:: ‘Juca Kfouri’
Cai o rei de ouro, cai o rei de espadas, cai não fica nada…
Daniel Thame
Escritores com Andrew Jennings (autor de “O jogo sujo da FIFA” e “O Jogo cada vez mais sujo da FIFA”) e David Yallop (autor de “Como eles roubaram o jogo”), jornalistas como Juca Kfouri e Cosme Rimoli, gênios da bola como Maradona, Romário e Michel Plattini deixaram se pregar no deserto, de berrar para ouvidos surdos.
A corrupção em larga escala na FIFA e nas confederações como a CBF, a venda de sedes da Copa do Mundo, a promiscuidade com patrocinadores; que eles vinham denunciando com rara coragem, materializou-se de forma inquestionável com a investigação do FBI, em colaboração da justiça da Suiça.
E o mundo, finalmente, pode assistir a queda do castelo de cartas manchadas, a ida para a cadeia de dirigentes acostumados a hotéis de alto luxo, mordomias nababescas e propinas milionárias. Os `donos do jogo (sujo)` foram caindo um a um, como o ex-presidente da CBF José Maria Marin, que talvez por força do hábito foi flagrado roubando uma reles medalhinha de campeão de um torneio de juniores.
Como deve cair o também ex-presidente da Casa Bandida do Futebol, Ricardo Teixeira, que nesse lamaçal futebolístico, dispensa maiores apresentações. Teixeira saiu corrido de Miami, mas está no olho do furacão, assim como o atual presidente da CBF, Marco Polo del Nero.
Nero finge não tem nada a ver com o circo pegando fogo, mas está no centro do picadeiro e do incêndio.
Marin-Teixeira-Del Nero. Junto e misturado, um time infernal nos esquemões do submundo da bola. O sol nasce para todos, para eles vai nascer quadrado. E dessa vez sem unzinho por fora do patrocinador, pra nascer e descer redondo.
Joseph Blatter, o Poderoso Chefão da FIFA, pediu pra sair antes de cair, mas vai cair assim mesmo. O rei está nu e a cadeia não tem aquecimento nem champanhe francês, merci.
O certo é que no final desse jogo a bola vai rolar um pouco mais limpa, ainda que a pureza do jogo há muito tenha perdido de goleada para o deus dinheiro.
A prisão dessa máfia pedobolística e roubobolística não é pouca coisa. Pelo contrário, é muita coisa.
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É pênalti. Admita-se que essa ação dos EUA seja uma `vinditta` pelo fato dos cartolas/marcolas da FIFA terem renegado a pretensão ianque e negociado a Copa de 2018 com a Rússia e a de 2022 com o Catar, lá onde Alah perdeu as botas e a barbas.
Mesmo assim, está mais do que perdoado o companheiro Barack Obama, por hora em idílio com o camarada Raul Castro. Un puro e un run oro para los dos e para nosotros, per supuesto.
Alguém tinha que botar ordem no galinheiro. Nem que seja a águia pegando as raposas gulosas de olho nas galinhas das ovos e das bolas de ouro.
É gol. Michel Platini para presidente da FIFA. Zico para presidente da CBF. E Pelé para bobo da corte.
(*) A coluna é publicada no jornal A Região/Itabuna
#voltaJucaKfouri!
Internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, recuperando-se de complicações decorrentes de uma cirurgia, o jornalista Juca Kfouri está temporariamente fora de batalha em seu blog do UOL, um dos mais acessados e respeitados do país.
A ausência de Juca Kfouri deixa um imenso vazio, num momento em que a grande midia deixou qualquer prurido de lado e se transformou um partido conservador e não raro reacionário.
Juca é a voz dissonante e corajosa, em meio aos reinadoazevedos, rodrigoconstantinos, mervalpereiras, ricardonoblats e outros arautos do obscurantismo que impera no baronato dos civitas, marinhos, frias e mesquitas.
#voltaJucaKfouri!
O panelaço da barriga cheia e do ódio
Por Juca Kfouri
Nós, brasileiros, somos capazes de sonegar meio trilhão de reais de Imposto de Renda só no ano passado.
Como somos capazes de vender e comprar DVDs piratas, cuspir no chão, desrespeitar o sinal vermelho, andar pelo acostamento e, ainda por cima, votar no Collor, no Maluf, no Newtão Cardoso, na Roseana, no Marconi Perillo ou no Palocci.
O panelaço nas varandas gourmet de ontem não foi contra a corrupção.
Foi contra o incômodo que a elite branca sente ao disputar espaço com esta gente diferenciada que anda frequentando aeroportos, congestionando o trânsito e disputando vaga na universidade.
Elite branca que não se assume como tal, embora seja elite e branca.
Como eu sou.
Elite branca, termo criado pelo conservador Cláudio Lembo, que dela faz parte, não nega, mas enxerga.
Como Luís Carlos Bresser Pereira, fundador do PSDB e ex-ministro de FHC, que disse:
“Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres.
O pacto nacional popular articulado pelo PT desmoronou no governo Dilma e a burguesia voltou a se unificar.
Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um presidente.
