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FALTOU O TIRA TEIMA
É preciso ter estômago de avestruz para assistir ao Jornal Nacional sem sentir ânsia de vômito.
A edição desta quinta-feira foi mais um primor do padrão Globo de jornalismo demo-tucano.
No primeiro bloco, uma reportagem de quase oito minutos sobre a quebra do sigilo fiscal de tucanos, tentando de todo jeito envolver Dilma e o PT naquilo que foi uma disputa entre Serra e Aécio Neves, com golpes abaixo da linha da cintura.
No último bloco, mais cinco minutos sobre a suposta agressão a Serra, com direito até a um perito pra definir se ele foi atingido por uma bolinha de papel ou um rolo de fita adesiva, como se um ou outro fossem capazes de provocar ferimentos graves.
Só faltaram botar o tira-teima para medir a velocidade da bolinha de papel e da fita adesiva e entrar o Galvão dizendo que o Serrrrrrrrrrrrra foi agrrrrrrrrrrrredido, com todos os erres que tem direito. Só não foi mais ridículo porque eles sabem o que estão fazendo e o que querem: atingir a candidatura de Dilma.
No meio disso tudo, bem escondida, aquela que era a grande notícia do dia: o desemprego caiu ao menor nível dos últimos anos e a renda média do trabalhador é recorde.
Depois essa gente tem tremeliques quando se fala em controle dos veículos de comunicação.
Estilingue e vidraça
Historicamente, o PT sempre teve facilidade para ser estilingue e dificuldade para ser vidraça.
Traduzindo: na hora de bater, o partido é de uma eficiência impar, mas quando apanha demora uma eternidade para reagir.
Vai às cordas e deixa o juiz abrir contagem, diante do nocaute iminente.
Menos mal que, quase sempre, reage antes de beijar a lona.
É isso, exatamente, o que está ocorrendo na eleição presidencial.
Quando os veículos de comunicação superdimensionaram a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB e exploraram ao extremo o caso Erenice Guerra, o PT manteve a linha da campanha propositiva, ignorando olimpicamente o impacto das denuncias.
Quando a campanha descambou para o submundo, o lamaçal das baixarias e dos boatos, explorando a religiosidade e valores morais como o aborto junto a uma significativa parcela da população, através de uma monumental corrente pela internet e de milhões de panfletos apócrifos, a campanha de Dilma preferiu manter o estilo ´paz a amor´.
Deu no que já se sabe. Uma eleição que estava praticamente definida no 1º. turno desaguou no imponderável do 2º. turno, com José Serra ganhando novo fôlego. Dilma manteve a dianteira, mas começou a ver o tucano pelo retrovisor.
O PT, enfim, resolveu reagir e jogar o mesmo jogo do PSDB.
Logo de cara, martelou num ponto altamente sensível para os tucanos: a privatização, colocada de tal forma a parecer que se deixar, Serra privatizará até o Palácio do Planalto.
E, como presente dos céus, caiu um Paulo Preto no colo dos petistas, para pelo menos emparelhar no quesito denuncia de irregularidades e ainda tripudiar, já que Erenice e sua troupe estão sendo investigadas, ao passo que Paulo Preto ainda é um fantasma capaz de provocar novos sustos, impune e ainda cobrando lealdade de seus pares.
Na internet, a guerra segue abaixo da linha da cintura, com chumbo trocado de lado a lado, no melhor estilo ´se colar colou, se não colar, a gente inventa outra´.
O correto seria uma eleição que se pautasse por uma disputa de alto nível, com os candidatos se respeitando e limitando o embate à discussão de projetos.
Uma eleição em que, avaliadas as propostas, o eleitor tivesse discernimento para escolher aquele que considera o melhor para gerir os destinos do país pelos próximos quatros anos.
Na prática virou uma guerra, onde o limite é não ter limites.
Uma pena.
ALÉM DE SER COMUNISTA E COMER CRIANCINHA, DILMA NÃO NASCEU NO BRASIL
A gente recebe tanta baboseira contra Dilma que algumas são de rolar de rir, de tão ridículas.
A ultima é que, além de ser comunista e comer criancinha, Dilma não é brasileira.
Isso mesmo, a nossa santa mãezinha do PAC e guardiã do Bolsa Família nasceu na Bulgária.
Os lunáticos que espalham o mais novo boato falsificaram não apenas uma certidão de nascimento búlgaria, mas um exemplar de um jornal da Bulgária.
