Uma percepção histórica-crítica do documentário “Doutor Araguaia”
Professor Negreiros, Deuzimar Menezes
O documentário Doutor Araguaia, produzido e dirigido com maestria e modo poético por Edson Cabral, surge como uma contribuição significativa para a construção de uma memória histórica crítica no Brasil, ao alumiar a trajetória de João Carlos Haas Sobrinho, o “Juca”. O projeto, realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022, demonstra o papel fundamental da cultura na preservação e valorização de narrativas históricas que, por muito tempo, foram silenciadas pelos interesses hegemônicos e autoritários vigente no Brasil.
A Trajetória de Juca e o Contexto da Guerrilha do Araguaia
João Carlos Haas Sobrinho, médico formado pela UFRGS e militante político, representa um dos muitos jovens idealistas que se engajaram na luta pela democracia e justiça social durante a ditadura militar no Brasil (1964–1985). Com uma sólida formação jesuíta e compromisso humanitário, ele não apenas atendeu populações marginalizadas na Amazônia Legal, mas também consolidou laços de confiança, respeito, admiração com os camponeses, fortalecendo a resistência contra um regime que concentrava a terra e o poder nas mãos de poucos. Fato que persiste nos dias atuais.
Sua morte na Guerrilha do Araguaia, em 1972, e o desaparecimento de seu corpo, fato que faz com que sua irmã Sonia Haas, com determinação heroica dedica sua vida à procura do corpo para um sepultamento como rito de nossa cultura, simbolizam a brutalidade do que é o regime militar que atua sistematicamente para apagar vestígios de sua repressão assassina. A Guerrilha do Araguaia, por sua vez, é um dos episódios mais sombrios e emblemáticos da repressão terrorista estatal, revelando a violência extrema, o terror que impunha contra opositores e populações, e a negação sistemática de direitos humanos básicos.
Resgate da Memória e o Papel do Documentário
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Sebrae e Amurc realizam seminário para prefeitos focado em gestão sustentável
Nos dias 9 e 10 de dezembro, no auditório do Hotel Praia do Sol, em Ilhéus, acontece o Seminário Gestão e Desenvolvimento das Cidades, um evento voltado para prefeitos e prefeitas que foram eleitos ou reeleitos no último pleito. Realizado pelo Sebrae em parceria com a Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), o seminário promete discutir estratégias práticas e inovadoras para promover a sustentabilidade e o desenvolvimento das cidades.
A iniciativa pretende reunir gestores públicos, especialistas e lideranças regionais para abordar temas como práticas inovadoras de gestão, desenvolvimento urbano e soluções sustentáveis. As inscrições podem ser feitas pela internet https://forms.gle/hbsbr5Fj1aaaa3Ty5. O público-alvo são prefeitos (as) e mais um acompanhante por município.
A ação é resultado do esforço para capacitar os gestores e fortalecer a integração entre municípios. “Esse é um momento crucial para refletirmos sobre os desafios das cidades e construirmos soluções que garantam qualidade de vida e sustentabilidade”, destacou a gestora de projetos do Sebrae, Erica Leal.
A América se rende ao Botafogo
Walmir Rosário
É sempre assim, “tem coisas que só acontecem com o Botafogo”. Esse velho chavão, ou melhor, mantra, sempre foi utilizado para marcar, ressaltar, os fatos negativos do Glorioso de General Severiano. Agora, com a conquista da taça do Campeonato Libertadores da América, definitivamente, também passará a definir os atos e fatos positivos.
Asseguro que nunca nos faltou conquistar taças, torneios e campeonatos por todo o mundo, inclusive os que valiam em nível mundial, apesar de refutados pelos eternos rivais. Por muitos anos o Botafogo “papava” os títulos contra os rivais europeus, como Barcelona, Real Madri, e outras equipes da prateleira de cima do continente europeu. Tudo anotado na imprensa da época.
Os campeonatos da América do Sul, alguns com estofo de mundial, fazem parte dos troféus exibidos na sede do clube, expostos com o destaque que sempre mereceu. Apenas os rivais brasileiros não querem reconhecer, atitude mesquinha e ranzinza dos eternos sofredores, que não esquecem as memoráveis surras em campo.
Faz parte da história do futebol brasileiro os tempos de crise vividos pelo Botafogo, fruto de más administrações das pessoas que somente buscaram tirar proveito do Glorioso. Mesmo assim, conseguia reunir os pedaços e realizar memoráveis feitos no futebol brasileiro e internacional. Alguns até pregavam o fim do clube, que seria considerada a falência do futebol brasileiro.
