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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

abril 2023
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Vai ter “Porancy” para receber Ynawá, “a água de chuva que traz fartura”

O  Hospital Materno Infantil Joaquim Sampaio, em Ilhéus, por intermédio da Secretaria de Saúde do Estado e da Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUSU), gestora da unidade, já apresentou ao Ministério da Saúde um plano de ação para a execução de um programa de incentivo da atenção especializada para os povos indígenas do estado. Será o primeiro hospital a promover este atendimento na Bahia, onde existem 35 mil indígenas, de 20 etnias, distribuídos em mais de 130 aldeias. Juntos eles representam 0,5 por cento da população indígena do Brasil.

O hospital atende, por mês, em média, 60 gestantes que se autodeclaram indígenas. Com a iniciativa, o atendimento ganhará qualificação na prestação do serviço, respeitando contextos interculturais, cuidados tradicionais e a presença de atividades de educação permanente nas aldeias, dentre outros importantes eixos.

Chuva e fartura

Enquanto uma inesperada chuva caia sobre Ilhéus, Tainaçã, uma indígena de 20 anos, da etnia Tupinambá, ocupava a Sala 1 do Centro de Parto Natural (CPN) do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio e se emocionava ao ver o nascimento de Ynawá, que na língua tupinambá significa “água de chuva que traz fartura”. Desde cedo, ela já era acompanhada por uma equipe do CPN, esperando o momento do nascimento da filha. “Foi uma experiência maravilhosa. Eu tinha um pouco de medo por ser indígena e de sofrer preconceito quando chegasse para parir. Aqui eu vi que é tudo diferente. Fui acolhida desde a chegada, isso me fez me sentir mais à vontade e até me ajudou na hora do parto”, disse, enquanto tranquilamente amamentava a recém-nascida.

Tainaçã, que na língua tupinambá, significa “Estrela da tarde” já foi para casa. Mas uma grande festa está sendo planejada para breve, na aldeia do Acuípe de Baixo, território de Olivença, litoral sul de Ilhéus. A tribo prepara o “Porancy”, um ritual com dança e orações para dar boas-vindas à nova moradora da comunidade. O pai Nawã em reconhecimento ao atendimento do hospital entregou à equipe um cocar que, para o indígena, tem o significado de representar a necessidade de manter a cultura e a centralidade dos pensamentos da etnia. “Espero que ela seja uma menina guerreira, guerreira pelos direitos dela. Representar o povo dela por onde ela for e não ter medo de se autodeclarar indígena”, disse Tainaçã.

Parecido com a tradição da aldeia

A avó de Inawá, a liderança Amana, disse que 20 anos atrás a filha nasceu em casa, acompanhada por pessoas da própria tribo. “Via tanto bem falar do hospital que trouxemos ela sem medo. A gente foi tratada como na aldeia, tendo a mãe, a avó, as pessoas ao lado dela o tempo todo. Ela não ficou sozinha um só minuto”, relatou. A proposta do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio é justamente pela acolhida e humanização durante o parto através do Sistema Único de Saúde (SUS), onde são incentivados os princípios da universalização, da eqüidade, da integralidade, da descentralização e da participação popular.

8 respostas para “Vai ter “Porancy” para receber Ynawá, “a água de chuva que traz fartura””

  • Luciano Alves de Souza says:

    Tive o privilégio de acompanha minhas sobrinhas Tainaçã e Ynawá e a equipe teve todo cuidado e carinho no atendimento com elas, Além do ambiente contar com todos os equipamentos para o atendimento.

  • Davi Kaled says:

    Muito lindo!!! Viva os povos originários!!

  • Alice Cabús says:

    Parabéns a todos os envolvidos, o acolhimento das gestantes é um passo importantíssimo, e que nem deveria ser comentado, visto que já deveria estar englobado de forma intrínseca das ações hospitalares. Entretanto, diante dos fatos do dia a dia, vemos que momentos como esse são uma alegria e até mesmo uma exceção. Que o cenário mude! Principalmente referente aos povos indígenas, que já sofrem com preconceitos frequentes. O parir, dar a luz, é o momento mais linda da humanidade, todos nós viemos do útero materno, que esse momento seja reconhecido e valorado como deve ser!! Parabéns a Tainaçã e Nawã, viva!

  • Nawã Kariri-Xocó says:

    Primeiramente agradecer a Deus, por ter me concedido a riqueza de ser pai,de ter me dado uma filha, uma bela esposa e hoje formar minha família ???????
    E hoje,dizer aqui e em todos os lugares que:
    Ser Pai, é demonstrar os sentimentos diariamente e não somente falar de sentimentos. Ser pai é acordar de madrugada para trocar uma fralda,mas ganhar um sorriso em troc ???. É dormir pouco, mas acordar disposto. Ser pai é saber que faz o melhor que pode, pq filho, é presente q Deus enviou para o amor só crescer mais e mais ?????????

  • Nawã Kariri-Xocó says:

    Primeiramente agradecer a Deus, por ter me concedido a riqueza de ser pai,de ter me dado uma filha linda, uma bela esposa e hoje formar minha família ???????
    E, dizer aqui e em todos os lugares que:
    Ser Pai,é demonstrar os sentimentos diariamente e não somente falar de sentimentos.
    Ser pai é acordar de madrugada para trocar uma fralda,mas ganhar um sorriso em troca, isso não tem preço ???.
    É dormir pouco, mas acordar sempre disposto.
    Ser pai, é saber que faz o melhor que pode, pq filho,é presente de Deus, q ele enviou para o amor crescer mais e mais.

  • Arthur Barros says:

    Que Waraquedzã abençoe a chegada desta guerreia cheia de luz que traz a fartura das águas celestes em seu nome. Parabéns ao hospital. Felicidades a está família incrível. Seja bem vinda Ynawá amada.

  • Ingorar Pataxó hã hã hãe says:

    Felizmente a grande consciência vem se harmonizando e amadurecendo em parte dos seres humanos, e assim possibilitando que nós nativos originàrios possamos novamente reviver e viver nossas tradições e ensinamentos.
    Parabéns a essa grande guerreira Tainaçã e ao bravo guerreiro Nawã por se tornarem mãe e pai.
    Parabéns a toda equipe do hospital por respeitar nossas tradições.
    Que

  • Ingorar Pataxó hã hã hãe says:

    Que Waraquedzã ilumine e proteja essa pequena guerreira e que nossos ancestrais lhe tragam felicidades.
    Hoje já podemos viver parte de nossas tradições, mas aluta pelo direito em registrar nossos descendentes com nomes originàrios ainda segue.
    Força guerreira, fica guerreiro.
    Awêry itsë Niamîss?
    ???????

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