:: ‘Hélio Pólvora’
A Festa Literária de Ilhéus e o FLIOS- uma simbiose necessária
Efson Lima
O ano foi pandêmico, talvez, os termos “pandemia” e “COVID” sejam as palavras predominantes de 2020, cujo ano cuidou de oferecer contornos e traçado para a civilização humana. Apesar da triste circunstância deste ano, as instituições e/ou pessoas se mobilizaram em diferentes perspectivas para manterem as chamas acesas da esperança. As experiências ao longo deste ano foram as mais diversas e estiveram pautadas na solidariedade, na criatividade e no cuidado. Essas práticas foram se proliferando ao redor do planeta, consolidando um outro vocábulo entre nós: “ superação”.
No sul da Bahia e no campo da literatura, quando parecia não mais ocorrer a Festa Literária e o Festival Literário de Ilhéus (FLIOS), forças da oportunidade se levantaram e concretizaram um evento espetacular pelas redes sociais da Editora da UESC (Editus) e da Academia de Letras de Ilhéus (ALI), organizadoras centrais dos eventos. A Festa que estava ocorrendo tradicionalmente em maio, dessa vez, foi realizado neste mês de dezembro, de 07 a 12/12/20, permitindo que as distâncias fossem reduzidas mesmo na pandemia. O poético cuida de explicar.
A Festa Literária de Ilhéus é a junção de dois eventos literários: a Feira do Livro da Uesc e o FLIOS – Festival Literário de Ilhéus, respectivamente, na 8ª e 5ª edições, cujo objetivo foi possibilitar uma programação diversificada e promover uma maior participação e envolvimento da comunidade regional. De fato, a contar pela quantidade de mesas, de tema e de participantes, tivemos uma vasta programação, que mesclaram o literário, às questões sociais, o contexto do ensino superior, a produção de livros e a crítica.
A realização desses eventos no sul da Bahia consolida a região como um celeiro literário. Essas ações ajudam aproximar o leitor do escritor e colaboram para a externalização da produção literária originária desta região e que ganha o mundo seja pelas escritas de Jorge Amado, Adonias Filho, Hélio Pólvora, Cyro de Mattos e de tantos outros jovens que estão a compor o panteão literário. Ao longo do evento, algumas provocações sugiram entre as quais: literatura do cacau, literatura regional, literatura brasileira? Outras discussões necessárias foram colocadas à baila, tais como: direitos humanos, o acesso das pessoas com deficiência… a própria Festa Literária e o Flios são atos de resistência em face do contexto sanitário e político em face das circunstâncias dadas no Brasil atual e de ontem.
Escritor grapiúna faz palestra na Academia de Letras da Bahia
O escritor Antônio Lopes participa do Curso Castro Alves, da Academia de Letras da Bahia (ALB), em Salvador, na quarta-feira, dia 4, com a palestra “Hélio Pólvora – entre o vivido e o imaginado”. Lopes tem no prelo da Editus o livro Noites de salto alto, sobre o cronista de Itabuna, falecido em 2015. O painel em homenagem ao autor de Estranhos e assustados, pela voz de vários escritores baianos, é coordenado pela professora Evelina Hoisel, presidente da ALB.
Além de Antônio Lopes, às 16h30min., o primeiro dia do curso conta com a participação do escritor Aramis Ribeiro Costa (“O singular Hélio Pólvora contista”) e da crítica literária Gerana Damulakis (“O romance como consequência”), ambos da ALB.
No segundo dia (quinta-feira, 5), sob \ c oordenação do acadêmico Aleilton Fonseca, serão tratados temas vários da literatura baiana, com destaque para a produção de Carlos Ribeiro e Aloysio de Carvalho Filho (o satírico Lulu Parola).
Morre o escritor Hélio Pólvora
Morreu na madrugada desta quinta-feira, 26, aos 86 anos, o escritor baiano Hélio Pólvora, que ocupava a cadeira 29 da Academia de Letras da Bahia desde 1994. Além de escritor, ele também era jornalista, cronista e atuava como editorialista e articulista do Jornal A Tarde – no Caderno 2 e na coluna Opinião – tendo trabalhado ativamente até esta quarta-feira, 25, na produção do editorial.
Nascido no município de Itabuna, Hélio Pólvora era um dos nomes mais destacados de escritores oriundos da região cacaueira da Bahia. Ele deixa esposa e filhos.
Hélio Pólvora de Almeida é natural de Itabuna, Bahia, onde nasceu em 1928, em fazenda de cacau. Fez estudos secundários em Salvador, no Colégio Dois de Julho, Colégio Carneiro Ribeiro e Colégio da Bahia. Iniciou-se no jornalismo como colaborador e editor do semanário Voz de Itabuna, e mais adiante foi correspondente em sua cidade de jornais de Salvador.
Em janeiro de 1953 fixou-se no Rio de Janeiro, para curso universitário, onde morou por cerca de 30 anos. Foi lá que ele iniciou sua carreira literária e uma atividade jornalística intensa, que prosseguiram na Bahia após 1984, nas cidades de Itabuna, onde fundou o Jornal A Região, ao lado de Manuel Leal, Ilhéus e Salvador.
Seu primeiro livro publicado foi Os Galos da Aurora (1958, reeditado em 2002, com texto definitivo). Depois dele, seguiram-se 25 títulos de obras de ficção e crítica literária, além de participação em dezenas de antologias nacionais e estrangeiras. Seus contos estão traduzidos em espanhol, inglês, francês, italiano, alemão e holandês.
A partir de 1990, passou a residir em Salvador. Eleito para a Cadeira 29 da Academia de Letras da Bahia, faz parte também da Academia de Letras do Brasil (com sede em Brasília), onde ocupa a cadeira 13, que tem como patrono Graciliano Ramos. Pertence ainda à Academia de Letras de Ilhéus.
É Doutor honoris causa pela Universidade Estadual de Santa Cruz .Fez parte da Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministro da Educação e Cultura, Jarbas Passarinho, para reconstituir os textos e reeditar a obra do Mestre, e integrou a Comissão Selo Bahia, criada pela Secretaria da Cultura e do Turismo, no âmbito da Fundação Cultural do Estado da Bahia. (do jornal A Tarde)
Alita comemora dois anos, com nova presidenta
A Academia de Letras de Itabuna (Alita) comemora na sexta-feira, 19, dois anos de atividades, com sessão solene em que será empossado o escritor Hélio Pólvora, no salão nobre da FTC (Praça José Bastos), às 19 horas. Também será empossada a nova diretoria da entidade para o biênio 2013-2014, tendo como presidenta a acadêmica Sônia Maron (foto).
Hélio Pólvora, atualmente residindo em Salvador, encontra-se adoentado e terá seu discurso de posse (quando discorrerá sobre a obra de Machado de Assis, seu patrono) lido pela poetisa Ceres Marylise, enquanto o discurso de recepção, em nome da Alita, ficará a cargo do contista Aleilton Fonseca.
De acordo com o presidente Marcos Bandeira, a entidade vive um momento de afirmação, com a posse do autor de Inúteis luas obscenas, “um crítico, romancista, contista e cronista itabunense de reconhecimento nacional”.
- 1