Homem Bomba
Diário de Osasco, final da década de 70. Eu e Cláudio Cruz, amigo-irmão que Deus levou prematuramente em 2017, trabalhávamos como repórteres, recém iniciados no jornalismo e escalados para funções que os veteranos sempre consideravam coisa menor: a cobertura nos bairros e as sessões de esportes e de polícia. Na verdade, eram as grandes escolas para quem estava começando e onde a gente fazia de um limão, uma limonada.
Ou de um cachorro quente um banquete, naqueles tempos difíceis, mas, hoje reconheço, felizes.
A nossa produção jornalística não deveria andar lá essas coisas (não que faltasse assunto: Osasco tinha problemas típicos de uma cidade industrial encravada na Grande São Paulo com bairros sem infraestrutura e a violência era assustadora), porque resolvemos diversificar as atividades e nos embrenhar por outras áreas.
Com a luta armada brasileira nos estertores e a Revolução Cubana distante demais, decidimos explodir latas de lixo do bairro Presidente Altino, onde ficava a sede do jornal, com aquelas bombas típicas de São João, ´tamanho GG´.
Não me perguntem o que uma coisa tem a ver com a outra, porque não tem nenhuma mesmo. É apenas pra dar um certo charme ao texto.
O plano (!) era esperar o fechamento do jornal, lá pelas onze da noite, e sair detonando as latas de lixo que encontrássemos pela frente. Como havia bombas suficientes para explodir Presidente Altino e adjacências, achei que uma bomba a mais, uma bomba a menos não faria diferença.
E então, sorrateiramente, enquanto Cláudio revisava compenetrado uma de suas matérias, coloquei uma das bombas embaixo da sua cadeira e… BUM!
Bota “BUM!” nisso. A desgraçada era muito mais potente do que a gente imaginava e ao barulho ensurdecedor seguiu-se uma fumaceira que tomou toda a redação.
Deu-se o pandemônio. O pessoal da oficina achou que a caldeira da linotipo (onde o chumbo derretido a uma temperatura mercurial servia para compor as páginas do jornal) havia explodido e saiu correndo pra rua. Vrejhi Sanazar, o dono do jornal, achou que seu patrimônio tão duramente conquistado tinha ido pelos ares e entrou feito um doido na redação.
E o advogado Achoute Sanazar, irmão do Vrejhi, que morava ao lado, quase teve um enfarto, imaginando que após invadir, destruir e ocupar a Armênia de seus ancestrais, os turcos tinham decidido eliminar também os descendentes espalhados pelo mundo.
Serenados os ânimos e esclarecidos os fatos, Vrejhi me xingou de filho da puta em português, armênio e em todos os idiomas que um dia poderia aprender, Cláudio ficou quatro dias praticamente surdo e as latas de lixo e os moradores de Presidente Altino foram poupados da nossa sanha revolucionária.
Minha carreira de Homem Bomba acabou ali.
O Estado Islâmico já sabe o que não perdeu.
Chocolate e pets não combinam!
Dra. Hannah Thame
Com a Páscoa vindo aí, fique alerta: chocolate e cães não combinam!
O chocolate contém substâncias como teobromina e cafeína, altamente tóxicas para os nossos amigos de quatro patas. Mesmo em pequenas quantidades, o consumo pode ser fatal para os cães, causando desde vômitos e diarreia até problemas cardíacos e convulsões
Se o seu peludo ingeriu chocolate acidentalmente, não hesite: procure ajuda veterinária imediatamente!
A CEV está aqui para cuidar do seu pet com todo o carinho e profissionalismo.
Anote aí o nosso endereço: (77) 3028 6525
Itabuna: 3ª edição do “Obras, Autores & Autógrafos” celebrou vinte anos da editora Via Litteraum com homenagem a Odilon Pinto
A Terceira edição do evento cultural “Obras, Autores e Autógrafos”, quinta-feira (28), no Centro Cultural Teosópolis, em Itabuna, celebrou os 20 anos da Editora Via Litterarum, e uma emocionante homenagem a uma das personalidades reconhecidas da cultura grapiúna, o cantor, compositor, violonista, tecladista, cronista e ex-professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Odilon Pinto.
Odilon Pinto de Mesquita Filho, nasceu em Teresina, no Piauí, em 15 julho de 1948, faleceu em 13 de janeiro de 2021, aos 72 anos. Durante 13 anos Odilon apresentou o programa “De Fazenda em Fazenda”, nas primeiras horas do dia, em uma emissora de rádio da cidade. Nele lia cartas reais e imaginárias, cativando um grande público nas zonas urbana e rural, tal a criatividade do apresentador.
Também escrevia uma coluna no jornal “Diário Bahia” (atualmente Diário do Sul), contribuindo de forma marcante para a cultura local.
No evento, o escritor e professor da UESC, Agenor Gasparetto, diretor da Via Litterarum, lembrou o início da editora em 2004, com a edição de quatro títulos, dois deles de Odilon Pinto: “Coisas da Vida”, e “Usos do Português”, “Regressantes”, de Gasparetto e “Coisas da Vida” de Bira Lima.
