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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘refugiados’

Em Ilhéus, itabunense reencontra filha e ex-esposa, refugiadas da guerra na Ucrânia

Everton recepciona Marina e a pequena Sophie, que fugiram da guerra no leste europeu || Foto Pimenta

Everton recepciona Marina e a pequena Sophie, que fugiram da guerra no leste europeu || Foto Pimenta

Thiago Dias

Enrolado na bandeira da Ucrânia e vestindo camisa da seleção de futebol do país, Everton das Virgens, 30, recepcionou a filha e a ex-esposa no Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, no final da manhã desta sexta-feira (11). Marina Savchuk, 29, e a pequena Sophie Charlotte são refugiadas da guerra no país do leste europeu, iniciada pela invasão russa no último dia 24.

Ao PIMENTA, Everton conta que conheceu Marina na Irlanda, em 2016, quando foi fazer intercâmbio. Eles começaram a namorar e, no ano seguinte, vieram para Itabuna, no Sul da Bahia, terra natal do cirurgião-dentista. Sophie nasceu naquele ano, no Hospital Manoel Novaes.

Ucraniana, Marina não se adaptou ao Brasil e voltou para a Europa no final de 2017, levando a filha. Gerente de uma empresa, ela morava com Sophie em Kiev, capital da Ucrânia. Quando a guerra eclodiu, tiveram que ficar num abrigo subterrâneo. No último dia 4, partiram em um comboio de refugiados para Lviv, no oeste do país, perto da fronteira com a Polônia, para onde seguiram depois.

“Parece que Deus faz tudo certinho”, diz Everton, em tom de alívio, ao lado da filha || Foto Pimenta

“Parece que Deus faz tudo certinho”, diz Everton, em tom de alívio, ao lado da filha || Foto Pimenta

Refugiadas no país vizinho, embarcaram em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), que saiu de Varsóvia na quarta-feira (9) e chegou ontem (10) ao Brasil. Após escalas em Recife, Brasília e São Paulo, mãe e filha desembarcaram hoje em Ilhéus. Marina disse ao PIMENTA que está muita cansada, pois não dorme direito há dias.

Everton fez duas viagens recentes à Ucrânia. A primeira foi no final de 2019. Passou cerca de dois meses no país e, no dia 16 de fevereiro de 2020, voltou ao Brasil. Naquela altura, a pandemia de Covid-19 já se alastrava pela Europa.

A segunda viagem foi no início deste ano. “A gente não contava que ia acontecer esse conflito”, diz o itabunense ao PIMENTA. Sem imaginar que a Ucrânia seria invadida, ele aproveitou a presença no país para atualizar a documentação da filha. “Parece que Deus faz tudo certinho. Se eu não tivesse ido lá e renovado o passaporte dela, o que dependia de mim, ela ficaria sem o documento”. No processo, recebeu auxílio do embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton de Andrade Mello Rapesta. “Me tratou super bem”, relembra.

Everton voltou para o Brasil em janeiro, ainda sem ter ideia de que o país da ex-companheira seria atacado. Com indignação, ele atribui a culpa pela guerra ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, a quem chama de ditador. Segundo o itabunense, as populações da Rússia e da Ucrânia são irmãs e não têm nada a ver com o conflito em curso. Sobre o futuro, disse que Marina vai ficar no Brasil por tempo indeterminado. “O país dela está destruído por causa de um louco”.

Jornalistas criam financiamento coletivo para a publicação de livro sobre a guerra na Síria

siria 2O Pangeia – Fragmentos da guerra da Síria no Brasil é um projeto das jornalistas Gabrielle Albiero e Luiza Aguiar. Desenvolvido entre 2015 e 2016, o livro-reportagem retrata a guerra na Síria a partir de relatos de refugiados sírios no Brasil. Para tornar o projeto realidade, as jornalistas criaram um financiamento coletivo na plataforma Catarse (www.catarse.me/pt/pangeia).

A guerra da Síria provocou a maior crise humanitária em 70 anos. O número de refugiados já ultrapassou 5 milhões. Segundo o CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), o Brasil abriga 2298 refugiados sírios, desde abril de 2016. O livro “Pangeia” é construído a partir da percepção de que os eventos originados pela guerra não se restringem apenas ao seu país de origem, mas ao mundo todo. Assim, o refúgio é colocado como um dos fragmentos da guerra na Síria que está presente no Brasil.

A partir das perspectivas dos refugiados, a obra traça os contextos históricos e individuais da guerra (ressaltando também a forte influência ocidental sobre os conflitos), os processos legais e psicológicos da imigração e refúgio, o choque entre culturas, as políticas brasileiras de refúgio, o processo de adaptação dos refugiados no Brasil e suas dificuldades, entre outros.

Assim, pesquisas históricas e análises geopolíticas se intercalam à narrativa das vidas dos indivíduos, procurando entender como a coletividade interfere nas percepções individuais. O livro é inteiro ilustrado, as aberturas de cada capítulo contam com uma ilustração. Ao todo, doze ilustradores contribuíram com sua percepção estética do assunto, trazendo uma percepção visual e sensível.

As autoras criaram um financiamento coletivo, na plataforma brasileira Catarse, para fazer a publicação independente da obra. O lançamento está previsto para dezembro, caso a meta de arrecadação seja alcançada.





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