:: ‘Sobre os laços humanos’
Sobre os laços humanos
Eulina Lavigne
Assisti essa semana um vídeo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em que ele nos convida a refletir sobre as redes sociais e a dificuldade em se firmar laços humanos. Onde criamos a ilusão de que temos milhões de amigos e vivemos em uma crescente solidão. Onde nos conectamos e desconectamos com um simples clicar de teclas dada a dificuldade de interagir, de aceitar formas de pensar diferente e sustentar as relações.
Tenho o mesmo sentimento que ele e posso reconhecer que as redes sociais também possuem uma série de benefícios. Nos ajuda a encontrar velhos colegas de escola, ex-amores, pessoas diversas de quem perdemos o contato, cursos, eventos, dentre outros.
O fato é que também percebo uma certa volatilidade nas relações que se estabelecem no mundo moderno. Uma busca incessante em encontrar alguém que supra as suas demandas sem perceber que a fonte está dentro de si. A busca lá fora nos impede de olhar para dentro. De estabelecer uma conexão consigo e com o que precisa ser visto para que os laços humanos se fortaleçam.
Enquanto nos desconectamos do nosso vazio e deixamos de preenche-lo com aquilo que há de mais precioso em nós vamos ficar nesse movimento de clicks, conectando e desconectando, até que o interruptor quebre ou a luz vá esmorecendo. Por que o outro nos instiga a todo momento a rever crenças e padrões pré-estabelecidos. E a mudança é desafiante, traz desconfortos e ao mesmo tempo nos abre várias possibilidades.
Onde estão e quem são os nossos verdadeiros amigos? Como estamos tecendo os nossos laços de amizades e o quanto estamos sendo cuidadosos com eles?
Certa feita ouvi de alguém que iria desfazer a sua amizade por que a amiga havia se envolvido com um amigo casado e outra por que o amigo estava se envolvendo com um outro garoto. As escolhas são individuais e é a vida que vai nos ensinando a trilhar um caminho de aprendizados até descobrirmos o que nos faz feliz. Os conselhos de amigos devem ser bem-vindos.
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