:: 23/dez/2023 . 12:01
É Natal! E daí?
Daniel Thame
Um menino chamado Jesus passou pelo centro da cidade, entre calçadas, lojas e gente, muita gente.
Olhou vitrines, sonhou com brinquedos que provavelmente nunca terá.
Disputou restos de comida com cachorros em latas de lixo espalhadas pelas esquinas.
Dormiu sob marquises de lojas recém-inauguradas, com o luxo refletindo em seu corpo coberto com pedaços de jornais que anunciam escândalos políticos que não vão dar em nada, violência e mais violência e veleidades nas colunas sociais,
Um menino chamado Jesus pediu esmolas nas sinaleiras, uma camisa velha nas casas de família.
Não pediu, porque já não espera receber, gestos de carinho e atenção.
O menino chamado Jesus se contenta com uma roupa velha, um prato de comida.
Mas, quem é que tem tempo para esse menino chamado Jesus quando o Natal se aproxima?
É tempo de fazer compras, mesmo que comprometendo boa parte do salário no cartão de crédito.
De trocar de carro, escolher a roupa da moda, se programar para o reveillon, porque o virus da Covid 19 só pega nos outros e usar máscaras e se proteger é coisa de maricas.
De preparar a ceia de Natal, farta, alegre, muitas vezes esbanjadora.
Não há mesmo tempo para dar atenção a um menino, mesmo que ele se chame Jesus.
Que ele se chamasse João, Paulo, Pedro, José. Pouco importa.
É apenas mais um menino perambulando pelas ruas, sem passado, sem presente.
Provavelmente sem futuro.
É Natal.
Entre presentes e projetos que quase nunca se concretizam para o ano que está chegando, não há tempo nem para um outro Menino, hoje não necessariamente a razão, mas apenas o pretexto para essa festança.
Um menino igualmente chamado Jesus, menos Divino e mais Humano, que viveu e morreu em nome de valores como igualdade, solidariedade, fraternidade, simplicidade.
O Jesus Menino e o menino chamado Jesus estão separados por quase dois milênios.
Ignorar as lições de do Jesus Menino explica a existência do menino chamado Jesus e de tantos e tantos outros meninos e meninas que perambulam pelas ruas.
Meninos e meninas, de todas os nomes, para quem não apenas Papai Noel mas também o Natal é apenas uma abstração em meio à fome e ao abandono.
As luzes de Natal lançam apenas sombras sobre uma realidade que fingimos não ver, cegos que estamos pelo egoísmo.
É Natal.
E daí?
Natal de amor e sorrisos
Cleide Léria Rodrigues
O Natal está chegando, trazendo consigo a alegria e a felicidade que iluminam nossos corações!
É a época de compartilhar amor, trocar presentes e criar memórias inesquecíveis com nossos entes queridos.
Que este Natal seja um farol de esperança e um momento de renovação para todos nós.
Vamos fazer mais do que apenas trocar presentes
Vamos trocar amor , vamos trocar bondade, vamos trocar sorrisos
Vamos fazer deste Natal um momento de generosidade.
Lembre-se , cada pequeno gesto de bondade tem o poder de iluminar o mundo de alguém.
Vamos celebrar juntos esta temporada mágica! , vamos espalhar a magia do Natal, não apenas em nossas casas , mas em todos os lugares que tocamos.
—
Cleide Léria Rodrigues é Psicóloga
Medicina Integrativa não despreza diagnóstico
Lina Dantas
A nomenclatura “Medicina Integrativa”, trazida primeiramente pelo Dr. Andrew Weil nos Estados Unidos em 1990, compactua com o conceito de integrar as práticas complementares, terapias alternativas e outras medicinas ancestrais e populares, com a alopatia. Não se trata de uma especialidade médica. Diferentemente do conceito da medicina alternativa surgido na contra-cultura, a medicina integrativa não descarta ou subjuga o diagnóstico, metodologias e tratamentos da medicina ocidental. A Integratividade provoca a inclusão das diferenças, dos vários aspectos do indivíduo humano, bem como uma reformulação na forma como o ser humano é acolhido e tratado em suas enfermidades. Na corrente ativista da medicina integrativa há uma reivindicação de estudos científicos para embasar e respaldar as práticas complementares e tecnologias ancestrais.
A luta do Dr. Weil trouxe resultados, e desde 1991, os Estados Unidos contam com o Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa (NCCIH). Uma agência governamental que explora a medicina complementar e alternativa (CAM) e promove investimentos para desenvolvimento de pesquisas norte-americanas nessa área. Através de investigação científica rigorosa, a NCCIH visa definir a utilidade e segurança das intervenções complementares e integrativas, seu papel na melhoria da saúde e da assistência em saúde.
A medicina integrativa se ancora na consciência da co-responsabilidade do enfermo em se curar. Uma inovação na conservadora postura hierárquica do médico. Há uma parceria do médico e seu paciente para a manutenção da saúde, onde a empatia, a paciência e a humanização no atendimento são essenciais. O paciente deixa de receber passivamente o tratamento para uma doença e passa a participar ativamente no processo, como ator principal de sua própria saúde. Para tanto, alguns profissionais defendem o termo ‘’interagente’’ ao invés de paciente ou cliente, a fim de ancorar a ressignificação dessa passividade, sem pendular para a mercantilização. Afinal, a saúde não é um produto, e sim um direito de todos, e um dever do Estado.
A guerra química na rivalidade entre Ilhéus e Itabuna
Walmir Rosário
Dois fatos relevantes sobre a rivalidade no futebol entre Ilhéus e Itabuna ficaram marcados na memória do diretor do Banco Econômico da Bahia, Carlos Botelho: O primeiro foi o acidente sofrido por Clóvis Nunes de Aquino, centroavante da seleção de Itabuna, que apesar de reserva de Juca Alfaiate, que era mais impetuoso, e em determinadas partidas era escolhido em lugar do titular, considerado mais técnico.
E num desses jogos, no primeiro tempo, a seleção de Ilhéus ganhava, em casa, por 2X0, quando no segundo tempo o técnico Costa e Silva (à época gerente das Casas Pernambucanas, em Itabuna) tirou o trio atacante de Itabuna – Lubião, Juca Alfaiate e Macaquinho – e substituiu-o pelo trio atacante reserva – Mil e Quinhentos, Clóvis Aquino e Lameu – com o intuito de virar o placar.
Com apenas 15 minutos do jogo reiniciado, o Itabuna já empatava em dois a dois, com dois gols de Clóvis. Foi aí que o violento beque da seleção de Ilhéus, Pedro Fateiro, do Fluminense do Pontal, enlouquecido com o “baile” que tomavam, numa jogada eminentemente criminosa, desferiu um pontapé no rosto de Clóvis Aquino, causando fratura no nariz e no maxilar.
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