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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

dezembro 2024
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:: ‘Notícias’

Carnaval, cachaça e charutos

Este blogueiro dá um descanso aos raros leitores e, filho de Deus que é, aproveita o carnaval para baixar o estoque regulador de cachaça e charutos cubanos, naquele paraíso que é Canavieiras.

Na quarta, Deus deixando, voltamos à labuta.

Asta la vista, muchachos e muchachas!

COM VOCÊS, A COMPANHEIRA DILMA

O comercial dos 30 anos do PT, que está sendo veiculado na televisão, é uma peça explicita da campanha Dilma Presidente, com as bençãos de Lula.

É também o pontapé inicial (espera-se que apenas no sentido figurado) na eleição plebiscitária sonhada por Lula, numa espécie de escolha entre seu governo e o de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso.

As próximas pesquisas servirão para mensurar o impacto do comercial e da estratégia de Lula e do PT.

Atenção guerreiros: o cervejão nem sempre desce redondo


O carnaval este chegando -no caso da Bahia já chegou- e a propaganda principalmente na televisão incentiva o consumo de um produto que está diretamente associado à folia: a cerveja.

Assim como cerveja e verão parecem indissociáveis, cerveja e carnaval são irmãos siameses.

O sujeito pensa em carnaval e vem à mente a folia mais popular do país e uma cerveja estupidamente gelada. Melhor, várias cervejas estupidamente gelada.

O marketing, óbvio, aproveita e superdimensiona essa relação entre carnaval e cerveja.

Aí, é só ligar a televisão que nos intervalos do futebol, da novela, do filme, do telejornal e do intragável Big Brother lá estão os comerciais de cerveja, cada uma se apresentando mais apetecível do que a outra.

Uma cerveja se arvora de símbolo dos guerreiros, os batalhadores que dão um duro na vida e merecem como prêmio a tal cerveja. No carnaval, então, os guerreiros dão uma pausa e caem na folia. Tomando muita cerveja, obviamente.

Outra espalha aos quatro ventos que desce redondo e até fantasia os foliões com suas latas. Sem ela, o carnaval fica quadrado, seja lá o que isso significa.

Aí, vem a terceira marca e não se contenta em ser apenas uma cerveja. Se anuncia como cervejão, assim mesmo no aumentativo. Para isso, usa até uma cantora que tem um corpão e um vozeirão para que o folião não abra mão do cervejão.

A rima, como se denota, é pobre e ruim de doer, mas quem está preocupado com isso, quando o negócio é vender cerveja?

Entre guerreiros, redondos e cervejões, o folião elava o consumo às alturas, faz a sua festa e a festa dos fabricantes.

Até ai, nada demais.

Carnaval e cerveja fazem mesmo uma tabelinha tipo Pelé e Coutinho e não há nada demais em tomar uma cervejinha, ops, um cervejão.

A questão é que se carnaval e cerveja combinam entre si, ambos não combinam com direção de veículos, sejam eles caminhões, ônibus, carro ou motos.

É aqui que se quer chegar. Para evitar que a alegria da folia se transforme nas cinzas da tristeza pede-se encarecidamente a quem vai dirigir que evite o consumo de bebidas alcoólicas, a velha e boa cerveja inclusive.

Portanto, senhores guerreiros, no volante, o cervejão não desce redondo. Nunca.

No mais, é desejar que o carnaval seja isso mesmo: alegria e celebração com os amigos.

Sejam eles guerreiros, adeptos do cervejão ou daquela que desce redondo.

Ou, como este que ora vos escreve, de uma legítima cachacinha de alambique.

FESTA DE ARROMBA

Uma festa de confratenização realizada na Usemi mostra a quantas andas a falta de segurança em Itabuna.

Enquanto as pessoas festejavam lá dentro, os ladrões se esbaldavam cá fora.

Pelo menos seis carros foram arrombados, sem que ao menos um policial passasse pelo local, que fica a menos de 500 metros do Batalhão da PM.

Foi, literalmente, uma festa de arromba!

A CERVEJA NÃO É ESSA COCA COLA TODA, MAS O COMERCIAL…

Eu prefiro minha Bohemia e minha cachacinha de alambique, mas esse comercial da
Budweiser, veiculado durante a final do Super Bowl, nos EUA, é muito bom.
Mesmo em inglês, vale a pena conferir.

