rua chamada Alegria.
Rua Alegria, s/n, bairro Nossa Senhora das Vitórias, Ilhéus, Bahia, Brasil.
Informação relevante
1987, Radio Clube de Itabuna. A equipe de esportes comandada por Jota Hage, embora modesta, vinha dando um calor na Radio Difusora e na Radio Jornal. Recém chegado de Osasco, típica voz de caipira do interior, fui acolhido como comentarista, já que as vagas de repórter estavam devidamente preenchidas.
Se não chegava a ser um Ramiro Aquino ou um Iedo Nogueira, os banbanbãns da época, também não fazia feio, porque futebol é igual em qualquer lugar do mundo e eu já vinha de uma experiência de dez anos como repórter de campo.
Entre os integrantes da equipe, estava Adelson Pinheiro, ótimo repórter, mas que tinha o hábito de interromper os comentários do intervalo com informações desnecessárias, apenas para continuar no ar.
Novo no pedaço, ainda tateando o terreno, ia levando e encarando aquelas interrupções na boa.
No intervalo de um jogo entre Serrano e Itabuna, em Vitória da Conquista, pelas semifinais do 1º. turno do Campeonato Baiano, não conseguia completar uma frase sem que o Adelson me interrompesse com alguma ´informação importante´.
Até que, na falta do que dizer, ele perpetrou: “quero informar aos ouvintes que os dois times estão nos vestiários”.
Tive que ir na canela: “valeu, Adelson, pela brilhante informação. Deve ser a primeira vez na história do futebol que os dois times descem para os vestiários no intervalo do jogo”.
O intrépido companheiro entendeu a sutileza do lance e pude concluir meus comentários até que, também certamente pela primeira vez na história do esporte bretão, os dois times voltassem para o campo após o intervalo.
´Mensajero del Diablo´
1981, Radio Difusora Oeste, Osasco. Nas emissoras do interior, a Equipe de Esportes é uma espécie de faz tudo. Cobre de eleição a velório. Carnaval, então, é quase uma obrigação.
E lá estávamos nós cobrindo o Carnaval, que em São Paulo é (ou era) nos clubes e não ao ar livre, como na Bahia.
Se já é um porre cobrir carnaval de rua, imagine-se nos clubes fechados, transmitindo aquela barulheira insuportável e entrevistando bêbados que não dizem nada com nada.
A transmissão começava as 10 da noite, parava as 11 e retornava meia-noite, avançando pela madrugada.
A parada de uma hora nada tinha a ver com descanso. Naquela época, as igrejas evangélicas já viam no rádio um excelente veículo para difundir a fé cristã e aumentar o rebanho. E aquele horário era comprado por uma dessas igrejas.
Ocorre que, não contente em divulgar a palavra de Deus, o pastor simplesmente esculhambava a cobertura do carnaval, que por acaso era feita na mesma emissora em que ele estava falando.
O mínimo que dizia no ar era que a gente atuava como mensageiros do diabo. E, ao final do programa, ainda sugeria que as pessoas desligassem o rádio.
Eram cinco noites de carnaval, cinco noites de cobertura.
Na terceira noite, deu um problema no equipamento e fui até a sede da emissora fazer a substituição. Eis que, ao me dirigir à sala da técnica, que ficava nos fundos do prédio, deparo com o tal pastor encostado no muro, fazendo uma oração, digamos, mais íntima com uma de suas fiéis. Quase a tradução literal do “crescei-vos e multiplicai-vos”.
Uma chance daquelas, caída dos céus (ops!) não era para ser desperdiçada. E eu não desperdicei:
-Pastor, se nós somos mensageiros do diabo o senhor é o que, devorador de ovelhas?
Nos dias seguintes, se não fez elogios à nossa equipe pela brilhante cobertura da maior festa popular do Brasil (radialista adora uma frase pomposa!), o pastor pelo menos nos deixou em paz.
E certamente passou a ter mais cuidado em suas pegações, perdão, pregações para as ovelhinhas dadivosas.
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Sabrina Sato é uma das poucas sobreviventes do Big Brother Brasil que conseguiram ultrapassar os 15 minutos de fama e hoje desfruta de relativo brilhareco no programa Pânico na TV.
Hugo Chavez é presidente da Venezuela, uma espécie de Fidel Castro deitado num mar de petróleo, e o CQC é uma versão mais refinada do Pânico.
Para saber quem é o tal George Takei, é preciso recorrer ao Google, o infalível programa de buscas da internet.
Nicole Kidman é atriz, mas me perguntem um filme estrelado por ela e terei que, novamente, recorrer ao Google.
A CPMF é aquele imposto que tungava o bolso do contribuinte e que o Governo insiste em trazer de volta, mesmo que com outro nome.
A essa altura, meus escassos leitores (se é que os há) andam a se perguntar o que é que têm a ver Sabrina Sato, CQC, o namoro gay do tal Takei, a barriga de Nicole e a malfadada CPMF.
Nada e tudo.
Calma que eu explico.
As cinco notícias (notícias?) que abrem o texto, embora desconexas entre si, foram as mais lidas da manhã de terça feira, dia 20, no site do jornal Folha de São Paulo, espécie de bíblia da informação online.
Em meio a terremoto na China, eleição nos EUA, jogos decisivos na Copa do Brasil e na Copa Libertadores, CPI dos cartões corporativos com um inevitável dossiê no meio, etc., as pessoas parecem mais preocupadas com aquilo que nos tempos de antanho a gente chamava de baboseira.
Se bem que, nos tempos de antanho não havia essa coisa fenomenal chamada internet, em que a comunicação se dá em tempo real e a sociedade-espetáculo é levada ao extremo.
O planeta se transformou uma espécie de Big Brother em escala mundial, em que a barriguinha da Nicole e a pinta de Sabrina são consumidos avidamente, ao passo que temas que influem diretamente na vida das pessoas, como a CPMF, a alta dos alimentos e as mudanças malucas do clima, são relegadas a segundo plano.
Segundo? Décimo e olhe lá…
Não é de se estranhar que casos que efetivamente são notícia, como o assassinato da menina Isabella ou a confusão de Ronaldo com travestis num motelzinho mulambento, adquiram a dimensão de show, quando não descambam para o circo.
E nem se pode responsabilizar unicamente a mídia. Existe quem lê, vê e ouve. E existe em profusão, como comprova a relação das “mais lidas”.
É a “novelização” da vida real. Exalta-se a fofoca, o disse-me-disse, a futilidade.
Em tempo: Britney Spears foi surfar e levou um tombo, se espatifando na água.
Como é possível que tenha existido um mundo em que a gente passava a vida inteira sem receber informações de tamanha relevância?
Vovô Lula
Em Santos, no litoral paulista, a menina Andrya Vitória, de um ano e seis meses, foi levada ao palco pela tia para tirar uma foto com Lula. Não quis mais sair do colo do presidente, que no melhor estilo “vovô” ficou com a criança durante boa parte da solenidade de lançamento do PAC.
Quando a fase é boa, até bebê de colo faz afago. Quando é ruim, é bem capaz de fazer xixi no paletó.
Velha Guarda
Conversa descontraída desde jornalista com o editor do jornal Agora, Walmir Rosário.
Eu, Walmir e Luiz Conceição compartilhamos uma das melhores fases do jornal A Região, comandados pelo inesquecível Manoel Leal.
O tempo passa, os caminhos se distanciam e nem sempre se convergem, mas a amizade se preserva.
Em comum, além da paixão pelo jornalismo, o gosto por uma boa cachacinha.
Pelo menos nisso, o velho Walmir se afina com o companheiro Lula…