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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

novembro 2025
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Cuba, Vily Modesto e ´las chicas`

Daniel Thame

Sul da Bahia, 1995. Acabo de voltar de Cuba, onde produzi para os jornais A Região (Itabuna) e Diário de Osasco (SP), uma série de reportagens que estão entre as melhores coisas que já realizei em quase cinquenta anos de jornalismo.

 

Para ser honesto a viagem à Cuba foi bancada inteiramente pelo jornal A Região, o que só se explica pela generosidade do inesquecível Manoel Leal (um dos anjos que o destino colocou na minha vida guache).

 

Afinal naquela época,  mandar um repórter de um jornal do interior da Bahia fazer uma cobertura em Cuba equivalia a mandar um tabaréu a Marte.

 

A publicação no Diário de Osasco, onde trabalhei por 10 anos antes de emigrar para as terras do cacau,  foi muito mais, reconheço, pela vaidade de mostrar que o menino que o Vrejhi Sanazar (outro anjo na minha vida) achava talentoso mas demasiado aventureiro pro gosto dele, estava se dando bem na vida.

 

Mas voltemos à Cuba, onde aliás retornei outras três vezes, apaixonado que sou por aquela que considero minha segunda pátria.

 

Ou melhor voltemos à Itabuna e a Bahia, minha verdadeira pátria.

 

A série de reportagens repercutiu tanto que mereci a honra de ser chamado para uma entrevista no programa Vily Modesto, na Rádio Jornal de Itabuna, patrocinado pelo Grupo Chaves (a citação é só pra lembrar de outro anjo, Helenilson Chaves) e que tinha como slogan “Durma com Jô e acorde com Vily”, referência mais do que justa ao “Jô Onze e Meia”, então no auge com Jô Soares.

Não dormi com Jô, mas acordei com Vily, feliz por poder falar para todo o Sul da Bahia.

 

Vily Modesto parecia estar inspirado por uma noite de sonhos calientes. Ou tinha lido Jorge Amado demais.

 

Após o meu tradicional bom dia aos queridos ouvintes e falar sobre minhas impressões iniciais sobre Cuba, Vily solta o vozeirão:

 

-Daniel Thame, e ´las chicas´? (as moçoilas, em bom português)

 

Fiz que não entendi e tasquei:

 

-Vily, a saúde em Cuba funciona bem, com atendimento de qualidade nos lugares mais distantes, nas capitais  de provincia e em Havana e blá blá blá blá blá blá…

 

Vily engrossa mais a voz:

 

-E ´las chicas` Daniel?

 

E eu me finjo de surdo:

 

-A Educação é prioridade, com ensino gratuito do maternal à universidade e blá blá blá blá blá blá…

 

Vily parecia um disco travado:

 

-Eu quero saber com são ´las chicas`…

 

Eu parecia um surdo empedernido:

 

-Cuba tem praias maravilhosas, um patrimônio histórico-arquitetônico fantástico, o turismo tem sido a alternativa para minimizar o impacto causado pela queda do Muro de Berlim e blá blá blá blá blá blá…

 

Vily não queria saber nem de Muro, nem de Berlim:

 

-Eu quero saber como são ´las chicas`, Daniel.

 

Aí baixou um Che Guevera em mim.

Vily era uma figura maravilhosa, um ser humano espetacular e afinal eu era o convidado dele. Fui duro, sem perder a ternura, jamás!

 

-Vily meu amigo, se era pra ir atrás de ´las chicas` não precisava ir a Cuba, bastava ir ao Brega de Sônia.

 

Onde por sinal ´las chicas´ são (ou eram) muito mais ´hermosas`.

 

E vamos aos nossos comerciais, porque a entrevista acabou ali.

 

 

Em tempo: Vily  Modesto é umas dessas personalidades extraordinárias que ainda está a merecer o devido reconhecimento numa região que não é dada a reconhecer suas personalidades extraordinárias.

 

Mas isso já é assunto para outra crônica.

1 resposta para “Cuba, Vily Modesto e ´las chicas`”

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