Um dia de fila (ou um dia de fúria?)


Em Itabuna, os relógios marcam cinco horas da manhã e os primeiros raios de sol anunciam um dia quente e abafado. O Rio Cachoeira exala o inconfundível cheiro de esgoto sem tratamento e os mendigos começam a desocupar as marquises, escadarias e calçadas onde passaram a noite.

Eventuais arrombadores se dirigem para casa, em busca do sono reparador após uma noite de “trabalho”. Moçoilas de fino trato, que exercem a mais antiga das profissões (essas, com dignidade, pois não surrupiam ninguém) também se preparam para o merecido descanso.

A cidade centenária começa a acordar.

E José da Silva, nome fictício, se prepara para ser personagem de fatos reais, repetitivos e irritantes.
José encara a primeira fila do dia. Há pelo menos um mês tenta marcar uma consulta médica com um especialista. Quando chega ao local, a fila já é imensa, teve gente que chegou na noite anterior.

Ele espera, espera, espera. Duas horas na fila.

Não consegue marcar a consulta. Vai ter que voltar outro dia, encarar outra fila.

Da central de (des)marcação de consultas, segue para o posto onde precisa tirar a segunda via de um documento.

Descobre que chegou tarde. Ainda assim, entra na fila imensa e espera outras três horas.

Inútil, acabaram as senhas bem na sua vez de ser atendido. Fica, de novo, para outro dia.

O sol forte faz da avenida do Cinqüentenário um caldeirão, em que camelôs disputam espaço com os pedestres e pedintes e, em algumas lojas, os clientes são chamados através de megafones, como em feiras livres das cidades mulambentas do interior.

José agora está numa agência bancária. Precisa de atendimento no caixa. Nova senha, nova fila e lá se vão mais de duas horas de espera. O atendimento propriamente dito, não leva nem três minutos.

Mas, pelo menos foi atendido.

Passa numa lotérica para pagar a conta de água e fazer uma “fezinha” na Mega Sena. Mais trinta minutos de fila. “Quem me dera ganhar sozinho”, pensa, enquanto sonha com as possibilidades da vida de rico.

Entre elas, a de não precisar encarar tanta fila.

E, por falar em fila, José decide dar uma passada rápida no supermercado do shopping e comprar algumas coisas, para fazer média com a esposa, a essa altura imaginando que o marido anda aprontando alguma coisa pela rua.

Rápida? No supermercado, encara mais uma hora de fila. E José ainda tem que empacotar os produtos que comprou por um preço nem tão bom assim.

Chega em casa a tempo de assistir no telejornal local uma matéria sobre a lei que determina o tempo máximo de espera nas filas.

Num acesso de fúria, atira um cinzeiro no aparelho de televisão.

Amanhã, terá que encarar a fila do conserto.

Ou a fila do pronto socorro, já que a esposa está com um jarro pesado apontado na direção de sua cabeça…

Quando o improvável tromba de frente com o impossível


Nylzo Marques Figueiredo, Lucimary Ribeiro, Gisele Souza, Jéssica Loriane Santos Ribeiro e Marimélia Belém.

Até a manhã do dia 8 de fevereiro de 2010, eles tinham sonhos, projetos de vida, histórias para contar.

Viviam a vida, com seus anseios, dificuldades, tristezas e alegrias.

Nylzo e Mariméia eram parentes.

Lucimary, Jéssica e Gisela eram amigas.

Nylzo e Mariméia seguiam de carro para Belmonte, onde moravam.

Lucimary, Jéssica e Gisela vinham do Rio de Janeiro e seguiam com destino a Salvador, onde pretendiam curtir aquele que é considerado o maior carnaval de rua do mundo.

Nylzo e Mariméia estavam a poucos quilômetros do aconchego de suas casas.

Lucimary, Jéssica e Gisela ainda viajariam mais de quatrocentos quilômetros até a cidade que escolheram para passar o carnaval.

Era absolutamente improvável, quase impossível, que os destinos de Nylzo e Mariméia fossem algum dia se cruzar com os destinos de Lucimary, Jéssica e Gisela.

