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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Helio Doyle’

Pátria Latina: 15 anos rompendo o cerco midiático

Por Hélio Doyle*

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“Hélio Doyle! ” – o grito com sotaque baiano me surpreendeu, naturalmente. Não esperava que alguém chamasse meu nome em uma das arborizadas ruas do Vedado, em Havana. Foi com muita alegria que logo avistei Valter Xéu desembarcando de um carro dirigido por outro grande amigo, Jorge Ferrera – que por muitos anos foi conselheiro político na embaixada de Cuba em Brasília.

Rafael Hidalgo, também ex-conselheiro político de Cuba no Brasil, e eu chegávamos para uma visita ao Icap (Instituto Cubano de Amizade com os Povos). Assim como Xéu, eu estava em Cuba para participar das homenagens póstumas a Fidel Castro e, no papo que travamos ali mesmo na calçada, ele lembrou as conversas com o comandante em 2001, no encontro de jornalistas da América Latina e do Caribe, em Havana. Ali havia surgido o Pátria Latina.

patria 1Como Xéu sempre recorda, a sugestão foi de Fidel: nós, os quase 500 jornalistas reunidos no Palácio das Convenções, deveríamos criar veículos alternativos para se contrapor às multinacionais da comunicação que serviam aos interesses dos Estados Unidos e do neoliberalismo e ignoravam as lutas e as aspirações dos povos latino-americanos.

Nos quase quatro dias do encontro, Fidel ouviu atentamente cada um dos jornalistas que subiu à tribuna para fazer sua comunicação. Não fez nenhum comentário à minha exposição sobre o mito da liberdade de imprensa no capitalismo, mas discutiu animadamente com muitos outros colegas após suas apresentações. No encerramento, Fidel falou por mais de cinco horas, sem interrupção. Nos intervalos das sessões, às vezes de pé, dialogava com os que o cercavam.

Foi numa dessas conversas que Xéu imbuiu-se da missão de criar um novo veículo de comunicação, que depois recebeu o nome de Pátria Latina, e desde 2002 produz o que se define como um “jornalismo crítico de postura marcante frente à globalização, independente ao poder econômico e de profunda identidade com os anseios da sociedade civil”. Como sugeriu Fidel, “o objetivo é furar o bloqueio das poderosas multinacionais da comunicação que espalham suas notícias globalizadas”.

Xéu cerca-se de uma equipe competente e tem o apoio de um conselho editorial do qual tenho a honra de pertencer, mas é inegável que Pátria Latina é, sobretudo, uma obra de sua autoria. Xéu tem o mérito de saber tirar do encontro de jornalistas em Havana a conclusão correta, a capacidade de tornar realidade a sugestão do comandante e a competência em manter Pátria Latina por tantos anos. Não ficou na teoria, foi à prática. E com sucesso.

*Hélio Doyle é jornalista, escritor, foi professor da Universidade de Brasília e secretário da Casa Civil do governo do Distrito Federal …

Deixem Wagner falar

Hélio Doyle

O ministro Jaques Wagner fez o que um chefe da Casa Civil tem de fazer: mostrar a cara em defesa do governo e da presidente, falar da gestão, fazer críticas e autocríticas. É claro que muitos discordarão ou não gostarão do que ele disse, mas esse deve ser um dos papeis do principal ministro do governo Dilma, goste-se ou não.

O governo está precisando disso. De alguém que dê entrevistas e fale em público sabendo que tem respaldo da presidente e que, se errar a mão, a conta ficará para ele próprio. Outros ministros podem e devem falar, mas sobre seus assuntos específicos. O chefe da Casa Civil pode falar de tudo – política, economia, temas sociais, de segurança, de política externa. Essa é uma de suas funções, ser o principal porta-voz e anteparo da presidente. Fazer a defesa do governo e atacar os que têm de ser atacados sob a ótica do Planalto. Mostrar, explicar, justificar.

wagner 2Não interessa se as falas do ministro vão desgastá-lo, ou criar atritos. Essa não deve ser nunca a intenção, pelo contrário. Quanto menos desgastes e atritos, e quanto mais harmonia, melhor. Mas se for necessário, o chefe da Casa Civil não tem de ter medo nem receio de estar desagradando a alguém. Tem de falar o que tem de ser falado.

Os puxa-sacos e palpiteiros vão correr à presidente para dizer que o ministro está aparecendo demais, que vai passar à população a ideia de que ele é quem governa. Se a presidente tiver maturidade e segurança, e, sobretudo, bom senso e inteligência, vai mandar os bajuladores a algum lugar desagradável e manter seu porta-voz fazendo o que tem de ser feito. Ela foi eleita, ela tem o comando. Não tem que ter medo de ministro.

A presidente também deve falar, em entrevistas e pronunciamentos, mas com menos intensidade e com mais parcimônia. A presidente entra em momentos certos, pela gravidade ou pela oportunidade. Não pode estar dando entrevistas todos os dias, nem fazendo discursos a torto e a direito. Não por isso, mas até porque falar de improviso não é, decididamente, o forte de Dilma Rousseff. Sendo mais direto: é um de seus pontos fracos.

Então, mesmo que nem tudo que ele diga seja o certo, ou o que queremos escutar, a presidente deve fortalecer seu chefe da Casa Civil e deixar Jaques Wagner falar. Alguém tem de fazer isso.

(*)Hélio Doyle é jornalista, foi professor da Universidade de Brasília e secretário da Casa Civil do governo do Distrito Federal





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