Ainda bem que o comunismo internacional entrou no circuito e está abafando o caso.
E tem gente que acha que engraçado é o CQC, o Panico na TV e o Casseta & Planeta.
WAGNER EM ITABUNA E ILHÉUS
O governador Jaques Wagner faz sua primeira visita à Ilhéus e Itabuna após a vitória no primeiro turno, que lhe garantiu a reeleição com mais de 63% dos votos dos baianos.
Wagner vem agradecer pela votação que obteve no Sul da Bahia e, principalmente, fazer campanha pela eleição de Dilma Roussef para presidente da República.
Acompanhado dos senadores eleitos Valter Pinheiro e Lidice da Mata e de deputados federais e estaduais, Jaques Wagner participa no próximo sábado, dia 23, de duas carreatas, às 9 da manhã em Itabuna e às 11 da manhã em Ilhéus.
A meta é dar a Dilma 75% dos votos dos baianos.
TELEBAIXARIA
Por volta das 19 horas desta segunda-feira (18), recebi uma ligação telefônica, com uma gravação que mostra o nível a que chegou a campanha presidencial.
Ao atender o telefonema, surge uma voz que diz mais ou menos assim:
-Se você vai votar na Dilma, pense bem. Ela é a favor do aborto, do casamento gay, da invasão de terras, da censura à imprensa e da corrupção.
O Jornal da Record acaba de mostrar que essas ligações partem de uma central instalada em São Paulo, que dispara ligações para o Brasil inteiro.
Nazi-fascismo em estado puro!
Sorriso maroto
Nem Dilma nem Serra quiseram se arriscar e o debate na Rede TV foi daquelas coisas de dar sono.
Uma ou outra estocada, muitas perguntas sem respostas de ambos os lados e a impressão de que Dilma e Serra estavam mais preocupados em não perder votos do que ganhá-lo.
Devem estar guardando munição para o debate final, semana que vem na Rede Globo.
Se na tevê a coisa foi morna, no submundo a baixaria continua. A descoberta da impressão de milhões de folhetos caluniando Dilma, encomendados por um bispo da Igreja Católica e pagos sabe se lá por quem, é mais um componente dessa guerra santa, perdão, guerra suja.
Proibido para menores de 18 anos
Com o equilíbrio na disputa pela presidência da República, revelado nas recentes pesquisas de intenção de voto, a tendência é que o acirramento entre Dilma Roussef e José Serra jogue a campanha num lamaçal sem precedentes no período pós-redemocratização do país.
É fato que nos últimos dias, depois de tanto sofrer com as baixarias e a boataria que evitaram a vitória da petista no 1º. Turno, seus partidários resolveram reagir e jogar o mesmo jogo; enfim, partir para o vale tudo.
Um jogo bruto, pesado, jogado nessa teia incontrolável e muitas vezes anônima que é a internet, onde a verdade pode passar a anos luz de distância e a mentira impera soberana.
Vai daí que, nesse chumbo trocado, biografias estão sendo destroçadas, histórias reescritas ao sabor das conveniências e acusações feitas sem qualquer prova. O importante é reverberar a denuncia ou a acusação do momento, de forma que ela se espalhe, ganhe tons de verdade absoluta e -objetivo final- faça o estrago necessário no adversário.
E, já que botaram Deus no meio no momento em que a religião se tornou o foco principal da campanha, liberou geral e aí, onde passa um santo passa um céu e (principalmente) um inferno inteiro, entrou a filha, o neto, a amante e a esposa. Ainda não botaram a santa mãezinha no meio, mas a julgar pelo tom desse “debate” é só uma questão de tempo e oportunidade, nestas duas semanas que restam para o dia da votação.
Não deveria e nem poderia ser assim, pois o que está em jogo não é acreditar ou não em Deus, apoiar ou não o aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo, mas o futuro do Brasil nos próximos anos e décadas.
Parece até que estamos numa república fundamentalista, que Dilma e Serra estão disputando a presidência do Irã e não do Brasil.
O que deveria ser um debate em torno de projetos para o país, um embate de idéias e até mesmo um comparativo entre dois modelos de governo já testados e conhecidos; descamba para a baixaria sem limites.
A eleição se transforma numa suposta batalha entre o bem e o mal, como se fosse possível definir claramente quem é lobo e quem é cordeiro. Não raro, o lobo é justamente quem posa de cordeiro.