Pois eles não apenas se cruzaram como, literalmente, se trombaram.

E se trombaram numa curva da BR 101 entre Camacan e Belmonte, quando os veículos em que eles viajavam bateram de frente.

O impacto foi tamanho que os dois carros se transformaram num monte de ferro retorcido.

Nylzo, Mariméia, Lucimary, Jéssica e Gisela se tornaram as mais novas vítimas de uma estatística macabra: as mortes em série nas estradas que cortam o Sul da Bahia, não raro frutos de uma imprudência desmedida ao volante.

A BR 101 e a BA 415 convivem com uma rotina de sangue e dor, em acidentes que se repetem com uma freqüência assustadora.

Um fenômeno que, diga-se, é nacional e faz do Brasil um dos países em que a violência do transito mais mata e invalida pessoas no mundo.

Parece que de nada adianta a fiscalização (frágil, é verdade) e para nada servem as campanhas educativas, pois os acidentes continuam ocorrendo numa proporção assustadora e as demonstrações de imprudências são visíveis para qualquer pessoa que trafega pela BR 101 e pela BA 415.

O carnaval vem ai, com a elevação do consumo de álcool e as noites mal dormidas.

Sinal de alerta nas rodovias, em que essa combinação costuma produzir mais acidentes e ceifar mais vidas.

Por que, em se tratando das rodovias, nem sempre se pode atribuir ao acaso a trombada do improvável com o impossível.

Um pouco mais de cuidado, prudência e respeito às leis do trânsito faria com que essa trombada entrasse para a categoria do evitável.

Poupando vidas, vidas e mais vidas.

Uma casa de portas sempre abertas


Doze presos da cadeia pública de Buerarema, cidade vizinha a Itabuna, aproveitaram o final de semana para, digamos, desfrutar as delícias da liberdade.

Na madrugada de sábado para domingo, eles cavaram um túnel na carceragem e deixaram o local sem serem notados. A fuga só foi descoberta pela Polícia Militar na manhã de domingo.

Fugas de cadeias públicas no Sul da Bahia, nas pequenas e médias cidades e até em Itabuna, onde a Casa de Detenção fica dentro do Complexo Policial, não chegam a ser propriamente uma novidade.

Ao contrário, são uma lamentável rotina, ampliando ainda mais o quadro de insegurança, posto que marginais de altíssima periculosidade ganham as ruas com extrema facilidade e voltam a aterrorizar a população.

Esse tipo de fuga, que talvez nem mereça o nome de tão fácil que é sair da cadeia, pode ser encarada como um misto da falta de estrutura das delegacias e de uma mal disfarçada conivência de alguns agentes policiais, que costumam ter acessos súbitos de “cegueira”.

Trata-se de um problema grave e ao mesmo tempo recorrente, sem que se tomem as necessárias providências para evitá-lo. E não é algo que exija grandes investimentos, além é claro de coibir a ação dos maus policiais, aqueles acometidos da tal ”cegueira”.

O que já era um convite à liberdade, nessas casas de detenção que parecem estar com as portas sempre abertas para quem deseja sair (visto ser improvável que alguém queira entrar, ao menos por livre e espontânea vontade) parece ter se tornando ainda mais fácil com a posição dos policiais civis, que se negam a continuar fazendo a guarda dos presos.

Em campanha salarial e como forma de pressionar o governo, eles usam o argumento de que a custódia de presos é um dever da Justiça.

O argumento é legal, mas a tentativa de pressão é evidente: atendidos os seus pleitos, os policiais voltarão fazer a custódia, o quem é bom que se diga, em absoluto garante que as fugas irão cessar.

Ainda assim, esse tipo de “queda de braço” entre policiais e governo só serve para penalizar o cidadão comum, que clama por mais segurança e que, diante de tanta violência, vê tolhido o seu direito de ir e vir.

A bandidagem, livre, leve e solta, agradece.

METAS ABERTAS

Feito as cadeias públicas, no Campeonato Baiano, as defesas do Colo Colo e do Itabuna, tem se oferecido aos adversários como portas abertas.
E tome gols e derrotas em série.
O Colo Colo brilha galhardamente na lanterna e o Itabuna se esforça para fazer companhia ao co-irmão.

