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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘sem nós!”’

“Nada sobre nós, sem nós!”: Povos indígenas buscam alternativas às mídias tradicionais

"Televisão" da artista Mavi Morais - @moraismavi

“Televisão” da artista Mavi Morais – @moraismavi

Por I’sis Almeida*

Era 25 de agosto, a assessoria da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em sistema de home office em função da pandemia do coronavírus, recebeu um pedido de socorro através de um aplicativo de mensagens. A remetente Thyara Pataxó, graduanda em Agroecologia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), jovem liderança da Aldeia Novos Guerreiros, localizada no extremo sul da Bahia, Ponta Grande, em Porto Seguro, desejava repercutir a ameaça de despejo que sua Aldeia sofria com uma ação da Justiça Federal de Eunápolis.

A notícia sobre a possibilidade de despejo de 40 famílias da Aldeia Novos Guerreiros mobilizou as comunidades indígenas da Bahia e do Brasil. A ação judicial em questão beneficiava a reintegração de posse de um Clube de Aviação, em meio à crise sanitária na estância de Porto Seguro. (Entenda aqui).

A atitude tomada pelo juiz foi considerada contraditória à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Quaisquer reintegrações de posse, enquanto durar a pandemia em âmbito nacional, foram suspensas pelo Ministro Edson Fachin. A decisão foi tomada no dia 6 de maio, por meio do Recurso Extraordinário (RE) de número 1.017.365/SC. Após intensa mobilização da comunidade, imprensa nacional, e até mesmo internacional, a ação foi revertida, mas Thyara conta que seu povo não tem dormido tranquilo. “Ainda haverá um novo processo, votado pelo mesmo juiz. Ele terá tempo de analisar e  decidir se continuará persistindo na reintegração ou não. Por conta disso, a gente ainda não tem sossego”, relata.

“Nosso povo não dorme tranquilo desde cedo. Nossas crianças já nascem na luta por conta disso. Hoje eu tô aqui com meus filhos em casa, mas amanhã pode haver uma reintegração e eu tenha que sair com eles correndo”, lamenta a liderança Pataxó. Embora o caso da Aldeia Novos Guerreiros tenha recebido decisão favorável da Desembargadora Federal Daniele Maranhão Costa, que suspendeu a liminar do juiz de Eunápolis, a comunidade segue apreensiva. “A gente vê muita coisa acontecendo com as minorias, nas comunidades indígenas, quilombolas, nos assentamentos e sendo pouco divulgado, principalmente nas grandes mídias, sofremos muito com essa invisibilidade”, alerta Thyara.

É em função da notória invisibilidade da população indígena nas mídias tradicionais, seja na televisão, rádio ou em veículos impressos, que hoje surgem veículos produzidos por e, principalmente, para populações indígenas. Quando se forma uma mídia indígena, as comunidades ribeirinhas e quilombolas aproximadas geograficamente dessa população também se beneficiam.

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