WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia
hanna thame fisioterapia animal

prefeitura itabuna sesab bahia shopping jequitiba livros do thame




Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

abril 2024
D S T Q Q S S
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
282930  


:: ‘soberba’

Narrativa da Derrota: Soberba

 

Robinson Almeida

Por que a oposição ao governo da Bahia perdeu mais uma eleição? As respostas ao insucesso estão em grande parte nos erros do seu candidato.

No que pese o imbróglio de 2018 criado pela fuga de concorrer ao governo, Neto se firmou nome natural para representar a oposição.

Sem ameaças internas, impôs o seu modus operandi. Consumido por arrogância e falta de humildade, o ex-prefeito tropeçou no seu ego.
“Me preparei a vida inteira pra esse momento, pra ser governador da Bahia”. Esse tweet revela a sua alma política.

As pessoas comuns, quando podem, se preparam para suas carreiras profissionais. O predestinado, não. Preparou-se com a mesma certeza de um príncipe herdeiro – mais dia, menos dia, ocuparei o trono. Faltou-lhe espírito de grupo, liderança democrática e respeito aos seus aliados. Faltou combinar com o povo.

Carregado de soberba, foi cometendo um erro atrás do outro. O principal foi na estratégia política. Quis regionalizar a campanha nascida nacionalizada. Como fugir da força de Lula e da rejeição do atual presidente? O truque era ser Bolsonaro no privado e ser neutro no público. Não deu certo. Não assumir o seu lado, o isolou do debate nacional e do tema econômico, principal interesse do eleitor. A simulação do “Tanto Faz” foi decisiva para a derrota.

Depois, veio o excesso de confiança na vitória, baseado em pesquisas com metodologia inadequada. Os levantamentos, sem associar o candidato Jerônimo a Lula e ao PT, indicavam a vitória de Neto no 1º turno. Mera ilusão, porque essas pesquisas mascaravam previsível fotografia, assim como ocorrido em 2006 e 2014, revelada no dia da eleição: o povo votou num grupo, num projeto. O único instituto, AtlasIntel, que acertou o resultado, usou o método de ligar os candidatos aos seus partidos.

Surfando nas pesquisas e na soberba do seu destino, Neto esnobou seus antigos aliados na montagem da chapa. Na escolha da vice, deu uma rasteira de mercado modelo nos políticos tradicionais e sacou da cartola Ana Coelho, filiada por ele na surdina e de caso pensado ao Republicanos. Esse erro causou impacto e desmotivação.

Por último, Neto subestimou seus adversários e o projeto que comanda a Bahia há quatro mandatos. Talvez, traído pelo inconsciente, trouxe um cabo eleitoral desatualizado: escolheu o jingle do seu avô, de 32 anos atrás. O remake conceituou a comunicação da campanha no apelo ao passado. A mistura do candidato novo com o modelo velho não funcionou. A Bahia é hoje bem melhor do que no tempo do carlismo. Governos bem avaliados – de Wagner e Rui – não deveriam ser zerados. Por soberba, menosprezou a força social, política e eleitoral de Jerônimo e seu grupo.

Quebrou a cara.


Robinson Almeida é deputado estadual reeleito pelo PT.





WebtivaHOSTING // webtiva.com.br . Webdesign da Bahia