POLÍTICA TAMBÉM É CULTURA


Um político que estava em plena campanha chegou a uma cidadezinha, subiu em um caixote e começou seu discurso:

– Compatriotas, companheiros, amigos! Nos encontramos aqui convocados, reunidos ou ajuntados para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é minha postulação, aspiração ou candidatura à Prefeitura deste Município.

De repente, uma pessoa do público pergunta:
– Escute aqui, por que o senhor utiliza sempre três palavras para dizer a mesma coisa?

O candidato responde:
– Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos etc. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado ali jogado na esquina.

De imediato, o bêbado se levanta cambaleando e responde:
– Senhor postulante, aspirante ou candidato! (hic) O fato, circunstância ou razão de que me encontre (hic) em um estado etílico, bêbado ou mamado (hic) não implica, significa, ou quer dizer que meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou ralé mesmo (hic). E com todo o respeito, estima ou carinho que o Sr. merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando (hic), seus pertences, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho (hic) à leviana da sua genitora, à mundana de sua mãe biológica ou à puta que o pariu!


A morte, especialmente a morte trágica, tem o dom de sepultar junto com o corpo físico os defeitos de algumas pessoas.

É como se a dor do instante final tivesse uma espécie de condão redentor, capaz de transformar em pó maldades e pecados cometidos em vida.

Esse não era -e pode-se afirmar aqui com absoluta certeza- de Eliane Almeida de Oliveira, a Liu.

Liu era essencialmente uma pessoa boa, batalhadora, que irradiava simpatia e que ajudava, sem esperar nada em troca, as pessoas que enfrentavam dificuldades.

Era, enfim, uma mulher a quem os parentes e amigos admiravam e sentiam-se felizes quando desfrutavam de sua presença.

Uma pessoa que, boa como era, merecia encontrar a felicidade depois de dois relacionamentos infelizes.

E que, ao cruzar com o que parecia a felicidade tão ansiada e merecida, trombou com a tragédia.

O anjo que Eliane imaginou ter encontrado, escondia sob os gestos corteses e o sorriso fácil, a face do lobo devorador.

Quando Eliane passou a namorar com Francisco Paulo Lins da Silva, o Chico, imaginou ter encontrado o amor eterno.

Foi eterno, enquanto durou.

E quando acabou, o anjo que Eliane imaginou ter encontrado, escondia sob os gestos corteses e o sorriso fácil, a face do lobo devorador.

Eliane foi assassinada com um tiro na cabeça, num crime que chocou Itabuna e desde então mobiliza uma cidade inteira, na busca por justiça.

Chico, de quem Eliane estava havia separado-se poucas semanas antes de morrer, é o principal suspeito do crime, está foragido e com a prisão preventiva decretada.

Além de morte de Eliane, é acusado de homicídios em São Paulo e Goiânia.

Eliane provavelmente não sabia disso e pagou com a vida pela cegueira que é um subproduto do amor e, se sabia, entrou em cena um outro subproduto do amor, a compaixão, a quem os enlevados costumam atribuir dons como transformar demônios em anjos.

O fato é que Chico não agiu num impulso de raiva repentina, o que nem assim minimizaria a brutalidade que cometeu.

Evidência disso é que, coisa que nunca fazia, locou um carro e foi buscar Eliane em Itapetinga, onde ela estava trabalhando, para trazê-la a Itabuna. E mais, aceitou que Eliane, em outro gesto de bondade cega, o ajudasse a procurar uma casa para onde ele mudaria. Chegou a sair com familiares dela na véspera do crime, numa encenação do seu melhor papel de companheiro. Ali, é muito provável que já tinha em mente o que pretendia fazer.

E fez, para então desaparecer e, quem sabe, reaparecer em outro local, a espera de uma nova presa para devorar.

Fazer Justiça, através da prisão e do julgamento de Francisco, é o mínimo que se pode esperar.

Em nome da memória de Eliane, esse sim um anjo bom, de quem restou um exemplo de vida e uma imensa saudade que a impunidade faz doer ainda mais em todos os que com ela conviveram,





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