:: ‘Thammy’
Campanhas publicitárias com diversidade: as minorias no alvo
Efson Lima
Aparentemente fomos surpreendidos nesta semana com a campanha publicitária da marca “ Natura”. Na verdade, alguns foram surpreendidos, os antenados não se surpreenderam. Há algum tempo muito já se fala que a diversidade só faz aumentar a capacidade de produção das organizações, possibilita a criatividade e a inovação. As empresas aproveitam e dizem que estão comprometidas com a responsabilidade socioambiental. Dentro de um marco do sistema capitalista, a proposta vai amenizando o sofrimento e oportunizando uma aparente inclusão para alguns grupos.
Dentro desse contexto, diante da campanha algumas pessoas protestaram nas redes sociais contra a campanha da Natura ao apresentar Thammy na campanha dos Dias dos Pais. Afinal, para os conservadores, este não está no conceito “genuíno de pai”. Os que saíram na defesa utilizaram argumentos diversos, entre eles: o Brasil tem 5 milhões de pessoas sem o nome do pai na certidão de nascimento. Thammy é um novo um novo modelo de pai, não porque a instituição pai seja nova, mas que pais responsáveis não estão nas prateleiras brasileiras. Os conservadores britânicos apoiaram o casamento entre as pessoas do mesmo sexo. No Brasil, eles resistem, relutam e criam fatos. Não estou a comparar o conservadorismo brasileiro com o britânico. Nem posso, pois, significaria ofender os britânicos. Thammy fez a defesa da instituição pai ao inferir que ele não era nem pior nem melhor que os outros pais, mas era um “pai presente”. Deu um tapa educado, mas não sei se a classe média conservadora brasileira entendeu. Espero que peça ajuda a britânica ou humildemente transforme as suas viagens em oportunidade de aprendizagem.
- 1