
O CACAU É UM SHOW. PARA ELES…
O cacau, essa planta quase mítica que fincou raízes no Sul da Bahia, forjou uma civilização, fez brotar cidades com feições de metrópoles, gerou riquezas incalculáveis e nas últimas décadas foi abatido por uma doença terrível que atende pelo nome de vassoura-de-bruxa; virou enredo de escola de samba no carnaval de São Paulo.
Com o tema “o Cacau é Show”, durante cerca de uma hora, a história do cacau e a delícia que dele se produz, o chocolate, serão exibidos para todo o Brasil (o desfile é transmitido ao vivo para todo o Brasil), na música e nas coreografias da Escola de Samba Rosas de Ouro, uma das principais agremiações do carnaval paulista, daquelas que sempre entram na passarela para disputar o título.
A letra de autoria do carnavalesco Jorge Freitas, conta a história do cacau desde os maias e os astecas, quando foi considerado o manjar dos deuses, o fascínio que o chocolate despertou na nobreza européia e as delícias de um produto apontado como rei entre os presentes que traduzem o sentimento paixão.
O que poderia ser uma boa notícia para a Região Cacaueira, com a extraordinária divulgação de seu principal produto, acaba servindo como um sinal de alerta, um chamamento a reflexão.
Como o carnaval se transformou num grande negócio, o samba enredo da Rosas de Ouro é menos uma homenagem ao cacau e mais uma propaganda do chocolate. Mais precisamente a propaganda de uma das maiores fabricantes de chocolate do Brasil, cujo nome é quase o mesmo do título do samba.
Apesar de o chocolate ser o filho mais doce do cacau, há uma distância intergaláctica entre ambos.
Mais ou menos como se um fosse o pai pobre e o outro fosse o filho rico.
Ocorre que nesse samba do crioulo (do branco, do amarelo, do vermelho, etc.) doido, o produtor fica só com as migalhas e o fabricante saboreia a maior parte do bolo.
A conta é simples: enquanto o quilo da amêndoa de cacau é vendido por cerca de seis reais, o quilo do chocolate pode chegar a 300 reais. Ou até mais.
Os números são impressionantes. O mercado de amêndoas movimenta R$ 300 milhões de reais/ano e o mercado de chocolate movimenta R$ 4 bilhões/ano. E está em franca expansão.
Experiências regionais de industrializar o cacau, embora bem intencionadas, como a fábrica da Itaisa, ficaram pelo meio do caminho. Outros projetos, mesmo bem sucedidos, são pequenos empreendimentos, diante do volume do potencial de produção.
Na prática, continuamos como meros produtores de matéria prima, como no distante século XIX. Atravessamos assim o século XX e assim entramos no século XXI.
Enquanto não houver mudança de mentalidade, espírito empreendedor e uma política efetiva de implantação de fábricas de chocolate, continuaremos nos comportando como tapuias, trocando nossa principal riqueza por espelhinhos, colares de pedras mulambentas e outras bugigangas.
E constatando que o cacau é mesmo um show.
Para eles e não para nós.
O CACAU DÁ SAMBA
O cacau pode não estar dando muito dinheiro, mas pelo menos está dando samba.
Isso mesmo: o cacau é o tema da Escola de Samba Rosas de Ouro no carnaval deste ano em São Paulo.
Vá lá que falta uma referência explícita ao Sul da Bahia, mas só o fato de ter o nosso principal produto mostrado por uma das principais escolas de samba de São Paulo, com o desfile transmitido ao vivo pela Rede Globo, com inevitável citação cenográfica a Jorge Amado, é uma divulgação e tanto.
Confiram a letra, de autoria do carnavalesco Jorge Freitas:
‘O cacau é show’
É tão doce sonhar
E recordar a própria história
Eu, que já fui dádiva celestial
Em misteriosas civilizações
Fui batizado de cacau
Caminhei entre Maias e Astecas
Consagrei o meu “valor”
Caí na graça e no gosto
Na taça do imperador
A nobreza da Europa, eu conheci
E num tal “mexe-mexe”, eu me vi
Ganhei um gosto especial
A mistura “deu carnaval”!
