:: ‘Programa Ciência na Escola’
Estudantes da rede estadual desenvolvem canudo biodegradável com a casca da melancia
Uma dupla de estudantes do município de Teixeira de Freitas, localizado no Extremo Sul da Bahia, desenvolveu um projeto que permite a fabricação de um bioplástico que pode ser usado para uma série de produtos sustentáveis com menor impacto ambiental. Intitulado “Biocia: bioplástico da casca de melancia”, o trabalho desenvolvido dentro do Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação do Estado (SEC), por Liliane Dias e Fernanda Novaes, ambas do curso técnico de nível médio em Química, do Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) Extremo Sul, trouxe a opção da produção de um canudo comestível e biodegradável.
De acordo com Liliane, 19, o projeto foi iniciado há três anos e apresentado na 8ª Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação (FECIBA), em 2019, encontro também realizado pela SEC. Mas com o aprimoramento das pesquisas, a ideia de focar na produção do biocanudo surgiu a partir de uma reportagem sobre a poluição marinha com os plásticos convencionais. “Encontramos na melancia, um fruto produzido em larga escala em nosso município, a pectina, que é uma macromolécula de polímero natural, presente nas cascas das frutas, legumes e verduras. Com a produção, conseguimos aprimorar, adicionando impermeabilidade e produzir o biocanudo, que resiste a mais de oito horas em contato com o líquido e decompõe no solo em até sete dias”.
Ciência na Escola levou 11 mil estudantes à iniciação científica em 2018
Os estudantes da rede estadual de ensino são incentivados, por meio do Programa Ciência na Escola (PCE), a produzirem projetos de iniciação científica para solucionar problemas identificados por eles no meio onde vivem.Tratam-se de projetos relacionados a questões como sustentabilidade, meio ambiente, tecnologia, empreendedorismo, saúde, entre outros.
Assim, o programa desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado visa inovar e diversificar o currículo escolar, promovendo o acesso dos estudantes ao conhecimento científico, à cultura e à tecnologia, além de potencializar a produção e a divulgação científica. Em 2018, o programa alcançou 382 escolas, em 85 municípios, beneficiando 11 mil estudantes.
As Feiras de Ciências Escolares são a culminância das atividades desenvolvidas no Ciência na Escola, nas quais os estudantes e os professores orientadores apresentam projetos de pesquisas de diversas áreas do conhecimento, produzidos em sala de aula. Os projetos selecionados são apresentados durante a Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (Feciba), realizada anualmente, em Salvador.
Estudantes de Itabuna apresentam projeto científico na maior Feira de Ciência e Engenharia do país
Seis projetos de iniciação científica da rede estadual serão apresentados na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE),que será realizada de 12 a 16, na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. São trabalhos ligados ao Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação do Estado, com grande alcance social. Os estudantes e professores orientadores que tiveram os seus projetos selecionados estão na maior expectativa para a participação na maior feira de Ciências e Engenharia da América Latina, onde concorrerão a premiações em um universo de 340 projetos de todo o país.
“Temos estimulado cada vez mais o estudo da Ciência nas escolas, incentivando o desenvolvimento de projetos de iniciação científica. Por meio destes projetos, os estudantes estão buscando pesquisar e buscar soluções para os problemas das comunidades onde eles vivem”, destacou o secretário da Educação do Estado, Walter Pinheiro. Um dos trabalhos selecionados é de alunos do Colégio da Polícia Militar em Itabuna.
É o caso das estudantes Brizza Correia, 16, e Bruna Santos, 17, ambas cursando o 3º ano do Colégio Estadual Eurides Santana, no município de Poções, no Sudoeste baiano, que irão apresentar o projeto sobre “As nascentes do Rio das Mulheres: cuidar para não morrer”. Elas falam da expectativa e do alcance social do trabalho. “A emoção está em alta, é muita alegria. A gente não esperava nem ter sido selecionada na FECIBA (Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia), tendo ficado em primeiro lugar, imagina em relação à FEBRACE, que é uma feira nacional. Só o fato de estarmos entre os finalistas já consideramos que ganhamos medalha de ouro, afinal são muitos projetos do país inteiro concorrendo”, disse Bruna.
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