Não é preocupação ou medo. É ódio.
Decorre do fato de se ter, pela primeira vez, um governo de centro-esquerda que se conservou de esquerda, que fez compromissos, mas não se entregou.
Continuou defendendo os pobres contra os ricos.
O governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres.
Nos dois últimos anos da Dilma, a luta de classes voltou com força.
Não por parte dos trabalhadores, mas por parte da burguesia insatisfeita.
Quando os liberais e os ricos perderam a eleição não aceitaram isso e, antidemocraticamente, continuaram de armas em punho.
E de repente, voltávamos ao udenismo e ao golpismo.”
Nada diferente do que pensa o empresário também tucano Ricardo Semler, que ri quando lhe dizem que os escândalos do mensalão e da Petrobras demonstram que jamais se roubou tanto no país.
“Santa hipocrisia”, disse ele. “Já se roubou muito mais, apenas não era publicado, não ia parar nas redes sociais”.
Sejamos francos: tão legítimo como protestar contra o governo é a falta de senso do ridículo de quem bate panelas de barriga cheia, mesmo sob o risco de riscar as de teflon, como bem observou o jornalista Leonardo Sakamoto.
Ou a falta de educação, ao chamar uma mulher de “vaca” em quaisquer dias do ano ou no Dia Internacional da Mulher, repetindo a cafajestagem do jogo de abertura da Copa do Mundo.
Aliás, como bem lembrou o artista plástico Fábio Tremonte: “Nem todo mundo que mora em bairro rico participou do panelaço. Muitos não sabiam onde ficava a cozinha”.
Já na zona leste, em São Paulo, não houve panelaço, nem se ouviu o pronunciamento da presidenta, porque faltava luz na região, como tem faltado água, graças aos bom serviços da Eletropaulo e da Sabesp.
Dilma Rousseff, gostemos ou não, foi democraticamente eleita em outubro passado.
Que as vozes de Bresser Pereira e Semler prevaleçam sobre as dos Bolsonaros é o mínimo que se pode esperar de quem queira, verdadeiramente, um país mais justo e fraterno.
E sem corrupção, é claro!
Aécio Neves, o distraído
Juca Kfouri, no UOL
O tucano Aéreo Neves gosta de voar.
E saiu construindo aeroportos por aí, na verdade dois, um, por acaso, em fazenda da família.
Asas cortadas em reportagem da “Folha” levou dez dias para admitir que pousou “algumas vezes” no aeroporto do tio-avô com a avião da família, mas, ressaltou, “depois que saiu do (ninho) do governo mineiro”.
Quem acreditar nisso acredita em qualquer coisa.
Inacreditável será imaginá-lo pousando no ninho do Planalto.
E fica a pergunta: terá o helicóptero dos Perrelas também pousado, por uma vez que seja, no aeroporto dos Neves?
Juca Kfouri e a elite branca e mal educada
(do Brasil 247) – O protesto de alguns torcedores contra a presidente Dilma Rousseff ontem no Itaquerão, destacado pelos jornais da mídia familiar (leia mais aqui), foi o tema do comentário feito pelo colunista Juca Kfouri, nesta manhã, na rádio CBN.
Kfouri usou uma expressão do ex-governador Claudio Lembo e disse que a “elite branca” de São Paulo deu uma prova de sua “intolerância”.
Segundo ele, ao contrário da vaia na abertura da Copa das Confederações, no Mané Garrincha, no ano passado, o que aconteceu ontem foi mais grave. “Ela foi xingada mesmo”, disse ele. Os gritos eram: “ei, Dilma, vai tomar no c…”.
“Na Copa, os estádios não eram para o povo, mas para quem tinha dinheiro para pagar ingressos caríssimos”, disse ele. “Gente que tem dinheiro, mas não tem educação nem civilidade”, afirmou.
Kfouri disse ainda que a elite paulista se mostrou “intolerante e mal-agradecida por quem deu a ela uma Copa padrão Fifa”.
Veja também os comentários de Juca Kfouri, José Trajano e Eduardo Ribeiro na ESPN
Juca Kfouri e as caxirolas: “Carlinhos Brown desmente que baiano burro nasce morto”
O jornalista esportivo Juca Kfouri foi ácido ao comentar, em seu blog no UOL, um dos mais acessados do país, a ´estréia´ da caxirola, instrumento musical (sic) inventado por Carlinhos Brown, distribuída na Arena Fonte Nova no BA-Vi de ontem.
Juca Kfouri definiu as caxirolas como “um invento de Carlinhos Brown que nasceu torto e que desmente que baiano burro nasce morto, porque, como era previsível, além do barulho quase tão chato como o das vuvuzelas sul-africanas, as tais caxirolas foram jogadas no gramado pela torcida do Bahia, insatisfeita com a derrota de seu time por 2 a 1”.
Burro, pero no mucho. As caxirolas foram patenteadas por uma empresa dos Estados Unidos (o Brasil certamente não está preparado para produzir algo de tamanha complexidade) e como vai vender milhões de unidadades na Copa das Confederações, vai render uma montanha de dinheiro.