Crise? Tire o “S ” e crie
Gilza Pacheco
Hoje sinto desejo de criar, de escrever sobre fatos inesquecíveis, uma espécie de momento nostálgico. Antes, porém, mesmo hoje sendo sábado, reporto-me a uma sigla criada em 2011, “TBT” para significar “Throwback Thursday”, uma tendência popular nas redes sociais onde as pessoas compartilham fotos antigas ou memórias nostálgicas às quintas-feiras. Essa prática, que começou no Instagram e se espalhou para outras plataformas, permite que os usuários revivam momentos especiais do passado, como viagens, eventos e conquistas, conectando-se com amigos e familiares ao relembrar bons momentos juntos, além de ser uma forma divertida de observar como pessoas, modas e situações mudam ao longo do tempo. E um fato me veio a mente… Não era um dia comum.
De acordo com as crenças religiosas africanas, no dia 02 de fevereiro é comemorado o dia de Yemanjá. Odoyá, popularmente conhecida pelos brasileiros como Iemanjá, a orixá da religião Yorubá que significa “Rainha das águas, mares e oceanos”. Encontrava-me no lugar certo, Bairro Boêmio de Salvador, Rio Vermelho. Apesar de próxima à praia naquele dia não depositei flores no mar, não ofertei nenhum presente e nem pulei 7 ondas. Sentada em um bar eis que surge Damião, não o personagem da novela, se fosse, e se a minha amiga Eliana estivesse comigo, com certeza iria adorar.
Nunca havíamos nos visto antes, mas sabíamos da existência um do outro. Ele veio lindo, memória viva na minha lembrança. Ao colocar meus olhos, acompanhados, com certeza, de um largo sorriso, imaginei…é ele, o meu presente de Iemanjá. Lembro-me do seu andar elegante e ao mesmo tempo despojado e pelo seu sorriso percebi que me identificou. Iemanjá é conhecida por gostar de dar presentes.
Lembrança do Café Cacau
Cléber Isaac Filho
Uma lembrança especial que carrego no coração é a criação do Café Cacau em 1999. Ele funcionava como bar, espaço cultural e ponto de encontro da cidade. A decoração remetia a um armazém do interior, com um pinguim em cima da geladeira e o clássico cartaz de “fiado só amanhã”.
Em contraste, a gastronomia era moderna, com drinks sofisticados feitos e servidos por jovens descolados. Muitos encontros e desencontros marcaram o lugar, incluindo a memorável “Jam Session” do baterista da Legião Urbana com a banda de reggae Dread Lion.
O Café Cacau era um local onde surfistas, nativos, empresários, artistas e figuras excêntricas se reuniam. Um casal que sempre lembro dessa época é Vitória e Maurício. Ele, um negro, trabalhava como barman, e ela, branca, sempre o esperava curtindo na mesa e ouvindo a música ao vivo.
Em uma dessas noites, Vitória estava na mesa curtindo o som quando um grupo de cariocas no estilo “Bad Boy” chegou. Com tatuagens de Pit Bull, orelhas amassadas e cabeças raspadas, eles começaram a se comportar de maneira inconveniente. Percebi que iam importunar Vitória, a única mulher desacompanhada.
Maurício, um capoeirista de 1,80 m, também percebeu e ficou pronto para intervir. Um anjo de sabedoria me inspirou, e pensei rápido. Fui até Maurício e pedi para ele manter a calma, que eu cuidaria dos “Pit Bulls raivosos”.
UFSB tem quatro novas obras com licitação em andamento
A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) dá mais um passo importante para o desenvolvimento de sua infraestrutura com quatro novas obras que serão financiadas pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, com licitações já publicadas.
Anunciado em outubro de 2023 e com início da liberação de recursos em junho de 2024, o Novo PAC foi lançado como importante estratégia para expandir e fortalecer o ensino superior, com previsão de R$ 3,77 bilhões em investimentos para as universidades federais de todo o Brasil. Considerando a equação viabilidade x demandas mais urgentes, a UFSB apresentou cinco empreendimentos para investimento ainda no exercício de 2024.
Um dos principais projetos contemplados pelo Novo PAC foi a retomada da obra do Núcleo Pedagógico do Campus Sosígenes Costa (CSC), já em andamento, com previsão de entrega no primeiro semestre de 2026. Além disso, também já foram vencidas as etapas necessárias para início da requalificação da edificação onde funcionará o Restaurante Universitário (RU) do CSC. Esse equipamento deverá ser entregue conjuntamente com os RUs dos demais campi, conforme planejamento conjunto entre Proaf, Propa e Coordenações de Campus.