:: ‘O sagrado feminino’
O sagrado feminino
Eulina Lavigne
Hoje poderia estar aqui escrevendo sobre a onda de violência que estamos presenciando contra a mulher. E por acreditar que já está sendo demasiadamente divulgada e focada convido você a lembrar do que há de mais sagrado em nós mulheres. Quem sabe assim, com esta reconexão, possamos tomar de volta a nossa força e o nosso poder de transformar tudo isto.
Em 1997 participei de uma vivência chamada A reconsagração do ventre, uma experiência só para mulheres onde fomos convidadas a resgatar e a nos reconectar com o que há de mais sagrado em nós mulheres: o nosso ventre.
Antes da época da inquisição, a nossa conexão com o nosso ventre por meio de rituais era uma realidade. O sangue gerado por meio da menstruação era devolvido à terra como uma forma de reintegrá-lo e fertilizar a Grande Mãe e era considerado um sacramento.
Os índios do Arizona se untavam de sangue menstrual que dava poder de invisibilidade perante os inimigos.
Antes da inquisição as mulheres sábias, vistas como bruxas, aproveitavam o período menstrual para se reconectar com o seu poder. O poder da serpente, quando desprende o revestimento do seu útero como uma serpente que desprende a pele. Neste período se renovavam fisiologicamente, liberando as toxinas físicas e resíduos emocionais e a cada mês refinavam a sua capacidade de ser mulher.
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