O Governo do Estado, em uma tentativa de mitigar a crescente ameaça da dengue em Vitória da Conquista, liberou o uso intensivo do Ultra Baixo Volume (UBV), popularmente conhecido como fumacê. Oito veículos serão deslocados para o município na próxima segunda-feira (26), iniciando o ciclo de pulverização na terça (27), em virtude do crescimento de 1.100% no número de casos da doença, quando comparado com o mesmo período de 2023.

Considerada por especialistas a última barreira de defesa contra a proliferação do Aedes aegypti, a medida já tinha sido adotada entre os meses de agosto a novembro de 2023. Vitória da Conquista registrou 1.560 casos de dengue até a sétima semana epidemiológica de 2024, sendo que, no ano passado, foram notificados 130 casos no mesmo período.

A secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, ressalta a importância de uma abordagem integrada para o controle do vetor. “O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios. Contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar a limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença”, afirma.

Com a deficiência de estruturas municipais de saúde, em Vitória da Conquista, a unidade de pronto atendimento (UPA) estadual foi sobrecarregada, atendendo 61% dos pacientes com classificação azul ou verde em 2023 — casos que, idealmente, deveriam ser acolhidos em postos de saúde municipais. Esse desvio não apenas sublinha a inadequação da infraestrutura de saúde municipal, mas, também, impacta a eficiência do atendimento de emergências mais críticas na UPA.

“É imperativo que o município revise suas estratégias de controle de vetores e melhore a infraestrutura de saúde. O combate à dengue requer mais do que medidas de emergência: necessita de um compromisso duradouro com a prevenção, educação e cuidados de saúde primários”, avalia Roberta Santana.