Sou rei entre os presentes
Se for falar de paixão
Nos sentidos dessa gente
Posso tocar um coração
Agradeço a cada sonhador
Que me deu forma, brilho e cor
Estou aqui pra festejar
Hoje sou o símbolo da vida,
Renasci nessa avenida
Na escolha popular
Tá na boca do povo:
“O Cacau é Show”!
Sou Rosas, Rosas de Ouro
Meu sabor te conquistou!
OS OUTROS FILHOS DO BRASIL
Há mais de cinco décadas, um menino subiu num pau de arara, com a família, fugindo do flagelo da seca no sertão nordestino. Viajou 13 dias até chegar a São Paulo, comeu o pão que o diabo amassou e não contente ainda cuspiu, aprendeu a profissão de metalúrgico, se transformou num líder sindical respeitado, fundou um partido de trabalhadores, disputou e perdeu três eleições para a presidência da república, até que…
Bem, essa é uma história fantástica e que virou até filme, com o título de “O Filho do Brasil” e que todos já conhecem.
O pau de arara, que trouxe o menino assustado que depois se tornaria personalidade planetária, deveria nos remeter aos tempos de antigamente, símbolo de um Brasil atrasado, caminhando lentamente para a modernidade.
Quase uma alegoria a alimentar o mito que superou a distância entre o Brasil pobre e o Brasil rico e, no comando desse país, vem procurando reduzir essa distância na prática, embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido.
Mas, infelizmente, o pau de arara, esse sistema de transporte coletivo arcaico, desumano e arriscado, não é uma alegoria.
Tanto tempo depois, tanto progresso depois, o pau de arara continua circulando pelas estradas poeirentas deste imenso Brasil e também pelas grandes rodovias, transportando gente como se transporta gado. Muitas vezes, transportando gente como nem gado se transporta.
E, pela completa falta de segurança, matando gente.
Foi o que aconteceu no domingo, dia 10, em plena rodovia BR 101, elo de ligação entre o Sul/Sudeste com o Nordeste do Brasil.
Nas proximidades da cidade de Tancredo Neves, no Sul da Bahia, um caminhão pau de arara, que transportava cerca de 30 pessoas para a zona rural, todas elas amontoadas na carroceria, bateu de frente numa moto. Testemunhas alegam que o motorista do caminhão perdeu a direção.
Sandro Gerônimo de Jesus e João de Jesus Oliveira estavam na moto e morreram na hora. Genival Nascimento dos Santos, Zélia de Jesus Andrade e Luiz Carlos dos Santos Sacerdote, que eram passageiros do caminhão, foram lançados para fora da carroceira e também morreram.
28 pessoas, todas elas passageiras do pau de arara, ficaram feridas, nove delas internadas em estado grave.
Genival Nascimento dos Santos, Zélia de Jesus Andrade e Luiz Carlos dos Santos Sacerdote, que encontraram a morte em vez do destino glorioso na madeira dura do pau de arara, são os filhos de um Brasil que nem deveria existir mais.
Mas que resiste em forma de exclusão social e, forçoso dizer, desse misto de irresponsabilidade e omissão de quem deveria fiscalizar e fecha os olhos para essas armadilhas, que passam impunemente pelos postos de fiscalização, como se invisíveis fossem.
Sandro, João, Genival, Zélia e Luiz Carlos, cuja chance de virarem filme é zero, são apenas o enredo quase anônimo de uma tragédia tantas vezes anunciada.
Transformados em cinco cruzes na beira de estrada, muito fariam se suas mortes conseguissem por um fim a esse tipo de transporte.
É pouco provável que isso ocorra.
Um pau de arara, e lá se vai muito tempo, transportou o imponderável.
Os de hoje transportam apenas vítimas em potencial.
Ou vítimas reais como Sandro, João, Genival, Zélia e Luiz Carlos.
