A Prefeitura de Itabuna, através da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (SEMPS), realizou nesta quinta-feira, dia 28, no Centro de Cultura Adonias Filho, o 1º Simpósio Democracia, Direitos Humanos e Migração. O evento contou com o apoio da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e da Universidade Federal da Bahia, por meio do Núcleo de Apoio a Migrantes e Refugiados (NAMIR/UFBA).

O secretário José Alcântara Pellegrini, que representou o prefeito Augusto Castro, ressaltou a importância de Itabuna sediar o Simpósio que trouxe a discussão e meios para que as pessoas possam usufruir de fato da democracia. “Estamos vivendo momentos difíceis quanto à eficácia da democracia e combatidos de forma desleal. Esse momento é muito importante para fortalecer a democracia”, resumiu.

De acordo coma idealizadora do evento, professora-doutora Mariângela Nascimento, a proposta do Simpósio é ampliar o debate para vários municípios da Bahia, trazendo a tônica de um assunto que faz parte do dia a dia dos brasileiros. Ela, que é coordenadora do Núcleo de Apoio a Migrantes e Refugiados da Universidade Federal da Bahia (NAMIR/UFBA), frisou a importância dos três temas estarem interligados.

Maria Luiza com Luiz Dulci

“Através do conhecimento desses três temas, conseguimos nos situar no século emque estamos vivendo. E este tem sido muito difícil, porque coloca em evidência essa questão da mobilidade humana que está ocorrendo no mundo inteiro e por vários motivos”, ressaltou.

A professora Mariângela Nascimento disse ainda que “as pessoas se deslocam não somente por conta das guerras, mas por conta do empobrecimento mundial. As pessoas se deslocarem do seu local de origem em busca do direito à vida e nós precisamos saber acolher. Mas isso implica o envolvimento dos governos Federal e Estadual, dos Municípios e das Organizações Sociais”.

 

TRATAMENTO HUMANIZADO

O secretário municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza, José Carlos Trindade, ressaltou a importância de chamar a atenção da sociedade para um problema que não só Itabuna vem enfrentando, mas vários municípios do país. Já o ex-ministro Luiz Dulci,  ex-titular da Secretaria-Geral da Presidência nos dois primeiros mandatos do  Luiz Inácio Lula da Silva, fez um breve histórico dos processos de imigração de brasileiros e de migração

“Esses processos têm estado em constante evidência nos últimos tempos no país e isso deixa claro a necessidade de se criar políticas públicas específicas que possam acolher os migrantes e também orientar os gestores e comunidades para que possam receber esses migrantes de forma digna e humana”, disse.

O secretário de Desenvolvimento Social de Vitória da Conquista, Michel Farias, também destacou a necessidade de políticas públicas para os migrantes, justificando que o fenômeno migratório interfere diretamente na dinâmica da sociedade brasileira. “Vivemos ensaios democráticos que a todo momento são colocados à prova para se pensar num país sob os prismas do desenvolvimento econômico e do bem estar social”, falou.

 

EDUCAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO

 

A professora Maria Luiza Silva Santos, coordenadora do Observatório das Migrações da Bahia – UESC foi uma das debatedoras e  afirmou que “migração e refúgio são dois conceitos que não se separam. Quando você fala de educação em sentido amplo, como sinônimo de socialização, envolve o pensamento crítico e reflexivo que só ocorre no ambiente democrático. O exercício da construção e desconstrução de ideias e conhecimento só é permitido se estivermos numa democracia, caso contrário é aceitar o que já vem pronto.

Também participaram do Simpósio: o assessor especial da Secretaria doTrabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (SETRE), Wenceslau Júnior, representando o secretário Davidson Magalhães, o advogado Harisson Leite, o vereador Manoel Porfírio, representando o Legislativo Municipal e o vice-prefeito eleito de Itabuna, Josué Brandão Júnior, o vereador Cláudio Magalhães (PCdoB) de Ilhéus, dentre outras autoridades.

Claudio Magalhaes Tupinambá, de Ilhéus, destacou que “a gente tem a possibilidade de discutir mais a fundo as questões étnico-raciais do nosso país com as políticas afirmativas como as cotas que deram oportunidade ao povo tupinambá de chegar à universidade”.

Como parte da programação, alunos da Escola de Talentos da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC) fizeram apresentações de canto e violino, fazendo uma acolhida especial aos presentes.