:: ‘Mestre Moa do Katendê’
Colégio estadual em Salvador recebe o nome de Mestre Moa do Katendê
A partir desta quinta-feira (18), o Colégio Estadual Victor Civita, localizado na comunidade Dique Pequeno, no Engenho Velho de Brotas, em Salvador, passa a ser denominado de Colégio Estadual Mestre Moa do Katendê. A portaria nº 471/2019, que determina a alteração, publicada no Diário Oficial (D.O.) e assinada pelo secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, atende à uma solicitação da comunidade escolar, dos moradores do Engenho Velho de Brotas e do movimento negro.
A iniciativa presta uma homenagem a um dos maiores mestres de capoeira de Angola da Bahia, assassinado com 12 facadas pelas costas, no dia 8 de outubro de 2018. Mestre Moa morava no bairro e tinha uma importante atuação cultural junto à comunidade local, tornando-se uma liderança reconhecida em todo o país e no mundo e teve filhos e sobrinhos que estudaram no colégio, que hoje recebe o seu nome.
Em nome da família do Mestre Moa, a sobrinha Renilda Costa, falou sobre a mudança. “A homenagem circulou rápido, todo mundo nos parabenizando. Estamos muito felizes e vibrando com isto que, para nós, tem um significado enorme pela importância que foi meu tio, não só para a comunidade local, mas para todo o país. É um orgulho danado ter a escola onde estudaram tantos parentes, filhos e sobrinhos com o nome dele. Sou muito grata à diretora da unidade escolar, Rodrenice Borges, e à Secretaria da Educação pela sensibilidade de atenderem ao pedido da comunidade”, declarou Renilda, emocionada.
TVE exibe documentário em homenagem ao Mestre Moa do Katendê
O documentário ‘Mestre Moa do Katendê – A primeira Vítima’, que presta homenagem à memória e ao legado cultural afro-baiano do capoeirista Mestre Moa, assassinado em outubro deste ano após discussão política, será exibido nesta sexta-feira (30), às 20h15, na TVE Bahia. O doc., dirigido por Carlos Pronzato e produzido por Paulo Magalhães, conta a trajetória do Mestre Moa e reúne entrevistas e imagens de atos culturais em memória do capoeirista.
Produzido em apenas 14 dias, o filme contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto no Estado da Bahia, (Sindae) e estreou em Salvador na Terça da Benção, festa tradicional do Bloco Olodum, que acontece no Pelourinho.
Moa era mestre de capoeira, músico, compositor, dançarino, ogã, artesão, educador e ativista da causa negra. Em 1979 teve sua música “Badauê” gravada por Caetano Veloso, no LP Cinema Transcendental. A canção é um Afoxé que conta a história do Bloco Afro Badauê, fundado pelo mestre e tocada no carnaval de Salvador no final dos anos 70. Além de Caetano Veloso, Mestre Moa teve composições gravadas por blocos afros como o Ilê Ayê.
Em 45 minutos, o documentário ‘Mestre Moa do Katendê – A primeira Vítima’ reuniu depoimento de familiares, amigos, parceiros musicais e pesquisadores que relatam a trajetória do Mestre Moa e sua saga pela valorização da arte e cultura do negro no Brasil.
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