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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Notícias’

PERIGOSAMENTE, IRRESPONSAVELMENTE


No final de semana, um jovem de apenas 22 anos, que estava parado numa moto, ao lado da namorada, foi atingindo por um motorista, que dirigia um veículo e, de acordo com testemunhas, estava visivelmente embriagado.

O mototaxista foi arrastado pelo condutor do veículo, que trafegava na contramão.

O resultado do acidente foi trágico para o jovem, que teve parte da perna amputada.

Como se recusou a fazer o teste do bafômetro, o motorista causador do acidente vai responder na justiça por lesões corporais.

E o jovem que perdeu parte da perna é que vai pagar o preço, alto, da imprudência alheia.

Imprudência.

Essa é a palavra que explica esse e inúmeros outros acidentes, que fazem do trânsito brasileiro um dos mais violentos do mundo, que mata e aleija em escala industrial.

Imprudência que se revela em excesso de velocidade, ultrapassagens arriscadas e no completo desrespeito às leis de trânsito.

E ela está presente tanto nas rodovias estaduais e federais quanto nas áreas urbanas.

Uma imprudência que, potencializada pelo consumo de bebida alcoólica, eleva às alturas o seu potencial destruidor.

Não é exagero dizer que o álcool é a força motriz da imprudência, porque estimula os abusos e reduz o nível de concentração.

Acidentes e mortes que poderiam ser evitados tornam-se inevitáveis, com as conseqüências trágicas que todos conhecem.

Lamentavelmente esse misto de imprudência e consumo de bebida alcoólica é mais comum entre os jovens, que em nome de uma suposta rebeldia e de um desejo de liberdade completamente equivocados, transformam os veículos em máquinas mortíferas.

Jovens que abreviam a própria vida e a vidas dos outros, quando deveriam aproveitar a vida de maneira saudável.

Viver intensamente, nessa fase tão especial como a juventude, não significa viver perigosamente.

E muito menos viver irresponsavelmente.

A solidariedade é azul


O Mutirão do Diabético de Itabuna, que este ano acontece no dia 13 de novembro, é um exemplo de responsabilidade social. Um evento que a cada ano tem suas ações ampliadas e que a partir de 2010 ganha dimensão nacional com a parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular e que já está inserido no calendário mundial da Federação Internacional do Diabetes.

Fruto da obstinação de seu idealizador, o Dr. Rafael Andrade, o Mutirão do Diabético envolve não apenas a direção, o corpo clínico e os colaboradores do Hospital de Olhos Beira Rio, responsável pelo evento, mas toda a sociedade organizada, como a Associação dos Diabéticos de Itabuna, Prefeitura de Itabuna, Santa Casa de Misericórdia, Lions Clube, Universidade Estadual de Santa Cruz, além do apoio de empresas como a Bahiagás, Rota e Alergan e dos veículos de comunicação, com destaque para a TV Cabrália/Record News, que aliou-se de integralmente ao projeto.

O Mutirão do Diabético de Itabuna é um exemplo de que com a mobilização da sociedade organizada é possível prevenir e tratar ainda na fase inicial uma doença responsável por milhares de casos de cegueira, amputação de membros e mortes em todo o planeta.

São pessoas, por absoluta desinformação sobre os sintomas e desconhecimento dos meios de prevenção, adoecem e morrem todos os anos, porque deixam de fazer o tratamento ainda na fase inicial, quando é possível controlar e conviver com o diabetes, desde que adotados alguns procedimentos.

Aquilo que começou como um projeto modesto, ampliou-se de tal forma que o número de atendimentos este ano pode chegar a 5 mil pessoas, incluindo o atendimento aos diabéticos e a feira de saúde que acontece na praça Rio Cachoeira, onde o foco será justamente na educação e prevenção.

Para marcar sua participação na campanha, empresas, prédios e espaços públicos de Itabuna estão sendo iluminados de azul, a cor da campanha do diabetes, integrando o município a uma campanha em nível mundial, com a participação de 181 países.

As imagens de Itabuna já estão ganhando o mundo, mostrando que nossa cidade produz coisas boas e, além do conhecido espírito empreendedor, também dá um exemplo de solidariedade.

Como a boa semente gera bons frutos, a partir deste ano Mutirão estará sendo levado para Arapiraca, em Alagoas, primeiro passo para que seja realizado em outros municípios brasileiros, consolidando Itabuna com cidade-modelo na prevenção e tratamento do diabetes.

Nesta semana, a cor da solidariedade é azul. Do tamanho do mundo. Do tamanho da capacidade que as pessoas tem de fazer um mundo melhor quando trocam o individualismo pelo espírito coletivo.

AGORA VAI…

Um sonho a três


Faltam apenas quatro rodadas para o final do Campeonato Brasileiro de 2010 e a disputa pelo título parece limitada a três times.

Fluminense, Corinthians e Cruzeiro travam uma batalha renhida, jogo a jogo, para saber quem vai levantar a taça.

