:: 3/maio/2025 . 12:13
Nestor Amazonas, o cinegrafista e o pitú
Daniel Thame
Começo da TV Cabrália. 1988. Tempo em que as equipes de reportagem corriam atrás da notícia sem preocupação em economizar na gasolina ou na diária do repórter, do cinegrafista, do auxiliar e do motorista.
Hoje, a equipe se limita ao repórter e ao cara que acumula as funções de motorista/cinegrafista. Em alguns casos é a “equipe de um só”.
Voltando à Cabrália. A equipe saiu para fazer uma matéria em Ubaitaba e aproveitou para fazer outra reportagem sobre a situação precária da rodovia Ubatã-Ipiaú. Duas boas reportagens, veiculadas nos telejornais da emissora.
Até aí, nada demais. Boas reportagens eram marca da Cabrália, uma espécie de pré-faculdade de Comunicação no Sul da Bahia, tamanho o número de profissionais que formou. O problema foi a conta do almoço, que incluiu até pitú.
Nestor Amazonas, o mentor da TV Cabrália, um dos mais completos profissionais de tevê do país, era um cara legal, mas não era dado a exageros, porque a emissora tinha dono e dono não costuma rasgar dinheiro.
Quando Nestor foi questionar a despesa, o cinegrafista esperneou:
-Ô Nestor, qualé? Eu tô acostumado a comer bem na minha casa!
Nestor encerrou o assunto:
-Vou almoçar hoje na sua casa. Se tiver pitú, a tevê paga essa conta. Se não tiver, você paga.
Desnecessário dizer quem teve o salário desfalcado no final do mês.
—
Obra Divina

Iva Santos Guimarães
No céu bordado em tons de ouro,
dançam estrelas na imensidão.
Cada detalhe, cada sopro,
carrega a luz da criação.
O vento canta entre as montanhas,
o mar reflete o eterno ser.
Na flor que nasce em silêncio,
Deus faz o mundo florescer.
Em cada gesto de ternura,
em cada alma que ilumina,
há um traço do sagrado —
a pura essência, a obra divina.
Não há pincel que pinte o todo,
nem verbo que possa conter.
Somos parte do mistério,
do amor que fez o viver.
Os paulistas que fizeram história no Fluminense

Walmir Rosário
O escritor e torcedor do Fluminense das Laranjeiras, Tasso Castro, está finalizando um novo projeto para presentear os tricolores de Itabuna e todo o Sul da Bahia. E o novo livro tem como título – ainda provisório – “Paulistas no Flu: glórias e troféus”, em que mostrará a passagem dos jogadores e técnicos que nasceram em São Paulo e fizeram sucesso no tricolor carioca.
O trabalho, resultado de uma pesquisa de fôlego, demonstra que desde 1935 os paulistas são figurinhas carimbadas na trajetória do Fluminense, afastando qualquer rivalidade entre os jogadores dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Nesse ano, a diretoria tricolor, de uma só vez, motivou um feito inédito ao contratar a base da Seleção Paulista.
E não se tratava de um elenco qualquer, e sim dos jogadores paulistas que conquistaram o Bicampeonato Brasileiro de Seleções nos anos de 1933 e 1934, atitude ímpar no futebol brasileiro daquela época. E os resultados alcançados pelo tricolor carioca foram à altura das contratações, no mesmo nível de qualquer seleção da América do Sul.
E os impactos positivos começaram a aparecer a partir de 1936, quando iniciou a conquista do tricampeonato, completado nos anos de 1937 e 1938, com muito sucesso. Embora tenha deixado escapar o tetracampeonato em 1939, o Fluminense não se abateu e voltou com supremacia, vencendo os campeonatos de 1940 e 1941, se sagrando bicampeão.
E os cartolas do tricolor das Laranjeiras voltaram a esquentar as turbinas e nos anos 1950, passaram a recrutar novos jogadores no mercado paulista, contratando os craques Marinho, Clóvis e Maurinho. O esquema voltou a funcionar e o Fluminense colecionou títulos no mundial, no Campeonato Carioca e nos disputados torneios Rio-São Paulo.
Muitos ainda se lembram de jogadores famosos e produtivos contratados nos anos 1960, a exemplo de Samarone, Cláudio, Félix (goleiro tricampeão na copa de 1970), Galhardo e Marco Antônio. Já nos anos 1970, a “importação” dos paulistas para o Flu das Laranjeiras continuaram com Didi, Ivair, Manfrini e Rivelino, contratações que mexeram com o futebol brasileiro.
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