:: ‘Jose Wilker’
“FECHE AS PERNAS QUE EU QUERO LHE MATAR”
Tudo bem que a audiência anda meio capenga e que muita gente acha a primeira versão melhor que a atual (santa mania de achar que nos tempos de antigamente tudo era melhor, o que nem sempre é verdade), mas a qualidade da novela Gabriela, que vai ao ar pela Rede Globo, é inquestionável, com cenários e imagens espetaculares e desempenho primoroso dos atores em algumas cenas.
A emoção contida de José Wilker, que interpreta o coronel Jesuino, misto de surpresa, dor e revolta, ao saber da traição de esposa, dona Sinhazinha, foi digna dos grandes momentos da teledramaturgia brasileira. Sem dizer uma só palavra Wilker/Jesuino, apenas com a expressão corporal e um revólver na mão, resumiu a sensação de um homem traído pela mulher que, na sua visão machista, só servia para abrir as pernas para ele usar.
Igualmente primorosa foi a interpretação de Maitê Proença, a dona Sinhazinha, que ao antever aos minutos de vida que lhe restavam, entregou-se ao prazer, digamos, celestial nos braços do amante, com um fogo, perdão, dos infernos.
As cenas em que Jesuino mata a mulher e o amante na ´plenitude do uso`, só vão ao ar na terça-feira, mas Gabriela já produziu, ao menos, um capítulo de antologia. Jorge Amado curtiu isso.
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