A exemplo do que aconteceu em 2009 (em 2006, 2007 e 2008 o São Paulo, que hoje virou coadjuvante, passeou), quando Flamengo, Internacional e São Paulo chegaram à última rodada brigando pelo título, o Brasileirão 2010 deve repetir o mesmo script emocionante, calando de vez a boca dos críticos do sistema de pontos corridos.

Fluminense, Corinthians e Cruzeiro são, efetivamente, os times que, na média de uma competição longa e com jogos difíceis, apresentaram melhores credenciais.

Nenhum dos três jogou um futebol de sonho (porque esse tipo de futebol só existe em sonho mesmo), mas todos eles mostraram eficiência e competitividade, além de momentos de brilho.

Dois desses times, o Corinthians e o Fluminense, são as imagens de seus treinadores, Tite (que substituiu Adilson Batista, que substituiu Mano Menezes, todos da mesma filosofia de jogo) e Muricy Ramalho.

Um futebol de marcação, ocupação de espaços e ataques letais.

O exemplo mais claro desse estilo foi dado pelo Corinthians no clássico contra o São Paulo. O tricolor dominou, criou várias chances, mas em dois ataques precisos, o alvinegro fez 2×0 e venceu.

O Cruzeiro joga um futebol mais bonito, como gosta seu treinador, Cuca. Mas peca pela inconstância, o que pode ser fatal neste momento em que um mero ponto perdido pode significar o adeus ao título.

Pode-se apontar um favorito?

A resposta é: não.

Na rodada final, o sonho a três vira realidade para um e pesadelo para dois.

No purgatório da luta contra o rebaixamento, Grêmio Prudente e Goiás já caminham para o inferno.

Avaí, Guarani, Atlético Mineiro, Atlético de Goiás e Vitória e travam uma guerra de vida ou morte, onde dois deles caem.

O Vitória, como dizem os torcedores do Bahia, já saboreando o acesso à 1ª. Divisão, está no Elevador Lacerda.

Fica parado no mesmo andar, o que já resolve, ou desce?

ORGULHO DE SER NORDESTINO


Quadro de Waldomiro de Deus, baiano de Itagibá, que conquistou São Paulo e de lá o mundo, com sua arte.

A expressiva votação de Dilma Roussef no Nordeste, pelo tamanho monumental da diferença de votos entre ela e José Serra, produziu a impressão de que, não fossem os votos dos nordestinos, o tucano e não a petista teria vencido a eleição.

Os números mostram que, extraídos os votos do Nordeste, Dilma ainda assim bateria Serra e seria eleita presidente.

Dilma, portanto, ganhou com os votos do Nordeste, que lhe conferiram uma vitória espetacular, com mais de dez milhões de votos de diferença, mas não apenas por causa do Nordeste.

A votação nordestina a Dilma, região em que Lula é idolatrado e onde em algumas casas do interior sua foto divide espaço com o Padre Cícero (o que dá a idéia exata da devoção), serviu de mote para que viesse a tona uma onda, felizmente contida à tempo, de xenofobia.

E essa prática surgiu em São Paulo, o estado mais rico e desenvolvido do País e ao mesmo tempo o mais retrógrado e conservador, especialmente no que se refere à sua classe média.

Partiu de uma estagiária de Direito, uma pessoa em tese bem esclarecida, a mensagem mais agressiva, espalhada via internet, sugerindo que cada paulista matasse um nordestino para “limpar” São Paulo.

A partir daí surgiram expressões pejorativas do tipo “vagabundos”, “parasitas”, “câmaras de gás para extermínio em massa de nordestinos”, etc., como se habitássemos uma região que vive exclusivamente dos recursos do Bolsa Família.

Não seria o caso de dar repercussão à opinião de uma destrambelhada, chateada porque seu candidato foi derrotado.

É o caso, sim, de condenar uma agressão recorrente, que apareceu de maneira subliminar, mas perceptível, na campanha eleitoral. Era como se o país estivesse dividido entre os ricos e escolarizados eleitores do Sul/Sudeste, obviamente eleitores de Serra; e os pobres e semi-alfabetizados eleitores do Nordeste, uma legião de pobres coitados dependentes dos programas sociais de Lula, eleitores de Dilma, claro.

A votação de Dilma em São Paulo, onde ela obteve cerca de 45% dos votos os válidos, e as votações expressivas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, demonstraram que não é bem assim que se desenha o mapa do Brasil.

Não existe o país dividido que parte da mídia ressentida com a derrota de seu candidato preferido e uma elite que tem ojeriza à ascensão social de milhões de pessoas tentam mostrar.

Existe sim um país unido, em que a maioria dos eleitores fez a opção por uma candidata e um modelo de governo. Isso é democracia, tem que ser respeitado.

Com relação ao Nordeste, terra de gente trabalhadora, hospitaleira e alegre, região de belezas naturais e uma cultura que encanta pessoas do Brasil e de todo o mundo; se ainda apresenta indicadores sociais e econômicos inferiores aos centros mais desenvolvidos do país, é justamente porque ao longo de cinco séculos foi espoliado, primeiro pelos colonizadores e depois pela elite política.

