:: ‘irmã mata irmã’

perdeu a cabeça por causa da música alta

A dona de casa Simone dos Santos Cerqueira, 36 anos, mãe de cinco filhos, disse que foi num momento de desequilíbrio emocional que matou a irmã solteira, a faxineira Adriana dos Santos Cerqueira, 38, que morava com ela na mesma residência, no bairro Tancredo Neves. O crime aconteceu, na noite de domingo (27), depois de uma discussão banal entre as duas por causa de uma música que era executada num volume de som alto. Por ter se recusado a baixá-lo, Adriana levou uma facada no abdômen e morreu.

Apresentada à imprensa, na manhã desta terça-feira (29), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), pela delegada Clelba Regina Teles, que cuidou das investigações, Simone disse que estava arrependida e que não se recordava mais de como tudo aconteceu. “Não me lembro de muitas coisas. Nem qual música ela ouvia. No meio da discussão, peguei uma faca que estava encima da pia e dei um golpe. Quando vi minha irmã caída no chão, sangrando, saí correndo”, revela.

Alcoólatra e de temperamento agressivo, segundo familiares ouvidos, Simone afirmou também em seu depoimento que ela e a irmã nunca tiveram um bom relacionamento e já não se falavam há algum tempo, apesar de se verem todos os dias. O clima na casa, porém, se agravou depois que Adriana denunciou Simone, na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), por bater na filha de 11 anos, há cerca de um mês.

Beneficiária do Programa Bolsa Família, juntamente com os cinco filhos, Simone permaneceu custodiada na carceragem da Dercca por 12 dias e passou a acreditar que a denúncia contra ela fazia parte de um complô de Adriana e os outros oito irmãos das duas para expulsá-la do imóvel onde mora, desde que os pais morreram.

No domingo do crime, a agressora esteve em companhia do namorado, de pré-nome Robson, com quem consumiu grande quantidade de bebida alcoólica. Depois de atacar a irmã, Simone passou a andar sem destino pelo bairro. Ao chegar nas proximidades da 11ª Delegacia Territorial (DT) – Tancredo Neves, foi abordada por investigadores que suspeitaram das manchas de sangue em suas roupas. A mulher confessou o crime e foi autuada em flagrante por homicídio. Ela ficará custodiada na carceragem da Dercca, à disposição da Justiça.