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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: 26/jun/2009 . 17:42

O teatro do absurdo e os bobos da corte


Do deputado Fernando Gabeira, luminar da ética, descobriu-se que contratou a namorada para prestar serviços a seu gabinete.
Resposta: contratou-a quando era apenas namorada, depois que passou a ter uma relação estável (eufemismo dos tempos modernos para “viver juntos”), nunca mais utilizou os serviços, profissionais é claro, da moça.

Do senador Cristovam Buarque, outro luminar da ética, soube-se que a sua mulher foi colocada à disposição do gabinete de um senador amigo
Resposta: ele não sabia disso, mas garantiu que se houver irregularidade, aceita ser punido, desde que todos os envolvidos em irregularidades também sejam punidos.

Do senador César Borges, apurou-se que seu nome aparece entre os inúmeros atos secretos do Senado.
Resposta: exige que alguém explique como seu nome foi parar lá, certamente deixando entendido que se por um ato secreto ele foi beneficiado, isso se deu sem o seu conhecimento.

De um dos netos do senador José Sarney, não aquele estudante universitário que recebia cerca de 8 mil reais por mês do Senado e que, flagrado, passou o cargo à mãe; mas outro, enfronhado nos meandros bancários, revelou-se que montou uma empresa para intermediar empréstimos consignados entre um grande banco e…o Senado!
Resposta: o neto disse que estava vencendo na vida pelos méritos próprios e não por apadrinhamento (não seria “avôdrinhamento”, neologismo que está muito em voga?) e o avô, envolvido em tantas acusações que vão de netos e filhos a mordomos e viúvas de amigos beneficiados, se disse vítima de uma campanha difamatória da mídia.

Do ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor de Mello, que está mais para treva do que luminar, sabe-se agora que a alimentação de seus seguranças na Casa da Dinda (a célebre moradia dos tempos de PC Farias e quetais) é paga com dinheiro do Senado.
Resposta: Collor nem se dignou a responder, provavelmente por imaginar que, pelo passado que tem, onde as cifras ultrapassavam facilmente a casa do milhão, é bobagem perder tempo com irrisórios (para ele) 4.830 reais com marmitas adquiridas num restaurante chamado, ora vejam, Boka Loca.

De um punhado de senadores, vestais, bestiais e outras rimas mais, apurou-se que 21 deles tem as contas telefônicas residenciais (contas particulares, portanto) pagas com dinheiro do Senado (dinheiro público, portanto). Encabeça a lista de beneficiadas com mais essa mordomia, a ex-senadora e ora governadora do Maranhão, Roseana Sarney, como se já não bastasse a mordomia do mordomo pago pelo Senado.
Resposta: ninguém, até o momento, se dignou a responder, talvez com receio de que, descoberta mais essa mamata, a partir de agora tenham que pagar as ligações telefônicas com dinheiro do próprio bolso e não do nosso bolso.

Qual serão os próximos atos desse verdadeiro teatro do absurdo, onde atores-canastrões se revezam numa sucessão de papéis de vilões com pose de mocinhos, enquanto a platéia (ou a patuléia) assiste sem poder interferir no roteiro?

Ou melhor, pode sim, aproveitando essa fantástica arma chamada voto para mudar os atores e, quem sabe, o roteiro.

Enquanto isso não ocorrer, poderemos até eventualmente entrar em cena nesse teatro, mas apenas e tão somente no papel de palhaços.

Ou de bobos da corte, o que dá no mesmo.

SELOS PRA COMER


Os Correios da França lançaram selos com aroma de chocolate.

Mais do que atrair o interesse de filatelistas, a iniciativa visa conter a queda no
volume de cartas em virtude da popularização do e-mail e de outros meios de
comunicação na Internet, além de estimular o consumo de chocolate.

O carnê de 10 selos com aroma de chocolate é vendido nas agências dos correios
ao custo de 5,60 euros (cerca de R$ 15), a mesma tarifa do carnê de selos
comuns na França.

A coleção traz dez imagens, que contam a história do
chocolate a partir das amêndoas de cacau originárias da Amazônia, passando pela introdução do chocolate na corte do rei Charles V, no século XVI, onde era muito apreciado, inclusive por seus sucessores, mas durante muito tempo era consumido apenas pelas pessoas ricas, só se tornando popular no século XIX com o surgimento da indústria de chocolate.

A idéia podia muito bem ser copiada aqui no Sul da Bahia, como forma de agregar valor e gerar receitas a partir do nosso principal produto.





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