Até que apareceu um certo Luiz Inácio Lula da Silva para mudar essa história…

Uma história que Dilma e os milhões de nordestinos e demais brasileiros vão continuar escrevendo, substituindo o preconceito e a discriminação pela igualdade.

Por um Brasil do Sul, do Sudeste, do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste.

De todos.

DILMA E A ENERGIA BAIANA


Quando participou do comício em Vitória da Conquista, ao lado do governador Jaques Wagner, Dilma Roussef encerrou seu discurso dizendo que iria levar “a energia baiana para a reta final da campanha”.

A energia baiana fez bem à presidente eleita, tanto que ela resolveu ´recarregar as baterias´, desta vez aproveitando as energias e as belezas naturais de Itacaré, no Sul da Bahia.

Dilma vai precisar de muita energia, para manter e ampliar o legado de Lula.

Portanto, deixa a mulher descansar.

TIO DANI RECOMENDA

Havana é uma daqueles viagens que valem a pena.

E o preço é camarada, como diria El Viejo Comandante.

Dilma Vana Roussef


Dilma Vana Roussef, que na juventude se engajou na luta pela democracia e foi presa e barbaramente torturada nos porões da ditadura militar, é a primeira mulher eleita presidente do Brasil, uma das mais importantes nações do planeta.

Na campanha eleitoral, Dilma sentiu de novo na pele a força do porão e da tortura, desta feita sob a forma da calúnia, preconceito e de uma monstruosa máquina de produzir e espalhar mentiras, que repetidas à exaustão ganhavam tons de verdade absoluta junto ao eleitorado menos esclarecido e à classe média conservadora.

Dilma Roussef vai substituir o mais querido e popular de todos os presidentes brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva, ou simplesmente o Lula.

Uma responsabilidade imensa, não apenas pelo desafio de mostrar que uma mulher pode, sim, comandar o Brasil, mas por substituir um presidente que se converteu em mito.

Lula, mentor e principal responsável pela vitória de Dilma, deixa como legado um país quem, além dos avanços econômicos e sociais que entre outras coisas geraram 15 milhões de empregos e tirou 25 milhões de pessoas da miséria, resgatou a auto-estima dos brasileiros.

Um povo que perdeu o secular complexo de vira-latas, como a definiu Nelson Rodrigues e um que hoje tem um governo que, como perpetrou Chico Buarque, não fala fino com os Estados Unidos e grosso com a Bolívia e o Paraguai.

Numa das falas mais marcantes de importantes de toda a campanha, que curiosamente foi dita apenas nos comícios e não apareceu no horário eleitoral gratuito, Dilma disse o seguinte:
-Quando Lula foi eleito presidente, ele disse que não poderia errar, porque iriam dizer que trabalhador não pode ser presidente. Eu digo que também não posso errar, porque irão dizer que mulher não tem condições de governar o Brasil. E não vou errar.

Não dá para duvidar das palavras dessa mulher-guerreira, que ajudou a derrubar a ditadura, sobreviveu a todo o tipo de sordidez durante a campanha e que, a partir de 1º. de janeiro será presidente de todos os brasileiros, essa gente igualmente guerreira, que não desiste nunca e que, a despeito de tanta coisa ainda há ser feita, se orgulha de seu país.

Dilma Vana Roussef, do Brasil.

MILAGRES POR ATACADO


Acordo cedo, ligo a TV e vou zapeando em busca de algo pra assistir. Eis que me deparo com um daqueles programas evangélicos que dominam as madrugadas e os inícios das manhãs..

E testemunho, pela primeira vez nos meus 50 anos de vida, milagres por atacado.

30 cegos enxergaram.

20 paralíticos andaram.

25 surdos escutaram

15 mudos falaram.

Esse foi o “saldo” de uma pregação de 15 minutos do apóstolo que apareceu na televisão pedindo voto para José Serra.

Pena que ninguém se deu ao trabalho de levar um caixão com um defunto dentro, porque aí possivelmente testemunharia uma ressurreição em pleno dia de Finados.

O inacreditável é que com tamanho poder, o tal apóstolo, que faz os cegos enxergarem, os paralíticos andarem, os mudos falarem e os surdos escutarem, não conseguiu multiplicar os votos de seu candidato.

Com a devida ressalva de que a esmagadora maioria dos bispos e pastores evangélicos é composta de gente séria, que faz da religião um instrumento para melhorar a vida dos fiéis, tem muito picareta aí, que explora boa fé das pessoas humildes para operar o verdadeiro milagre: enriquecer usando o santo nome de Deus em vão.

OS TRÊS PATETAS DA VEJA


O day after dos três patetas da Veja, Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo e Diego Mainairdi, após a vitória de Dilma não está sendo fácil.

A trinca, que se leva a sério, mas provoca risos tantas são as asneiras que escreve, segue a catilinária contra Dilma e Lula, naquele misto inconfundível de ressentimento e preconceito.

Alguém precisa avisá-los que a chance de haver terceiro turno é a mesma que a Veja tem de recuperar a credibilidade dos tempos de antanho.

E bota antanho nisso.





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