CASO LEAL SERÁ REABERTO
EXCLUSIVO: A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos vai pedir formalmente ao Ministério Público a reabertura do caso Leal.
A decisão de solicitar novas apurações foi confirmada pelo secretário Nelson Pelegrino à Sociedade Interamericana de Prensa (SIP)
O jornalista Manoel Leal, diretor do jornal A Região (Itabuna/BA), foi assassinado em janeiro de 1998 e muito por conta das investigações capengas, apenas o ex-policial civil Mozar Brasil foi condenado. Os mandantes continuam desfrutando da mais completa impunidade.
Calcinhas inglesas, cuecas brasileiras
Ian Stafford é prefeito de Preesall, uma insossa cidadezinha no interior da Inglaterra.
Ou melhor, era.
Ele renunciou ao cargo depois que foi flagrado cometendo uma irregularidade. A população não perdoou aquilo que considerou má conduta do administrador que elegeu para zelar pela cidade.
E lá se foi o mandato de Ian Stafford.
Seu crime?
Roubar calcinhas.
Por fetiche ou por algum, digamos, desvio freudiano, o fato é que as câmeras que tudo vigiam, flagraram Ian, primeiro numa loja, depois numa casa, surrupiando as calcinhas de suas recatadas cidadãs.
Pego com as calças, perdão, as calcinhas, na mão, Ian Stafford ficou sem o cargo, eventuais mordomias e voltou à sua antiga profissão de jardineiro, que lá na Inglaterra tem até certo status, mas nada que chegue perto da nobre função de prefeito.
E ainda teve que devolver as calcinhas às suas legítimas donas.
José Roberto Arruda é governador da Brasília, a capital do Brasil, centro do poder político do país.
E tudo indica que continuará sendo
Ele não renunciou ao cargo mesmo flagrado pelas câmeras cometendo aquilo que por aqui se chamada popularmente de gatunagem.
Arruda foi filmado, com uma qualidade de imagem que não deixa margem para interpretações dúbias, recebendo maços de dinheiro de um assessor que operava um generoso esquema de propinas em seu governo.
Teve a preocupação de sair com o dinheiro sem ser notado e para isso recorreu a uma proverbial sacola, dessas que gente honesta usa para fazer compras e alguns políticos usam para levar dinheiro roubado dos cofres públicos.
Se Arruda recorreu às sacolas, seus auxiliares, igualmente flagrados recebendo propinas, recorreram às cuecas para esconder o dinheiro, prática que nos últimos anos tornou-se padrão no Brasil, elevando a produção de modelos tamanho GG.
Com notória cara de pau, Arruda disse que o dinheiro da sacola era para compra de panetones para distribuir aos pobres no Natal. Rendeu muitas piadas, mas punição que é bom, nada.
E, por fim, mantido no cargo, Arruda passou ainda mais óleo de peroba na cara de pau, ao dizer que perdoava seus detratores e que pedia perdão por seus erros.
Como se, em vez de surrupiar recursos oriundos Deus e os corruptos sabem lá de onde, tivesse atravessado um sinal vermelho, deixado de ajudar uma velhinha a atravessar a rua ou roubado (ops) o pirulito de uma criança.
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De Ian Stafford, pode se dizer que deu o azar de ter nascido num país onde roubar calcinhas é crime, seja ele um jardineiro ou um prefeito.
De José Roberto Arruda, pode se dizer que deu a sorte de ter nascido num país onde roubar é ou não é crime, a depender do status de quem rouba.
Pensando bem, nessa coisa de calcinhas e de cuecas, há que se inverter o espírito da coisa.
Sorte tem os ingleses e azar temos nós, brasileiros.
FILHO DO BRASIL, CIDADÃO DO MUNDO
Um menino nasce no paupérrimo sertão de Pernambuco, em meio à seca que espalha a fome.
Viaja com a mãe e os irmãos num pau de arara durante 13 dias e ao chegar a São Paulo, encontra o pai ignorante e violento. Para sobreviver naquele ambiente de miséria absoluta, vende amendoim e engraxa sapatos.
