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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: 16/jul/2009 . 18:03

ENFIM, JUNTO DE DEUS!

Dom Paulo Lopes de Faria, o bispo dos humildes, o pastor dos pobres, o ser humano especial que teve participação ativa em todos os movimentos sociais de Itabuna durante mais de uma década; enfim encontrou o seu lugar no mundo.

Melhor, o seu lugar na eternidade.

De Dom Paulo pode se escrever, sem parecer piegas, que cumpriu sua missão terrena e agora está ao lado de Deus, lugar destinado às pessoas de bem.

E junto de Deus, certamente Dom Paulo continuará zelando pelos mais humildes, que foram a sua razão de viver.

Em Itabuna, a presença de Dom Paulo coincidiu com a eclosão de uma das piores crises, senão a pior, já enfrentadas pela Região Cacaueira.

Uma crise que jogou centenas de milhares de pessoas na mais absoluta miséria e que formou um imenso bolsão de miséria na periferia de Itabuna.

Foi essa gente humilde, desassistida e à mercê de administradores mais preocupados com obras faraônicas do que com investimentos em infra-estrutura e investimentos em programas sociais, que Dom Paulo defendeu, conciliando sua missão de pastor de almas com uma presença marcante nos movimentos sociais.

Dom Paulo não teve medo de enfrentar os poderosos e nem se curvou às inúmeras pressões (vindas de fora e também de dentro da Igreja) para limitar sua atuação à função religiosa.

Foi um religioso do seu tempo, num tempo em que à Igreja não cabia apenas oferecer o reino dos céus e o conforto espiritual, mas também o apoio a uma vida digna aqui mesmo na terra.

Não é apenas coincidência o fato de que seu período de bispado em Itabuna se dado no momento em que houve um sopro de renovação na política e o fortalecimento dos movimentos sociais.

Não é sua culpa que esse processo tenha se arrefecido. O bom pastor pode até ensinar o caminho, mas não pode evitar que se desvie dele.

Dom Paulo, obviamente, está longe de ser uma unanimidade em Itabuna. Nem isso seria possível para alguém com seu perfil.

Mas é, sem sombra de dúvidas, uma das mais fascinantes personalidades de uma cidade que, prestes a completar seu primeiro centenário, está por lhe devotar um merecido tributo.

A celebração do primeiro centenário de Itabuna vem a calhar para essa homenagem mais do que justa à alguém que tanto lutou por justiça social.

O ENCASTELADO E O FAMOSO

Acabou em nada o processo contra o deputado Edmar Moreira, acusado de uso indevido da verba indenizatória. Por nove votos a três, os integrantes do Conselho de (falta de) Ética salvou o mandato de Edmar e escreveu mais uma página vergonhosa no volumoso livro de impunidade, best seller inquestionável do Congresso Nacional.

Edmar Moreira é o célebre deputado do castelo avaliado em 25 milhões de reais, não declarado à Receita Federal, cujo processo de salvação (e não de cassação), passou por três relatores, sendo o último deles o deputado baiano Sérgio Brito. Para justificar a absolvição, o parlamentar perpetrou uma aberração, alegando que o uso de verba indenizatória para o pagamento de serviços prestados por empresas da própria família só foi proibido a partir de sete de abril deste ano, data posterior ao pecadilho de Edmar..

Em sendo assim, Brito considerou que até a publicação da portaria, o procedimento não era considerado infração. Era prática comum.

Note-se que a portaria só foi publicada após uma série de denuncias publicadas pela mídia dando conta do uso indevido das tais verbas indenizatórias. Não fosse isso e a farra teria continuado pelos séculos e séculos amém.

Poupado pelo espírito de corpo e de auto-preservação que impera no Congresso Nacional -e também nas Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais por esse Brasil afora- Edmar Moreira continuará encastelado em Brasília, com o mandato preservado, e poderá desfrutar de seu castelo mineiro, visto que essa casta só costuma bater ponta na Capital Federal de terça a quinta feira.

Antes de fechar as cortinas do espetáculo circense em torno do processo que salvou Edmar Moreira, não poderia deixar de entrar em cena o deputado gaucho Sérgio Moraes, aquele que estava se lixando para a opinião pública, depois afirmou que Moreira poderia continuar andando de cabeça erguida e que tinha certeza de sua reeleição em 2010.

E Moraes entrou em cena, em seu melhor estilo.

Comemorou a mais do que previsível absolvição de Moreira e ainda ironizou, afirmando que depois dessa exposição toda na mídia ficou famoso. “Essa polêmica me deu muitos pontos. Nunca recebi tantos convites na vida, ganhei espaço”, gracejou.

Se é o esse tipo de fama que ele e seus colegas buscam, temos então a versão do Big Brother Brasília, em que a ética é chutada para escanteio e o que importa mesmo é se dar bem. Ficar famoso.

E ainda por cima embolsar um milhão, vários milhões, sabe-se lá o que mais, porque apesar de um ou outro trambique descoberto, essa não é nem de longe a casa mais vigiada do Brasil.





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