De Dilma, pode se dar o desconto de que não foi ela quem começou a baixaria, que seus partidários apenas responderam, quando essa pareceu a única saída para evitar a sangria.
O fato, lamentável, é que num país que almeja se consolidar como uma nação desenvolvida, estamos diante de uma eleição em que o vencedor pode não ser aquele que apresentou o maior projeto, mas o que revelou maior capacidade de destruir o adversário, de dissimular e de disseminar mentiras.
Tirem as crianças da televisão e principalmente da internet. O conteúdo é impróprio para menores de 18 anos.
Baixaria virtual no mundo real
Liberar o crack nas escolas!
Incentivar plantações de maconha na agricultura familiar!
Fechar as igrejas, templos, terreiros, etc.
Implantar a Bolsa-Maconha e a Bolsa-Cocaína para os universitários!
Permitir o aborto livre e pago pelo SUS!
Revogar a Lei Maria da Penha!
Acabar com a cesta básica!
Mudar a cor da bandeira nacional para o vermelho.
Desapropriar fazendas e residenciais alugadas para dar aos pobres.
As “ações” acima estão sendo atribuídas a candidata Dilma Roussef, caso vença as eleições para a presidência da república e espalhadas ad nauseum através da internet.
São coisas tão absurdas que não deveriam ser levadas a sério, mas repetidas à exaustão e espalhadas em milhares, talvez milhões de correios eletrônicos, algumas dessas aberrações acabam ganhando tons de verdade junto a um tipo de público suscetível a questões de ordem moral e/ou religiosa, como o aborto e a liberdade de culto.
A proporção que esse misto de baixaria e boataria atingiu mostra que não se tratam de iniciativas isoladas, frutos de mentes delirantes e lunáticos chegados a uma teoria conspiratória.
Na verdade, trata-se de uma tática planejada, orquestrada por profissionais, com um objetivo claro: minar a candidatura de Dilma Roussef e impedir a sua vitória, mesmo que à custa de impor à campanha eleitoral um lamaçal como raramente se viu na história do país.
Na impossibilidade de fazer um comparativo entre os oito anos de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB de Serra, e os oito anos de Lula, do PT de Dilma, posto que os avanços sociais e econômicos de Lula são infinitamente superiores ao de FHC, muda-se o eixo da campanha, partindo para a desconstrução de Dilma enquanto mulher e cidadã. Para o massacre.
Dilma deixa de se a candidata do Lula, com todos os ganhos que isso representa, para ser transformada na personificação do mal. Os nazi-fascistas de Hitler e Mussolini não fariam melhor, dando-se o desconto de não contarem com essa máquina de contaminação de mentiras que é a internet.
Goebbels, o mentor da máquina de propaganda de Hitler (aquele, da célebre frase “uma mentira repetida mil vezes se transforma em verdade”), deve estar dando pulos de satisfação, no inferno onde por justiça expia suas atrocidades.
A propagação de mentiras pela internet é um crime que quase nunca deixa impressões digitais, embora muita gente tida como séria se dê ao trabalho de repassar as baixarias que recebe, formando uma corrente de dimensões incalculáveis.
Mais do que a quebra dos sigilos fiscais e o caso Erenice Guerra, foram essas baixarias que geraram o efeito Marina e impediram a vitória de Dilma no 1º. turno.
Como deu certo, o esquema foi aprimorado e amplificado nesse 2º. turno e a cada dia surge uma nova revelação, como se de repente o país e o mundo descobrissem que por trás da mulher guerreira e decidida que lutou contra a ditadura (e que por isso mesmo foi torturada nos porões do regime militar) e que foi a coordenadora do Plano de Aceleração do Crescimento ao lado de Lula, é na verdade um monstro pronto a devorar criancinhas no minuto seguinte em que colocar a faixa presidencial no peito.
Monstros são os que, ignorando o espírito democrático pelo qual Dilma e tantos outros brasileiros lutaram e pelo qual alguns deles deram a própria vida, transformam a eleição nessa sujeira, sem ao menos se darem conta do que pode ocorrer caso a vontade popular seja solapada pela mentira, pela baixaria e pela torpeza.
Não é necessário ter bola de cristal para afirmar que a vitória a qualquer preço pode ter um preço impossível de se pagar.
As conseqüências disso não terão nada de virtuais.