:: 9/jul/2022 . 15:30
Nota de Pesar
O Partido dos Trabalhadores/Itabuna lamenta profundamente a morte de Dorival Higino da Silva, conhecido como Dedé do Amendoim.
Um dos mais importantes personagens da história recente de Itabuna, Dedé deixa um exemplo de luta, superação e dignidade para as gerações futuras.
Jackson Moreira-Presidente.
Gabriel Nunes, o comandante do Itabuna de 1970
Walmir Rosário
Em 1970, tudo indicava que o Itabuna Esporte Clube pretendia se tornar tema de peça teatral do jornalista e dramaturgo Nélson Rodrigues, com direito ao personagem Sobrenatural de Almeida mandando na trama. Pois é, disso não duvidem, jamais. Neste ano, o Azulão, o Meu Time de Fé, esteve no inferno, passou pelo purgatório, aterrissou no céu e novamente desceu ao fogo do inferno.
E não era pra menos, no início do ano era um time insolvente, falido, sem diretoria, largado ao Deus Dará, quando em fevereiro de 1970 o advogado Gabriel Nunes reúne uma diretoria para assumir o clube. Mesmo sem experiência alguma na administração de clubes de futebol, a diretoria arregaça as mangas e inicia um trabalho para tirar o Itabuna do enorme atoleiro que se encontrava.
O único saldo positivo eram 22 jogadores, na grande maioria amadores, e alguns profissionais remanescentes do time de craques que contratara. E assim começaram a disputar o Campeonato Baiano de 1970. O que a diretoria não contava era a concorrência da Copa do Mundo, na qual o Brasil se sagrou tricampeão no México, e o inverno rigoroso que afastavam a torcida dos estádios.
Neste ano, o certame baiano era visto pela Federação Bahiana de Futebol, além de Bahia e Vitória, apenas um compromisso de segundo plano, pois esses dois times pretendiam mesmo era jogar o Campeonato Brasileiro. Em Itabuna, os planos de Gabriel Nunes eram bem mais modestos, como recolocar o Itabuna no cenário futebolístico que pertencia. O grande entrave era a falta de dinheiro para honrar as dívidas e formar um bom time.
Grande parte dos atletas do Itabuna exercia outra profissão, como Carlão, taxista em Ilhéus; os goleiros Luiz Carlos, bancário; Galalau, segurança bancário; e por aí afora. Diante do caos reinante, o presidente Gabriel Nunes encontrava dificuldades em contratar ônibus para o transporte dos atletas e da torcida, além de honrar com o pagamento de salários e bichos nas vitórias.
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