A mãe, cansada das agressões, separa-se do pai. O menino e o irmão são criados com todos os tipos de provações. Para completar, numa noite de chuva forte, a enchente destrói os poucos pertences da família.
Já adolescente, ele vai ao cinema pela primeira vez, com uma roupa emprestada.
Realiza um curso no SENAI, aprende a profissão de metalúrgico, naquilo que parecia ser o degrau máximo de sua existência, e conhece a dureza da vida na fábrica.
Avesso à política, apaixonado por futebol, aos poucos vai percebendo a relação explorador-explorado que existe entre patrão e empregado. Na pressa para produzir mais e mais, perde um dedo num acidente de trabalho.
Mas ainda assim reluta em entrar no efervescente movimento sindical.
Por conta da precariedade do sistema de saúde pública, perde a mulher grávida e o filho que estava para nascer.
O clima de tensão na vida operária, que coincide com o endurecimento do regime militar, o empurra de vez para o sindicato, primeiro como diretor obscuro, depois como presidente, numa ruptura com o peleguismo vigente.
Torna-se um líder corajoso e carismático, capaz de reunir até cinqüenta mil operários em assembléias em que seus discursos mimetizam a multidão. Comanda uma greve que catalisa o país e começa a abalar as estruturas do poder militar.
É preso pela ditadura. A mãe, o esteio de sua vida, morre enquanto ele está na cadeia.
Da militância sindical, migra para a política. Ajuda a fundar um partido preferencialmente de trabalhadores.
Transforma-se numa liderança nacional, espécie de referência, de exemplo de superação.
Disputa uma eleição para Presidente da República. Perde.
Percorre o Brasil em caravanas da cidadania em que conhece, ou melhor, revê a miséria que atinge milhões de excluídos. Disputa de novo a eleição para Presidente da República. E, de novo, perde.
À frente de seu partido, comanda a mobilização por um país mais justo, menos desigual. Disputa sua terceira eleição para Presidente da República. Mais uma vez, perde.
Não desanima, continua sua luta.
Disputa pela quarta vez a eleição para a presidência da República. Vence.
Enfrenta um furacão provocado por uma crise ética no partido, sofre uma campanha voraz por parte da mídia, mas é amado pelo povo. Reelege-se com a maior votação da História.
Seu governo promove, como nenhum outro, a inclusão social. É atropelado por uma crise mundial, mas o país sai ainda mais forte do vendaval.
Torna-se uma liderança de dimensão planetária e garante seu lugar na História como um dos presidentes mais admirados que o Brasil já teve.
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Se um filme com um enredo desses passasse em Marte, Júpiter, Saturno ou numa outra Galáxia, um ET estupefato diria:
-Isso só acontece no cinema.
Aconteceu na vida real e é a história de Luiz Inácio Lula da Silva.
Está em cartaz nos cinemas brasileiros e, visto sem o maniqueísmo “adoro/odeio” Lula, tem pouco ou quase nada de propaganda política disfarçada e muito de uma história de superação, de que a perseverança e uma boa dose de sorte são capazes de driblar até essa entidade trapaceira chamada destino.
O FILHO E A FILA
Depois de assistir ao filme “Lula, o Filho do Brasil” no cinema do Shopping Jequitibá/Itabuna (lotado), o cidadão resolveu fazer umas comprinhas no Hiper Bompreço.
Encarando uma espera interminável para chegar ao caixa, comentou com bom humor:
-Gastei mais tempo na fila do Bom Preço do que assistindo o filho do Brasil.
E olha que o filme tem quase duas horas de duração!
Como diria Lulinha, ô fila da p…
INFELIZ ANO NOVO
Cariocas, paulistas e gaúchos, numa vasta extensão deste Brasil continental, entraram em 2010 chorando a tragédia provocada pelas chuvas.
No Rio de Janeiro, a paradisíaca Angra dos Reis se transformou num inferno, com os deslizamentos de terra que ceifaram dezenas de vidas.
Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, as chuvas provocaram inundações de proporções diluvianas. Milhares de famílias ficaram desabrigadas, cidades ficaram isoladas, casas foram destruídas e muitas pessoas perderam a vida.
Mais do que perder aquilo que foi construído com tanto sacrifício, chorou-se pelos mortos. O bem material se recupera, a vida não.
Enquanto uma parte do Brasil sofria com as chuvas, uma parte considerável dos Estados Unidos, Canadá, Europa e da Ásia penava com as maiores tempestades de neve das últimas seis décadas. A neve parou o sistema de transportes, provocou acidentes, afetou cidades inteiras e matou muita gente.
O que parecia paisagem de sonho, coisa de cartão postal ilustrado com Papai Noel saindo lá dos confins do Pólo Norte, se transformou num pesadelo. Um mundo branco, congelado e sombrio.
Chuvas no Brasil, neve no Hemisfério Norte e, como se fosse pouco, terremoto no Oceano Pacífico, provocando o medo de novos tsunamis. Nas ilhas destruídas pela fúria dos terremotos, mais mortos.
A chuva, a neve e o terremoto que causam mortes e devastação seriam fatos isolados, mera coincidência terem ocorrido ao mesmo tempo ou conseqüência de uma mesma causa, a forma como o planeta vem sendo explorado pelo homem?
Pelo menos no caso brasileiro, não se pode atribuir a culpa pela tragédia à natureza. Os deslizamentos de terra ocorreram em áreas de encostas, onde a ocupação urbana foi feita de forma desordenada e, em alguns casos, irresponsável.
O mesmo vale para as enchentes, que afetaram a capital paulista e outras cidades. Ocupações irregulares, expansão imobiliária sem planejamento, assoreamento de rios, córregos e canais, destruição de encostas. Tudo isso somado, a força das águas ganha dimensões incontornáveis.
Aas tragédias se tornam inevitáveis.
Enquanto houver omissão as autoridades, falta de planejamento urbano e gente ocupando espaços inadequados para moradia (mas, aí é por conta da necessidade mesmo), os fogos e as esperanças renovadas de um novo ano serão abafados pela dor de quem começou 2010 sem nada.
E pela ausência dos que, tragados pela fúria das águas, nem conseguiram entrar em 2010.
IMBECIS NO VOLANTE
No Sul da Bahia, esse ano como todo ano, as estradas tem sido cobertas com sangue dos acidentes quase diárias, com vítimas fatais e dezenas de feridos.
A imprudência ao volante continua sendo regra, num festival de irresponsabilidade.
Um bando de imbecis que, não contentes em arriscar a própria vida, coloca em risco a vida dos outros.
MAIS UM PASSO CONTRA A IMPUNIDADE
A Assembléia Legislativa da Bahia aprovou e o governador Jaques Wagner sancionou o Projeto de Lei número 18.468/2009, de autoria do Governo do Estado, que determina a concessão de indenização aos filhos e à viúva do jornalista Manoel Leal de Oliveira, em cumprimento ao acordo celebrado entre o Estado e os beneficiários, atendendo às recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos – CIDH, da Organização dos Estados Americanos – OEA. Trata-se de uma reparação pela morte do jornalista, assassinado em janeiro de 1998, num crime onde até agora foi condenado apenas o ex-policial Mozar Brasil, apontando como o autor dos disparos contra o fundador do jornal A Região, semanário com sede em Itabuna e circulação no Sul da Bahia.
Ao conceder a indenização, o Estado reconheceu responsabilidade no dever de zelar pela liberdade de imprensa e garantir a atuação dos profissionais de comunicação. O deputado estadual Capitão Fábio disse que “essa posição do governador Jaques Wagner é um exemplo de respeito à liberdade de expressão e ao papel importante de uma imprensa livre, democrática e comprometida com a verdade”. Para o deputado, “mais do que o valor material da indenização, a reparação sinaliza o fim da impunidade e o respeito aos jornalistas que exercem suas funções com dignidade”. A indenização será paga à família de Manoel Leal no dia 7 de abril. Dia do Jornalismo.