:: 10/dez/2022 . 10:13
A política cultural no Brasil: o futuro chegou
Efson Lima
Após os resultados das urnas em 2022, os partidos políticos, artistas, empresários e sociedade civil se voltam para um dos debates mais presentes ao longo do Governo Bolsonaro: a política cultural brasileira. São muitas perguntas a se fazer. De imediato algumas delas saltam aos nossos pensamentos: como será executado o sistema nacional de cultural previsto na Constituição Federal, que foi destruído pela atual gestão? Como se dará a recriação do Ministério da Cultura, o titular da pasta, as competências? Como ficará a Lei Rouanet? Esta será complementada pelas Leis Aldir Blanc II e Paulo Gustavo, cujos instrumentos normativos podem colaborar no impulsionamento da indústria cultural no Brasil, a qual foi extremamente prejudicado pela pandemia e pelo desmonte do setor cultural promovido pelo governo de direita.
Ainda não sabemos em definitivo se a área cultural ficará para um partido aliado do governo eleito; se estará na cota pessoal do presidente ou se será entregue a gama de artistas, que se empenhou bravamente pela vitória do futuro presidente Lula. Uma diretriz é certa: a política cultural no Brasil precisa ser reorganizada e que ela cumpra com seu papel transformador. O setor cultural não pode ser instrumento do governo de ocasião, mas política de Estado. A cultura reverbera positivamente para o desenvolvimento nacional e compõe um conjunto de ações estratégicas.
É pela cultura que os países promovem seus valores e estabelecem os contatos internacionais. Temos diplomatas da cultura brasileira sem nunca terem feito parte do quadro do Itamaraty, eles cumprem com esse papel em favor dos nossos valores culturais, democráticos e de promotores da paz e dos direitos humanos: Jorge Amado, Carmen Miranda, Fernando Meirelles e Fernanda Montenegro, Paulo Coelho, Maria Bethânia, Tom Jobim, Caetano Veloso, Oscar Niemeyer e Gilberto Gil. Há uma diplomacia da cultura no campo internacional.
No plano doméstico, a cultura é linha condutora dos valores democráticos. É estratégia para a afirmação dos direitos humanos, da educação e da identidade nacional. Não existe nação sem povo e sem um território definido. O governo e suas forças políticas decorrem do esteio popular.
Portanto, defender a política cultural é categoricamente propugnar pela inserção da cultura popular e as suas diferentes manifestações no plano maior do Estado brasileiro. É também reconhecer os povos indígenas e as suas diferentes formas de manifestação. É valorizar os povos tradicionais. É reconhecer a diferença dos grupos humanos. É saber que a interiorização dos apoios financeiros do Estado precisa alcançar o interior do país e às regiões. O Brasil que desejamos precisa ser inclusivo.
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Efson Lima – doutor e mestre em direito/UFBA. Membro da Academia de Letras de Ilhéus e Grapiúna (AGRAL). Advogado e professor universitário. Membro da Academia de Letras de Ilhéus e Grapiúna (AGRAL).
efsonlima@gmail.com
TV Cabrália, 35 anos. A imagem do Sul da Bahia

Com o produtor Luiz Henrique, o repórter Mauricio Maron, Jaques Wagner e o cinegrafista Sebastião Ribeiro. Carnaval de Itabuna,. inicio dos anos 2000. El tiempo pasa…
A TV Cabrália completa 35 anos nesta segunda-feira, 12 de dezembro.
Primeira emissora de televisão do interior do Norte/Nordeste, com sede em Itabuna, Sul da Bahia, a TV Cabrália foi um divisor de águas na comunicação regional.

Nestor Amazonas hoje em Aracaju, foi o alquimista que gestou uma tevê única em seu tempo
Programas como o Cabrália Bom Dia, Jornal do Meio Dia, Repórter Regional, Cabrália Esportiva e Cabrália Rural durante mais de uma década valorizaram a programação regional, um marco na filosofia da emissora criada por Luiz Viana Neto e Henrique Marquez e gestada na genialidade ainda não devidamente reconhecida de Nestor Amazonas.
Este blogueiro, ex-jornalista em atividade e escritor extemporâneo, orgulha-se de ter sido o primeiro funcionário registrado pela TV Cabrália, onde ocupou o cargo de gerente de Jornalismo por 13 anos, até mergulhar nas aventuras e desventuras da assessoria política, em sucessivos governados do PT nas esferas municipal, estadual e federal.
Orgulho, entre outras coisas, de ter modestamente contribuído para o surgimento de profissionais como Claudia Barthel, Mauricio Maron, Vilma Medina, Adriana Quadros, Eduardo Lins, Madalena Braga, Andrea Silva, Renata Smith, Roger Sarmento, Paulo Lawinsky. Delza Schaun, Rita Santana, Dirceu Góes, Paula Maciel e Patricia Abreu , que com seu talento romperam as fronteiras regionais. (Perdão se esqueci alguém e provavelmente esqueci, 35 anos não são 34 dias, quando se está chegando cruzou a barreira dos 60 de idade e mais de 40 na estrada do jornalismo)
Alvíssaras ao nosso primeiro e eterno amor!
Jurimar, prefeito de Itabuna sem um único voto
Walmir Rosário
Nos anos 1986/87/88 eu trabalhava na Divisão de Comunicação da Ceplac, a conceituada Dicom, que passava por uma das suas muitas crises, com o orçamento sempre contingenciado, apesar do descobrimento da vassoura de bruxa no Sul da Bahia. Sem recursos, reduziu o horário de expediente para meio turno, o que facilitou nosso segundo emprego em assessorias e veículos de comunicação de Itabuna.
Eu dividia meu trabalho entre a Ceplac e a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Itabuna, quando fui procurado por um amigo e colega ceplaqueano, o engenheiro agrônomo Jurimar Rebouças Dantas, para uma conversa. É que ele tinha sido convidado pela segunda vez para assumir a secretaria municipal da Agricultura e queria informações para decidir se aceitaria o cargo.
Nossa conversa foi bem positiva e disse que o cargo seria talhado para ele e, se não se acostumasse com o comportamento político, voltaria à função de extensionista, sem qualquer prejuízo. Analisou tudo com serenidade e me respondeu com sinceridade: “É, já fui convidado para o cargo pela segunda vez, e caso não aceite, daqui pra frente não serei convidado nem para participar de enterros”.
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